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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

“A VIDA DOS ESPÍRITOS IMPUROS NO ALÉM”

“Enleados em forças de baixo padrão vibratório, não aprendem a beleza da vida superior e, enquanto mentalidades frágeis e enfermiças se dobram humilhadas, os gênios da impiedade lhes traçam diretrizes, enfileirando-as em comunidades extensas e dirigindo-as em bases severas escuras do ódio aviltante e silencioso. Organizam assim, verdadeiras cidades, em que se refugiam falanges compactas de almas que fogem, envergonhadas de si mesmas, antes quaisquer manifestações da divina luz” (André Luiz – Livro Libertação. Psicografia de Chico Xavier. Cap. II – A palestra do Instrutor).
Fuja enquanto é tempo e enquanto está em experiências na vida terrena, dos vícios, desejos e paixões, que se não forem descartados aqui no Planeta, vão acompanhá-lo no mundo espiritual, onde certamente você vai engrossar a falange dos espíritos impuros que pululam em faixas vibratórias sombrias e trevosas do além, não só sofrendo horrores no campo mental, como também proporcionando sofrimentos aos seus familiares, tanto os que estão do outro lado da vida, como os que ficam, mas que um dia terão que partir também, encontrando no além da vida, aqueles que nos são caros, mas que nada fizeram para se sentirem felizes, causando constrangimento e decepção em todos aqueles por quem temos afetividade.
Denominam-se espíritos impuros todos aqueles que partem para o outro lado da vida sem nenhum sentimento de renovação, sem nenhuma capacidade de reação diante do mal que praticaram contra os seus semelhantes, porque não chegaram ao remorso e ao arrependimento, que são pontos iniciais para se descartar o mal interno que nos incomoda, e por isso partem para o além, exatamente como viveram aqui no Planeta; viciados e viciosos, autoritários, prepotentes, perversos, cruéis, maldosos e sensuais; orgulhosos, mentirosos, egoístas e maledicentes; ciumentos, hipócritas e despeitados, formando verdadeiras falanges de espíritos inferiores, que não abandonaram a Terra e nem a companhia dos encarnados, principalmente aqueles que deixam “brechas”, no comportamento, e passam a fazer parcerias com eles, que de algum modo se locupletam com as viciações humanas, tão ao gosto de quando eram vivos.
São impuros também os espíritos que, no além, continuam praticando todo tipo de maldade e perversidade; são os lascivos, sensuais, mentirosos, egoístas, e até certo ponto possuem determinada liberdade para a prática do mal; embora ela não seja absoluta, e só possa alcançar as pessoas com quem tenham afinidades, e é esse trabalho sujo executado pelos espíritos inferiores ou impuros, que se aglomeram aos milhares, partilhando com as criaturas terrenas as condições sombrias de habitabilidade da Crosta Terrena, que em síntese, é uma faixa agregada à atmosfera espiritual da Terra, onde estão temporariamente os chamados “mortos”, que na realidade estão vivos, e apenas não envergam mais a indumentária física, mas continuam com todos predicados do espírito imortal, esse viajor incansável da eternidade.
Dentre os espíritos impuros, existem aqueles que são rebeldes por excelência, formando verdadeiras quadrilhas bem organizadas, com a finalidade de perturbar o homem terreno, que de alguma forma, e às vezes inconsciente, compartilha, dando condições de aproximação e imantação, por causa das viciações que muitas pessoas acalentam, como o vício do álcool, do fumo, das drogas, do jogo e da sensualidade excessiva; ou então as viciações morais como o ódio, rancor, ressentimento, raiva, maldade, crueldade, perversidade, ciúme, maledicência, mentira, despeito, autoritarismo e prepotência. O deboche, a traição, a indiferença, são também corrosivos mentais de alto teor destrutivo, e do agrado de entidades espirituais, bravias, coléricas, tristes, melancólicas e depressivas, e que estão sempre ao lado dos desavisados e incautos da vida terrena.
Quanto maior for a inteligência e a sabedoria do espírito, maior será sua força mental, e consequentemente maior será sua capacidade para entender a vida espiritual, e quanto maior a ignorância, maior será a possibilidade de se entregar aos vícios, desejos e paixões, devido à cegueira intelectual e moral, que de alguma forma tapa os ouvidos e os olhos, fazendo com que o espírito possa agir simplesmente pelo instinto. O espírito impuro estampa na sua “aura humana” o sintoma doentio da sua loucura, e de todo mal que representa para ele mesmo, porque escravizaram suas mentes, a todo tipo de crime, falcatruas, escândalos e pecados, criando dentro de si mesmo, uma segunda natureza, a natureza do mal, em que cometer pecados os deixa felizes, principalmente quando encontram parceiros para dividir a desdita ou infelicidade.
Do outro lado da vida, dentro das possibilidades de cada um ou grupo, os espíritos impuros constroem e organizam cidadelas sombrias, guetos, favelas, masmorras e prisões; como sendo construções fluídicas encetadas por mentes desequilibradas, e por isso mesmo, não possuem nenhum tipo de beleza, ou características sublimes, e sim são grosseiras, sem linha de acabamento, tortas e opacas; são frias e escuras, e administradas com violência e brutalidade. Essas cidadelas e comunidades tristes, ficam localizadas numa faixa vibratória, que os espíritos iluminados chamam de “Umbral”, muito próxima a esfera psíquica dos encarnados, e aí vivem milhares de espíritos, como se fosse um formigueiro imenso, alimentado por vícios, desejos e paixões, tanto dos desencarnados como dos encarnados, que mantém contato com esse plano.
Djalma Santos
Fonte> Correio Espírita 

