Uma pessoa oportunista (no sentido
negativo da palavra) é quem gosta de tirar proveito de oportunidades em
benefício próprio. Ao desencarnar, quem possui essa característica, continua se
aproveitando de outros espíritos buscando adquirir vantagens pessoais sem
pensar no próximo.
Segundo o escritor e expositor
espírita, Alexandre Caldini, a nossa encarnação serve para fazermos evoluir,
mas se o espírito não conquistou sua elevação ele ainda manterá esse hábito.
“Quando a gente morre ninguém vira
santinho, ninguém muda de qualidade”, disse Caldini no Interpretando a Vida.
Quando nos deparamos com espíritos
desta “qualidade” devemos desconfiar de suas reais intenções. “O Evangelho
Segundo o Espíritismo” alerta para que fiquemos vigilantes com todos os
desencarnados.
“O Espiritismo vem revelar outra
categoria de falsos cristos e de falsos profetas, bem mais perigosa, e que não
se encontra entre os homens, mas entre os desencarnados”, diz a obra.
Esses espíritos podem ir aos centros
espíritas para oferecer conselhos que não beneficiarão os encarnados. Para
conhecer se o desencarnado está com boas intenções, fique atento se ele está
priorizando seu nome de encarnado. Caldini explica que é importante desconfiar
sempre.
“Espíritos, geralmente, não se
identificam. O que importa não é a identidade, mas qualidade da mensagem. Veja
se tem lógica no que foi dito. Isso vale para espíritos desencarnados e
encarnados”, complementou Caldini.
O Evangelho nos ensina como
reconhecer os bons espíritos, características sempre morais e jamais materiais.
“É sobretudo ao discernimento dos bons e dos maus Espíritos, que podemos
aplicar as palavras de Jesus: ‘Reconhece-se à árvore pelos seus frutos; uma boa
árvore não pode dar maus frutos, e uma árvore má, não pode dar bons frutos’.
Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como a árvore pela
qualidade de seus frutos”.
O Espírito protetor poderá abandonar
seu protegido, por esse se mostrar rebelde aos conselhos?
Afasta-se, quando vê que seus
conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de
submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas não o abandona
completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem quem tapa os ouvidos. O
protetor volta desde que este o chame . . . (questão 495)
O motorista carregou na bebida.
Pesou no pé direito comprimindo o
acelerador.
O ônibus ganhou asas.
Os passageiros, assustados,
pediam-lhe que reduzisse a velocidade.
Ele, tranqüilo disse:
- Não se preocupem. Meu santo é
forte!
E voava baixo, ziguezagueando por
ruas e avenidas.
- Devagar, devagar! Cuidado!
- Calma, gente! Está tudo sob
controle. O santo nos protege!
Em pânico, os viajantes começaram a
descer, embora sua insistência:
- Fiquem frios! Meu santo não falha!
O coletivo esvaziou-se. Restou
derradeiro, heroico passageiro. Segurava-se precariamente ante as freadas
bruscas, as curvas fechadas do bólido sobre rodas.
Não resistiu muito tempo. Arrastou-se
até o motorista, tocou seus ombros e lhe disse:
- Meu filho, sou seu santo. Também
quero descer. Dirigindo assim, nem o Espírito Santo poderá protegê-lo.
E seguiu solitário o "pé de
chumbo", que acabou esborrachando-se num espetacular acidente que destruiu
o ônibus e o transferiu extemporaneamente para o além.
Confortador, maravilhoso saber que
"lá em cima" há amigos generosos dispostos a nos acompanhar e
proteger. Devemos buscá-los sempre, em oração, aprendendo a ouvir, na
intimidade do coração, sua orientação preciosa.