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“EXÍLIO OU RETORNO À PÁTRIA ESPIRITUAL?

O Mestre Jesus, durante sua passagem gloriosa pela Terra, deixou para toda a Humanidade a mensagem reconfortante de que estaria conosco por todo o sempre, não nos deixando órfãos. Enviaria o Consolador, que teria o escopo de ensinar todas as coisas e lembrar tudo o que ele pregou e exemplificou (João 16:26).
As falanges espirituais, instrutoras da codificação espírita, cumpriram as promessas do Cristo, levantando os véus dos chamados mistérios. Disse o amoroso Mestre dos Mestres: “O Consolador me glorificará porque há de receber do que é meu e vo-lo-á de anunciar” (João 16:14). Portanto, o Espiritismo revive a Doutrina de Jesus, em toda a sua pureza original, explicando-nos que as causa do sofrimento estão dentro de nós mesmos, refletindo a grande Justiça Divina de um Pai que é Amor (1-João 4:8).
A Doutrina Espírita ratifica o ensinamento contido no Salmo 28 de Davi: “Paga-lhe segundo as suas obras, segundo a malícia dos seus atos; dá-lhes conforme a obra de suas mãos, retribui-lhes o que merecem”. Como, igualmente, corrobora o Mestre, em Apocalipse 22:12: “...A cada um segundo as suas obras”.
Do mesmo modo, o Espiritismo clama que “a sementeira é livre, porém a colheita é obrigatória”. Os procedimentos certos ou errôneos, nos embates da vida, repercutem na vestimenta espiritual, vincando-a com as vibrações que o indivíduo logra criar. Os atos bons propiciam crescimento evolutivo espiritual, enquanto os equívocos necessitam de reparação, proporcionada pela chance do retorno à arena física.
Sem a presença marcante da reencarnação, acreditando-se em apenas uma vivência física, não há possibilidade de saldar a dívida contraída, desacreditando o Cristo quando ensina que não há prisão definitiva que não possa ser paga até o último centavo (Mateus 5:26). O próprio Jesus, após a crucificação, visitou e pregou aos espíritos em prisão (1 Pedro 3:19), revelando que não existe pena perpétua e, no renascimento na carne, muitas oportunidades de reajuste serão oferecidas
Nos arraiais da erraticidade, no período entre as reencarnações, estacionado na faixa evolutiva em que se encontra, impedido de alçar grandes voos, o espírito está envolvido por sua consciência. Aí padece o “inferno do remorso”, o qual constantemente o cientifica dos atos praticados em vivências reencarnatórias transatas e a necessidade da reparação dos equívocos.
Diante das leis divinas todos os homens são iguais. A diversidade dos instintos, das aptidões intelectuais e morais inatas observadas, resultam das vivências, das experiências e habilidades conquistadas ao longo do tempo através de inumeráveis reencarnações.
Quando usamos mal o livre-arbítrio, suprimindo a liberdade dos nossos semelhantes, impondo com violência as nossas ideias, prejudicando sobremaneira o nosso próximo, nos situamos contrários às leis naturais. Somos catalogados pelo Código Penal Divino, inserido em nossas consciências, como réus confessos, trazendo inscritas as sentenças em nossa intimidade espiritual, vivenciando intenso sofrimento interior.
Em verdade, o suplício não é para sempre, perdurará enquanto o remorso estiver sendo vivido e, reencarnando, o ser terá a oportunidade ilimitada de sair da prisão construída dentro de si mesmo, vivenciando, com coragem a resignação, a dor que surge no caminho, como, igualmente, poder se purificar, através da prática do amor, exercendo a caridade legítima e desinteressada de ganho material. Vivenciava, na verdadeira pátria que é a dimensão extrafísica, a condição de verdugo. Agora, livre da expiação retificatória, do “escândalo necessário” (Mateus 18:7), retorna pelo portal da morte como servo, sem mais a presença desagradável da culpa a lhe consumir. Disse Pedro: “O amor cobre multidão de erros” (1 Pedro 4:8).
Expiações coletivas
A ação do resgate pode acontecer, correlacionando-a com o tipo de infração. Se o mal foi praticado coletivamente, isto é, em conluio lastimável junto a um grupo de executores (“Ai daqueles por quem vem o escândalo” - Mateus 18:7), a liquidação dos débitos acontecerá com a presença de todos os protagonistas envolvidos, sendo o processo conhecido, na Doutrina Espírita, como expiação coletiva.
As desgraças sociais, envolvendo muitas vítimas, são relacionadas a fatores casuais pelos materialistas e espiritualistas menos avisados, o que caracteriza uma hipótese por demais simplória, não merecendo consideração, desde que a própria harmonia e ordem do Universo, como igualmente a grandeza matemática e estrutural das galáxias, apontam para uma causa inteligente. Aliás, a frase lapidar de Teófilo Gautier é sempre lembrada: “O acaso é talvez o pseudônimo de Deus quando Ele não quer assinar o seu próprio nome”.
Em “Obras Póstumas”, no cap. intitulado “Questões e Problemas”, há uma abordagem especial de Kardec e dos espíritos a respeito das expiações coletivas, comprovando a entidade Clelie Duplantier que faltas coletivas devem ser expiadas coletivamente pelos que, juntos, a praticaram. Disse que todas as faltas, quer do indivíduo, quer de famílias e nações, seja qual for o caráter, são expiadas em cumprimento da mesma lei. Assim como existe a expiação individual, o mesmo sucede quando se trata de crimes cometidos solidariamente por mais de uma pessoa. A propósito, o Codificador, em “A Gênese”, no capítulo 18, item 9, chama-nos a atenção de que a Humanidade é um ser coletivo no qual acontecem as mesmas revoluções morais que acontecem em cada ser individual.
Referências de Expiações Coletivas
Na literatura subsidiária espírita, temos algumas fontes de consulta a respeito do assunto em tela:
1- Em 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), aconteceu a enorme tragédia no Gran Circus Norte-Americano, relacionado, segundo o Espírito Humberto de Campos, como expiação coletiva, envolvendo romanos que assassinaram dezenas de cristãos, em uma arena na cidade de Lião, no ano de 177 ("Cartas e Crônicas, cap. 6, FEB);
2- O incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, com muitas vítimas, foi explicado como dívidas reportadas ao tempo das guerras das Cruzadas (“Diálogo dos Vivos", cap. 26);
3- Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, na questão 250 do livro “O Consolador”, esclarece-nos: “na provação coletiva verifica-se a convocação dos espíritos encarnados, participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro. O mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona então espontaneamente, através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas na dívida do pretérito para os resgates em comum, razão por que, muitas vezes, intitulais – doloroso acaso – às circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais”; e