Consideremos, entretanto, que eles
não são babás a satisfazer nossos caprichos ou prestigiar nossos desatinos. Não
o imaginemos como um pajem a nos acompanhar nas 24 horas do dia, como se
fôssemos criancinhas. Se dirijo um automóvel de forma imprudente, meu mentor
não irá no pára-choque fazendo malabarismos para proteger-me. Essencialmente
ele é o mentor que, pelos condutos da inspiração, busca nos orientar nos
momentos mais importantes, estimulando-nos ao bem. Quando não os ouvimos eles
se afastam respeitando nosso livre arbítrio e voltam quando o chamamos.
O vale dos suicidas é uma região do
umbral onde os espíritos desencarnados que praticaram o suicídio quando em vida
se agrupam pela lei da atração ou afinidade, uma das leis universais, que pode
ser traduzida na máxima “Os iguais se atraem”.
A médium Yvonne Pereira, em seu livro
psicografado “Memórias de um suicida”, descrito pelo espírito Camilo Castelo
Branco, fala do Vale dos Suicidas, onde os seres desencarnados suicidas vivem
os mesmos dramas, dores e aflições, agrupando-se no mesmo vale das trevas.
Da mesma forma, agrupam-se também nas
trevas, em vales, por afinidade, os espíritos ligados às drogas, à loucura, aos
desequilíbrios sexuais, às guerras, aos abortos.
Mas todo suicida vai parar no Vale
dos Suicidas?
Na minha experiência clínica, após
conduzir mais de 20.000 sessões de regressão pela TRE (Terapia Regressiva
Evolutiva) – A Terapia do Mentor Espiritual, onde os pacientes descrevem suas
vidas passadas no umbral após terem praticado o suicídio, posso afirmar que
cada caso é um caso.
Muitos – após cometerem o suicídio na
vida pretérita – ficam presos ao local do crime, pois não conseguem se libertar
por terem transgredido a lei da vida.
Eu me recordo de uma paciente que
numa existência passada fora um general autoritário, vaidoso, arrogante e
centralizador. Numa das reuniões com seus comandados foi questionado por um
auxiliar de sua estratégia de guerra equivocada, onde iria colocar em risco a
vida de suas tropas.
Mandou o auxiliar calar a boca por se
sentir afrontado em sua autoridade. Mas seu auxiliar estava certo, pois toda a
tropa fora dizimada, inclusive seu filho (o general não sabia que ele fora
convocado para participar dessa batalha).
Desolado, cabisbaixo, viu seu filho e
os soldados ensanguentados, mortos no chão. Pegou o corpo do filho e o
enterrou. Após isso, subiu em seu cavalo e foi em direção a um estábulo e pegou
uma corda, jogando-a por cima de uma viga do teto, e deu cabo à sua vida,
enforcando-se. Após o suicídio, em espírito, ficava observando seu corpo físico
balançando na corda.
Não conseguia sair da cena do crime
e, mesmo após um longo tempo, continuava vendo seu corpo se decompondo.
Transcorrido muitos e muitos anos, apareceu uma senhora vestindo uma túnica
branca – era sua mentora espiritual – que lhe disse que havia chegado o momento
de sair daquele local e o levou para o plano de luz.
Eu me recordo também de outra
paciente, cujo tio, irmão de seu pai, e que havia se suicidado em seu quarto
dando um tiro em sua cabeça, apareceu em espírito numa de suas sessões de
regressão em meu consultório pedindo ajuda.
Ele não conseguia sair daquele
quarto, pois se sentia culpado, bastante arrependido por ter tirado sua própria
vida. A paciente orou muito por ele, emanando-lhe diariamente a luz dourada de
Cristo, até que em uma das sessões de regressão, seu tio foi levado pelos seres
amparadores de luz para uma Luz Maior.
Quero finalizar esse artigo dando um
recado aos que pensam em suicídio. O suicídio não é a solução. O suicida
materialista pode achar que seja a porta de saída para seus problemas, mas,
para o espiritualista que acredita que a vida continua após a morte do corpo
físico, o suicídio é porta de entrada para mais problemas, dores e aflições.