4- André Luiz, no capítulo 18, do livro “Ação e Reação”, psicografado por Chico Xavier, descreve as palavras do benfeitor espiritual Druso, a respeito de um acidente ocorrido com uma aeronave, na qual pereceram 14 pessoas. Ressaltamos a informação de que “milhares de delinquentes que praticaram crimes hediondos em rebeldia contra a Lei Divina encontram-se, ainda, sem terem os débitos acertados”.
Diante de tais acontecimentos, os que desconhecem o nascer de novo, a reencarnação, podem, com certeza, bradarem: “Onde estava Deus quando tudo isso aconteceu?
Sem a explicação sensata das existências sucessivas, o mundo tem sua origem alicerçada no acaso, sendo o ateísmo o caminho a seguir por todos os que não aceitam a fragilidade dos argumentos dogmáticos, propagando uma só vivência física, com a criação do espírito junto com a formação do corpo de carne. Sem a crença reencarnacionista, não há como preencher o vazio da alma humana à procura de um esclarecimento a respeito de si mesmo e do porquê dos dramas que lhe afligem.
Dramática Colonização Europeia
No momento atual, a humanidade está perplexa com o fato de milhares de miseráveis subsarianos, sírios ou de Bangladesh morrerem na costa leste do Mar Mediterrâneo, em busca de exílio, principalmente em solo italiano. Durante a travessia por barcos, muitos desencarnam, famintos e doentes, outros por naufrágio.
Como explicar, sob o ponto de vista espiritual, semelhante tragédia de proporções realmente grandes, atingindo principalmente a Itália?
Podemos conjecturar que essa intensa tribulação (“é mister que venham escândalos”- Mateus 18:7) tem sua origem, em transatas vivências, nas quais esses mesmos espíritos, agora sofredores, participaram como algozes de ações deletérias, acarretando sofrimentos atrozes aos seus semelhantes (“Ai daquele por quem o escândalo vier”- Mateus 18:7), participando como protagonistas da violenta colonização europeia.
Por ser a Itália o país mais envolvido nesse dramático episódio, merece ser apontado o colonialismo italiano, o qual começou a mostrar suas garras a partir do final do século XIX, precisamente em 1885, com sua primeira colônia, Eritreia, sendo gasto muito dinheiro para apoderar-se de territórios intensamente pobres e distantes.
Alguns anos após, foram conquistadas a Somália, a Líbia e a Abissínia (hoje Etiópia). Milhares de pessoas morreram devido a essa empreitada colonialista. Somente na última batalha verificada na Abissínia pereceram cerca de 7.000 homens. Durante o domínio colonial italiano, na África, foram usadas armas proibidas, tais como gás venenoso e gás mostarda. Ao lado dos invasores italianos, apareceram com maior expansividade o colonialismo inglês e francês.
Agora, os invasores do pretérito aparecem reencarnados, no mesmo solo que pintaram de sangue, e com a roupagem física de africanos que tentam voltar às pátrias de origem, necessitando drasticamente de amparo, proteção e ajuda. Retornam como vítimas, deixaram de ser algozes.
Que tenhamos a certeza de que o Amor de Deus é incomensurável e existe uma razão espiritual para as tragédias que deixam aterrorizadas as criaturas terrenas. Tudo tem uma finalidade, a casualidade não existe. O Pai proporciona a redenção espiritual de todos nós, seus filhos, herdeiros e viajores do Cosmo, através de Sua eterna misericórdia e do Seu incomensurável Amor.
Américo Domingos Nunes Filho
Fonte: Correio Espírita

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'AS DORES E SOFRIMENTOS MORAIS DO ESPÍRITO"

“ Quando chegarmos a esse tempo, muitos serão escandalizados e terão praticado traições uns com os outros, e outros se aborrecerão, e surgirão muitos falsos profetas, que enganarão a muitos, mas ainda não será o fim”. (Mateus, 24:10)

     Não há a menor dúvida de que estamos vivendo a transição planetária do homem, ou seja, o fim dos tempos. O nosso Planeta de Provas e Expiações passa por momentos de grande tribulação, com seus habitantes desejando, a todo custo, buscar meios de encontrar o próprio destino ou a salvação alardeada por profetas, pregadores e filósofos. Porém, esquecemos de que essa iluminação interna não chegará até nós pelos meios da gratuidade, do automatismo ou do milagre, e sim pelo esforço próprio, que é o artífice de toda essa destinação do nosso Orbe Terrestre, levando a humanidade para faixas vibratórias da Regeneração, onde a felicidade nos aguarda. Mas para isso precisamos mudar muita coisa, principalmente no campo interno, como o comportamento, os sentimentos e o pensamento contínuo. 
     Enquanto estivermos apegados demasiadamente aos valores transitórios da vida, interessados no poder financeiro, político e administrativo, ou na ostentação dos valores materiais, dificilmente alcançaremos as faixas rarefeitas do infinito de Deus, porque ficaremos vedados pela nossa consciência imortal, que não aceita erros e cumplicidade com o mal. A nossa consciência está alinhada com as Leis Divinas que regem a vida cósmica, e aguarda sempre que o seu detentor, o homem terrestre, possa se reconciliar com a vida e com seus semelhantes, para então iniciar um processo de reparação íntima, desenvolvendo valores novos, dando prioridade aos valores espirituais, que são recursos divinos aliados à perfeição de Deus. 
     A indiferença da humanidade terrestre diante do Evangelho de Jesus, de suas determinações e de sua doação incondicional pela vida dos seres humanos, faz com que ainda passemos por todo o tipo de dores e sofrimentos, que só irão acabar quando atingirmos um patamar de virtudes que nos propicie encarar a vida física com responsabilidade, ética, amor e dedicação do nosso tempo, em trabalhar sempre para os outros e para nós, na busca de recursos que chegam até nós, quando nos doamos por inteiro, num trabalho humanitário de compartilhamento constante, sem descanso, até a hora da nossa morte, que não deve nos surpreender na preguiça, no desânimo, na ociosidade, na tristeza e na melancolia, e sim nas atividades diárias, cumprindo com nossos deveres e com nossas ordenações humanas. 
     Enquanto houver no nosso Planeta de Provas e Expiações divergências, desentendimentos, violência, ódio, rancor, raiva, autoritarismo, prepotência, perversidade, crueldade, mentira, ciúme e egoísmo, ou outras formas sombrias de relacionamento humano, não estaremos aptos para transcender às nossas dificuldades e obstáculos, e alcançar as metas maiores do nosso destino, e certamente ficaremos agregados ao passado, junto aos vícios, desejos e paixões, onde haverá sempre dores e ranger de dentes. Aqueles que se aproveitam dos incautos de fé frágil, e que ensinam mas não convencem, que oferecem salvação gratuita, o automatismo ou o milagre, encontrarão dificuldades para caminhar em paz, porque não a conquistaram, e nem armazenaram nenhum valor crístico, que possa amparar os anseios do coração.
      Do outro lado da vida, ou seja, no além, as dores, sofrimentos e aflições são de cunho moral, e repercutem diretamente na estrutura íntima do espírito imortal, que não poderá se livrar desses acicates, e às vezes são tão pungentes e dolorosas que, para a entidade espiritual que está passando por essas dificuldades, o sofrimento parecerá eterno. Mas não é bem assim: chega uma hora que tudo termina, principalmente quanto o endividado chega ao remorso e ao arrependimento, dando condições para que espíritos bondosos e evoluídos possam lhe socorrer, levando o infrator para locais de atendimento fraterno, onde são tratados e preparados para continuar a jornada evolutiva. 
     Ali, nesses recantos de solidariedade e de compartilhamento, esses endividados do espaço recebem instruções e recursos fluídicos para o reequilíbrio, e se prepara para novas reencarnações, em que muitas vezes reaparecem aqui na Terra, com limitações dolorosas no corpo físico, como única forma de reparar os erros escabrosos da retaguarda da vida. 
     Esse processo de reeducação dos espíritos no além pode durar anos e anos sucessivos, exatamente o tempo em que passaram na intemperança mental, invadindo fronteiras alheias e direcionando forças negativas para atassalhar a vidas dos semelhantes. Ninguém sofre à toa, pois tem sempre um motivo, uma causa iniciante que deságua na dor, no sofrimento e nas aflições, aqui ou no além, depois que atravessamos as águas enigmáticas do rio da morte.
Djalma Santos
Fonte: Correio Espírita