A jornada na Terra sempre chega ao
fim. Algumas vezes é necessário que o processo da velhice, doença e morte seja
acompanhada de perto por alguém.
Esta pessoa pode ser você, que terá a
responsabilidade de garantir o respeito, a dignidade e o conforto físico de seu
parente amado.
Acredito eu que não exista gesto mais
nobre de amor. Tenho a certeza que também não existe momento mais oportuno para
o aprendizado e para a vivência espiritual.
Muitas pessoas sentem-se
desconfortáveis frente à morte. Mas, acredite, para o espírito é um momento
belo e grandioso. Este texto tem a missão de desmistificar a morte, facilitar
sua vida ao lado da pessoa que se prepara para partir e te ajudar a viver
plenamente o amor que existe dentro de você (sem medo e sem receio).
"A separação da alma e do corpo
é dolorosa?
— Não; o corpo, frequentemente, sofre
mais durante a vida que no momento da morte; neste, a alma nada sente. Os
sofrimentos que às vezes se provam no momento da morte são um prazer para o
Espírito, que vê chegar o fim do seu exílio.
No momento da morte, a alma tem, às
vezes, uma aspiração ou êxtase, que lhe faz entrever o mundo para o qual
regressa?
— A alma sente, muitas vezes, que se
quebram os liames que a prendem ao corpo, e então emprega todos os seus
esforços para os romper de uma vez. Já parcialmente separada da matéria, vê o
futuro desenrolar-se ante ela e goza por antecipação do estado de
Espírito."
Ajudar alguém nos últimos meses ou
anos é uma das maiores responsabilidades que alguém pode ter. Sob certos
aspectos é bem mais difícil que criar uma criança. A criança coleciona
conquistas, o idoso ou o doente coleciona dificuldades. Mas, porém, virão
conquistas; conquistas para o espírito e para o amadurecimento pessoal. Nesta
fase os grandes ganhos não são exteriores, são interiores.
Tenha claro esta realidade: há muito
aprendizado nos últimos anos de vida.
E mais, são alguns dos aprendizados
mais importantes para o futuro do espírito.
Uma criança nasce e aprende a falar e
a andar. São ganhos que parecem grandes, mas que se perdem com o falecimento.
Já os aprendizados dos últimos anos são realmente centrais para o espírito. Por
exemplo: uma pessoa muito orgulhosa, ao se ver necessitada de ajuda, descobriu
na humildade a paz que lhe faltou por toda a vida. Ela dizia: "Meu Deus,
porque não aprendi a viver assim antes?" Não aprendeu antes, mas aprendeu
quando as limitações físicas se fizeram mais fortes.
Alguém poderia dizer; "antes
tarde do que nunca". Quem conhece a vida espiritual sabe que NUNCA é tarde
para esta transformação positiva. Esta transformação será muito importante por
décadas e séculos.
Por isto, não fique tão triste com as
perdas que acompanham a velhice e as doenças. São oportunidades únicas. São
oportunidades importantíssimas.
Primeiro porque "tira de cima da
pessoa" o peso da sociedade. A sociedade é uma prisão brutal para grande
parte das pessoas. Somos orgulhosos, esta é a verdade. São raríssimos os seres
humanos que não são orgulhosos. A doença e as limitações da idade jogam por
terra grande parte das vaidades, orgulho e desejo de ser aceito (os místicos
dizem: tudo desaba). É um choque que coloca o ego da pessoa lá embaixo; algumas
até deprimem. Mas, a queda do ego é a porta aberta para a emersão do que é
realmente importante para o espírito.
São bilhões de pessoas que tem na
velhice e nas doenças as últimas oportunidades para realizar seu progresso
espiritual.
Importante: aprenda a olhar para a
pessoa amada como um espírito que dá os últimos passos e que tem as últimas
oportunidades de realizar conquistas nesta vida (nesta encarnação).
O corpo perde, mas o espírito pode
ganhar. O corpo vai finalizar, mas a vida espiritual ainda é longa. Por isto,
tranquilize-se com as perdas. Tenha serenidade para acompanhar estas perdas.
Cuide com carinho, mas treine-se para o desligamento. Aceite cada passo que a
natureza der; traga conforto e use sempre um diálogo espiritualizado para
facilitar o entendimento e a superação das dificuldades.
Treine com a mensagem de Jesus:
"seja feita a Sua vontade". Nada é perda, tudo é transformação. Tenha
paciência, porque você é apenas alguém que acompanha uma trajetória que é muito
pessoal e especial - a trajetória do seu ente querido até a libertação do
corpo.
Veja a morte como saudade para quem
fica e liberdade para quem vai. É uma libertação, porque chegará um momento em
que os aprendizados serão pequenos; este é o momento de voltar para a vida
espiritual.
As pessoas tem medo da morte, porque
não confiam de fato na realidade espiritual. A morte é dar um salto de
confiança rumo a um novo nascimento, desta vez para a vida sem o corpo físico.
A morte "bem morrida" é uma morte repleta de confiança. É caminhar
para o que o corpo desconhece com a confiança de que ali está o melhor para si
mesmo.
A morte é, na imensa maioria das
vezes, o melhor que a pessoa pode esperar. Mesmo uma mãe que deixa seus filhos
pequenos deve se soltar e entrar em confiança: "este é o melhor
caminho". Estamos treinados para perceber a morte como ruim, como triste,
como sofrimento. Dizemos do morto: "coitado!" Esta ideia é fruto de
uma concepção errada. Do outro lado há, muitas vezes, uma festa. É chegada a
hora, o melhor está acontecendo, existem reencontros - porque não seria festa?
"O Espírito encontra
imediatamente aqueles que conheceu na Terra e que morreram antes dele?
— Sim, segundo a afeição que tenham
mantido reciprocamente. Quase sempre eles o vêm receber na sua volta ao mundo
dos Espíritos e o ajudam a se libertar das faixas da matéria. Vê também a
muitos que havia perdido de vista durante a passagem pela Terra; vê os que
estão na erraticidade, bem como os que se encontram encarnados, que vai
visitar."
Allan Kardec - O Livro dos Espíritos
Se este texto for útil para você,
será para outras pessoas. Portanto, te convido a divulgar o link deste texto.
Todas as pessoas que vivem nesta
escola de preparação espiritual chamada Terra já passaram pela experiência de
ver partir entes queridos para um local que a maioria não consegue bem definir.
Acidentes violentos, enfermidades inesperadas, crimes hediondos, ou até mesmo
situações banais, são apenas algumas das formas pelas quais todos os dias
milhares de seres partem deste mundo rumo ao desconhecido.
A dor é ainda maior quando a morte
arrebata de nosso convívio pessoas que nos são tão caras. Como dói a um pai
sepultar o corpo do filho; a uma esposa que não terá mais a mão amiga do
marido; a um irmão privado da convivência com a irmã; ou simplesmente a
ausência física dos amigos queridos! Todos eles partem deixando em nossos
corações a doce brisa da saudade.
Como conciliar tamanha dor com a
justiça e a bondade do Pai, o Criador? Como explicar o amor de Deus que permite
que criaturas tão amadas sejam tiradas de nós dessa forma? Qual a explicação
para a morte daqueles que se vão em tenra idade, com todo um futuro promissor
pela frente? E qual seria o motivo que pudesse justificar as enormes dores que
levam à morte pessoas que desde o berço sempre cultivaram a bondade, a
humildade e a simplicidade para com seus semelhantes?
Diante de tudo isso, chegamos
inevitavelmente a uma encruzilhada: ou não existe reencarnação e Deus nem de
longe é o Pai amoroso, justo e misericordioso que Jesus nos apresenta em seu
Evangelho, ou então existe reencarnação e Deus é, de fato, um Pai que ama todos
os seus filhos indistintamente, concedendo a cada um deles os meios de
resgatarem seus erros do passado, harmonizando-se com as leis divinas. Se as
pessoas parassem para analisar tais situações, se convenceriam facilmente da
segunda opção, esta fascinante realidade que nós, espíritas, já conhecemos.