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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

"É NECESSÁRIO VIVER O LUTO PARA NÃO VIVER DE LUTO"

Acordar. Respirar. Pensar. Existir. Não há um verbo que não doa durante o luto. Talvez dormir alivie, que é quando a dor adormece. Momento em que o medo desperta: será preciso enfrentar o dia seguinte.
Perder quem amamos é morrer um pouco, mesmo que o coração insista em bater. O luto nos torna um lugar ruim. Queremos fugir de nós mesmos, emprestar outra vida, perder a memória, trocar de papel. Qualquer coisa que nos tire a dor com a mão, que nos salve do horror de sentir que alguém foi amputado de nós. Não há alívio imediato.
A morte é uma verdade disfarçada de absurdo. Não se arrepende, não volta atrás, é desfecho. O verdadeiro “para sempre”. É telefone que não toca, silêncio que ensurdece, pesadelo que não acaba, falta que jamais deixará de ser.
Enlutar-se é se mudar para uma espécie de cela blindada, da qual saímos somente para intermináveis e dolorosos banhos de sol. Uma solitária para a qual queremos voltar logo – embora triste e sombria, ela ainda é o lugar onde nos sentimos menos desconfortáveis.
Eu me lembro de vagar pela cidade como numa cena sem áudio. Olhava ao redor e me perguntava com que direito as pessoas sorriam, se dentro de mim as luzes estavam apagadas. É assim até que a gente se acostume. A morte se repete muitas vezes. Ao acordar, está lá a morte de novo. A cada lembrança, outra morte. Até que em nós ela morra de fato — e isso demora.
Quando meu filho nasceu foi parecido. Só que era vida. Toda hora a vida de novo. A cada instante olhar e ver: nasceu, é meu filho. Respira, mexe, chora, mama, é vida.
Se nascimento e morte são duas verdades que crescem diante de nós, até que possamos de fato acreditar, calhou que na vida experimentei os dois de forma simultânea. Eu estava grávida quando perdi o pai do meu filho que iria nascer. Foi viuvez, mas também foi aborto: a frase cortada em pleno gerúndio. Com o coração dele que parou de bater, morreu nosso futuro.
Cris estava grávida quando Gui, o pai do seu filho, faleceu. “Com o coração dele que parou de bater, morreu nosso futuro”, conta.
O que mais doía no luto era não conseguir que as pessoas sentissem a minha dor. Falei compulsivamente. Escrevi de forma obsessiva. Até que as pessoas também chorassem. E elas choraram – mais as suas dores que as minhas, é verdade, mas isso também é empatia. E quando cada momento latente de falta se transformava em um texto delicado, quando as palavras conseguiam fazer o outro vestir a minha dor, a tristeza virava alegria: que alívio me sentir compreendida. Numa espécie de alquimia incidental, transmutei dor em sorriso.
Veja você como a vida é chegada numa ironia: o luto é praticamente um parto. É preciso reaprender a viver sem a pessoa que se foi, como quem nasce de novo – e quem permanecerá o mesmo? Viver o luto é renascer – e nascer é exercício solitário. É preciso olhar o mundo novamente e re-conhecer-se diante dele.
Mas, como criança que cresce, o luto demanda tempo. Enquanto isso, não sai por aí despertando sorrisos. Num mundo programado para a felicidade, o luto constrange. Abre um hiato de mal-estar. A morte é certeza demasiado espinhosa para que se toque nela com naturalidade.