É claro que não seremos hipócritas a
ponto de afirmar que não sentimos a morte de nossos entes queridos. Não há
dúvida de que sentimos, pois a ausência física das pessoas que amamos dói bastante
e esta dor independe da opção religiosa daqueles que permanecem na Terra.
Contudo, o Espiritismo nos oferece algo a mais. As religiões pregam a
existência do Espírito, mas muitas estão vinculadas a dogmas ou interesses
obscuros e imediatistas que não permitem aos seus seguidores uma análise
imparcial e racional sobre o assunto.
Só a Doutrina Espírita é capaz de
esclarecer o que acontece com a alma antes do berço e depois do sepulcro. Como?
Vejamos alguns pontos, considerando que o Espiritismo é um doutrina de tríplice
aspecto: filosófico, científico e religioso.
Do ponto de vista filosófico, ao
examinar as questões mencionadas acima, a Doutrina dos Espíritos oferece
respostas a todas elas, nos convidando a raciocinar em termos da grandeza da
criação, bem como da justiça e do amor de Deus para com todas as criaturas.
Encontramos nos ensinamentos de Jesus e dos espíritos superiores a orientação e
o consolo que amenizam nossas dores e sofrimentos.
O esclarecimento espírita, sempre
pautado pela razão, pela lógica e pelo bom senso, eleva nossa visão a níveis
nunca antes imaginados. Demonstra, com segurança, que somente através do
conhecimento de princípios e leis universais como reencarnação, evolução, causa
e efeito e livre-arbítrio, pode o homem encontrar as verdadeiras respostas para
os mais diversos questionamentos feitos ao longo da história da humanidade.
Mas, o Espiritismo não nos força a
aceitá-lo. Ao contrário, nos convida a examinar seus postulados com serenidade,
comparando-os com tudo o que observamos ao nosso redor no dia-a-dia. Ao invés
de simplesmente repelir tais ideias, veja se há no mundo alguma outra doutrina
ou sistema capaz de elucidar todas essas questões de forma tão racional e
coerente. Não temos a menor dúvida em afirmar que você não encontrará.
Kardec, durante os trabalhos da
codificação espírita na segunda metade do século XIX, advertia para o fato de
que a fé cega já não era mais para aquela época. Hoje, em pleno século XXI,
quando o homem se vê a braços dados com tanta evolução no campo do intelecto, é
nítido que vivemos um período onde precisamos considerar a razão como elemento
fundamental para a iluminação e o fortalecimento de nossa fé. Todo aquele que
questiona, tendo como base a fé raciocinada, naturalmente concluirá quanto a
excelência e a veracidade dos fundamentos da Doutrina Espírita.
No que tange ao seu aspecto
científico, o Espiritismo tem na mediunidade o seu principal instrumento de
confirmação da existência do plano espiritual e da possibilidade de intercâmbio
entre os espíritos e os homens. As respostas que a filosofia espírita nos
proporciona são ratificadas pelas próprias almas daqueles que já viveram na
Terra e que agora, sem as limitações do corpo material, nos trazem notícias e
informações de sua situação nas outras esferas.
É através do intercâmbio mediúnico
que aprendemos com os bons espíritos e temos a oportunidade de auxiliar aqueles
que se encontram em situações menos fáceis no Além Túmulo. São, portanto, os
espíritos que nos dão a certeza da imortalidade da alma, demonstrando que o que
morre é apenas o corpo físico e que os nossos entes queridos que já partiram
são, assim como nós, viajantes do Cosmo, herdeiros imortais do Pai Celeste.
O Espiritismo não é apenas uma
doutrina filosófica de comprovação científica. Seus ensinamentos conduzem os
adeptos a uma nova visão da vida e, consequentemente, a um processo de
renovação íntima, cuja base é o Evangelho de Jesus.
Afirmamos que o Espiritismo é
religião porque a sua moral permite-nos religar a Deus em espírito e verdade,
sem rituais, sem dogmas, mas sim através da prática do bem, único caminho que
nos coloca em sintonia com a Espiritualidade Superior. Nas imorredouras lições
do Cristo, Allan Kardec fincou as raízes da Doutrina, sinalizando que a moral
ensinada pelo Mestre de Nazaré é a base da verdadeira religião universal: o
Amor.
Com o estudo das chamadas obras
básicas da Codificação e outras de inegável valor doutrinário, além, é claro,
do Evangelho, encontramos respostas consoladoras e elucidativas para todos
problemas. O absurdo de uma morte prematura ou a incoerência dos sofrimentos
inenarráveis vividos por uma boa pesssoa, encontram respostas nas opções feitas
e nas ações realizadas em vidas passadas.
Há que se reconhecer que, dentre as
várias moradas da casa do Pai, somos moradores de uma que ainda está longe de
ser o paraíso que todos almejamos. Em planetas de provas e expiações como o
nosso, reencarnam espíritos que guardam graves compromissos com as leis
divinas, a exigirem, no tempo e local apropriados, as devidas reparações.
Diante de situações tão difíceis
quanto às que citamos, somos compelidos a buscar o entendimento de suas causas.
Quando não as encontramos nesta existência, naturalmente somos levados a
compreender que elas se encontram nas existências pretéritas. Há um axioma
científico que afirma não existir um efeito sem causa. Ora, se sofremos, há que
existir uma causa para este sofrimento.
Os pais humanos por mais imperfeitos
que sejam, não punem seus filhos e não os deixa sofrerem sem que seja
necessário, mediante um motivo justo. Imagine então o nosso Pai Celestial!
Desde que admitamos que Deus, Inteligência Suprema e Causa Primária de todas as
coisas, possui todos os atributos em grau ilimitado, inclusive a justiça, a
misericórdia, a bondade e o amor, chegaremos a conclusão de que a causa ou as
causas de nosso sofrimento são também justas e necessárias à nossa evolução
espiritual.
As leis divinas sempre favorecem o
indivíduo em sua caminhada ascencional, através de inumeráveis processos
educativos, de forma a facultar-lhe as oportunidades de reparação de erros, bem
como a aquisição de conhecimentos e virtudes indispensáveis ao processo
evolutivo.
Se você chora a perda de um ente
querido, que suas lágrimas sejam de saudade, de respeito, de reconhecimento e
de gratidão a Deus por ter lhe permitido desfrutar de prazeirosa companhia por
algum tempo. Lembre-se que a morte é um fenômeno natural que, simplesmente,
retira de nós a vestimenta carnal e nos permite retornar à verdadeira pátria
com o nosso corpo espiritual.
Mudamos de roupa e de casa, mas
continuamos existindo, em outra dimensão, mantendo nossa individualidade e
nossas tendências e gostos. Que suas lágrimas não sejam de revolta, de dor, de
lamentação e nem de reclamações contra o Criador. O choro desta natureza
prejudica muito os espíritos que aportaram recentemente no mundo espiritual e
que precisam, nestes momentos, de preces e boa vibrações para auxiliá-los a se
adaptarem à nova realidade.
Quando seus olhos buscarem os entes
queridos que já partiram para o Mais Além, não olhe para baixo. Olhe para as
estrelas ou simplesmente para seu lado. Se eles não estiverem te observando do
alto, pode ser que estejam velando por você ao seu lado. Quando sua mente ou
seu coração sentir aquele aperto de saudade daqueles que já não estão mais no
mundo físico, eleve seus pensamentos e sentimentos a Jesus e entregue ao Mestre
suas melhores vibrações. Ele se encarregará de encaminhá-las aqueles que você
tanto ama.