O momento menos solitário talvez seja a primeira semana, o primeiro mês, enquanto duram os rituais de despedida. Passam-se alguns dias e todos retomam suas vidas. Ninguém mais quer falar sobre isso. A não ser o próprio enlutado, que não quer falar de outra coisa. Agora é que a dor vai começar. E parece que não vai parar nunca. Talvez fique para sempre mesmo: a perda vai se alojando no corpo, como uma bala encapsulada, até não incomodar mais. Com paciência, o tempo muda os afetos de lugar. Passa a morar em mim quem se foi.
E então a dor me leva a outros lugares. Abre meus olhos, me ensina a mudar de assunto. E assim, distraidamente, vai me mostrando a vida de novo – agora outra, porque sempre é tempo para mudar.
A perda pede recolhimento como um pós-operatório, ou reincide. A ferida se abre de novo. É preciso respeitar o luto (e entregar-se a ele, sem medo) até que chegue sua hora de ir embora. Cada um descobre sua forma de colocar a dor para trabalhar em outra direção. A falta pode ser, então, bastante reveladora.
Quando pequenos, aprendemos com os livros infantis. Depois de adultos, as pessoas que se vão passam a nos fazer pensar sobre nossas vidas. Lembram-nos a urgência de amar quem está vivo e perto. E ensinam que fazer escolhas não precisa ser tão sofrido, nem carece do peso da certeza de ser para sempre. Nenhum de nós é para sempre.
A vida é curta, sim. Não vem com prazo de validade nem traz garantias. Cada fim de ano é oportunidade única para afetos reunidos – riso e choro, inclusive. Comemore. Mesmo com um lugar vago à mesa, a família está ali. O peru está de dar água na boca. As crianças correm lá fora. O brinde à vida não pode esperar.
Em 2008, a publicitária e escritora Cris Guerra lançou o livro “Para Francisco“, no qual apresenta ao filho o pai que ele não conheceu (Guilherme morreu no final da gravidez de Cris).
Autor: Cris Guerra

Fonte: Mensagem Espirita.
www.mensagemespirita.com.br/

"PORQUE OS ESPÍRITOS PERMITE ALGO QUE VAI NOS FERIR?"

A questão do livre-arbítrio se pode resumir assim: O homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma existência em que seja arrastado ao crime, quer pelo meio onde se ache colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir.
Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamentos a que todos nos temos voluntariamente submetido.
Cabe à educação combater essas más tendências. Fá-lo-á utilmente, quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene.
Desprendido da matéria e no estado de erraticidade, o Espírito procede à escolha de suas futuras existências corporais, de acordo com o grau de perfeição a que haja chegado e é nisso, como temos dito, que consiste sobretudo o seu livre-arbítrio. Esta liberdade, a encarnação não a anula. Se ele cede à influência da matéria, é que sucumbe nas provas que por si mesmo escolheu. Para ter quem o ajude a vencê-las, concedido lhe é invocar a assistência de Deus e dos bons Espíritos.
Allan Kardec.

Fonte: Chico de Minas Xavier

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...