Seguidores

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

“A MORTE NÃO EXISTE, É APENAS UMA TRANSIÇÃO EM SUA EXISTÊNCIA”

"Sobre a Terra, tudo é ilusão, tudo passa, tudo se transforma de um instante para outro. O   que  conta é o que guardamos dentro de  nós, tudo mais há de ficar com o corpo, que se desfará em pó.“ Chico Xavier
“Devemos aceitar a chegada da chamada morte, assim como o dia aceita a chegada da noite – tendo confiança que, em breve, de novo há de raiar o Sol !... “
"A morte é uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. Para além da campa, abre-se uma nova fase de existência. O Espírito, debaixo da sua forma fluídica, imponderável, prepara-se para novas reencarnações; acha no seu estado mental os frutos da existência que findou.
Por toda parte se encontra a vida. A Natureza inteira mostra-nos, no seu maravilhoso panorama, a renovação perpétua de todas as coisas. Em parte alguma há a morte, como, em geral, é considerada entre nós; em parte alguma há o aniquilamento; nenhum ente pode perecer no seu princípio de vida, na sua unidade consciente. O Universo transborda de vida física e psíquica. Por toda parte o imenso formigar dos seres, a elaboração de almas que, quando escapam às demoradas e obscuras preparações da matéria, é para prosseguirem, nas etapas da luz, a sua ascensão magnífica.
A vida do homem é como o Sol das regiões polares durante o estio. Desce devagar, baixa, vai enfraquecendo, parece desaparecer um instante por baixo do horizonte. É o fim, na aparência; mas, logo depois, torna a elevar-se, para novamente descrever a sua órbita imensa no céu.
A morte é apenas um eclipse momentâneo na grande revolução das nossas existências; mas, basta esse instante para revelar-nos o sentido grave e profundo da vida. A própria morte pode ter também a sua nobreza, a sua grandeza. Não devemos temê-la, mas, antes, nos esforçar por embelezá-la, preparando-se cada um constantemente para ela, pela pesquisa e conquista da beleza moral, a beleza do Espírito que molda o corpo e o orna com um reflexo augusto na hora das separações supremas. A maneira por que cada qual sabe morrer é já, por si mesma, uma indicação do que para cada um de nós será a vida do Espaço.
Há como uma luz fria e pura em redor da almofada de certos leitos de morte. Rostos, até aí insignificantes, parecem aureolados por claridades do Além. Um silêncio imponente faz-se em volta daqueles que deixaram a Terra. Os vivos, testemunhas da morte, sentem grandes e austeros pensamentos desprenderem-se do fundo banal das suas impressões habituais, dando alguma beleza à sua vida interior. O ódio e as más paixões não resistem a esse espetáculo. Ante o corpo de um inimigo, abranda toda a animosidade, esvai-se todo o desejo de vingança. Junto de um esquife, o perdão parece mais fácil, mais imperioso o dever.
Toda morte é um parto, um renascimento; é a manifestação de uma vida até aí latente em nós, vida invisível da Terra, que vai reunir-se à vida invisível do Espaço. Depois de certo tempo de perturbação, tornamos a encontrar-nos, além do túmulo, na plenitude das nossas faculdades e da nossa consciência, junto dos seres amados que compartilharam as horas tristes ou alegres da nossa existência terrestre. A tumba apenas encerra pó. Elevemos mais alto os nossos pensamentos e as nossas recordações, se quisermos achar de novo o rastro das almas que nos foram caras.
Não peçais às pedras do sepulcro o segredo da vida. Os ossos e as cinzas que lá jazem nada são, ficai sabendo. As almas que os animaram deixaram esses lugares, revivem em formas mais sutis, mais apuradas. Do seio do invisível, onde lhes chegam as vossas orações e as comovem, elas vos seguem com a vista, vos respondem e vos sorriem. A Revelação Espírita ensinar-vos-á a comunicar com elas, a unir os vossos sentimentos num mesmo amor, numa esperança inefável.
Muitas vezes, os seres que chorais e que ides procurar no cemitério estão ao vosso lado. Vêm velar por vós aqueles que foram o amparo da vossa juventude, que vos embalaram nos braços, os amigos, companheiros das vossas alegrias e das vossas dores, bem como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que encontrastes no vosso caminho, os quais participaram da vossa existência e levaram consigo alguma coisa de vós mesmos, da vossa alma e do vosso coração. Ao redor de vós flutua a multidão dos homens que se sumiram na morte, multidão confusa, que revive, vos chama e mostra o caminho que tendes de percorrer.
Ó morte, ó serena majestade! Tu, de quem fazem um espantalho, és para o pensador simplesmente um momento de descanso, a transição entre dois atos do destino, dos quais um acaba e o outro se prepara. Quando a minha pobre alma, errante há tantos séculos através dos mundos, depois de muitas lutas, vicissitudes e decepções, depois de muitas ilusões desfeitas e esperanças adiadas, for repousar de novo no teu seio, será com alegria que saudará a aurora da vida fluídica; será com ebriedade que se elevará do pó terrestre, através dos espaços insondáveis, em direção àqueles a quem estremeceu neste mundo e que a esperam.
Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente. Para nós, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volve à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna.
Essa pátria é a Imensidade radiosa, cheia de sóis e de esferas. Junto deles, como há de parecer raquítica a nossa pobre Terra” O Infinito envolve-a por todos os lados. O infinito na extensão e o infinito na duração, eis o que se nos depara, quer se trate da alma, quer se trate do Universo.
Assim como cada uma das nossas existências tem o seu termo e há de desaparecer, para dar lugar a outra vida, assim também cada um dos mundos semeados no Espaço tem de morrer, para dar lugar a outros mundos mais perfeitos.
Dia virá em que a vida humana se extinguirá no Globo esfriado. A Terra, vasta necrópole, rolará, soturna, na amplidão silenciosa.
Hão de elevar-se ruínas imponentes nos lugares onde existiram Roma, Paris, Constantinopla, cadáveres de capitais, últimos vestígios das raças extintas, livros gigantescos de pedra que nenhum olhar carnal voltará a ler. Mas, a Humanidade terá desaparecido da Terra somente para prosseguir, em esferas mais bem dotadas, a carreira de sua ascensão. A vaga do progresso terá impelido todas as almas terrestres para planetas mais bem preparados para a vida. É provável que civilizações prodigiosas floresçam a esse tempo em Saturno e Júpiter; ali se hão de expandir humanidades renascidas numa glória incomparável. Lá é o lugar futuro dos seres humanos, o seu novo campo de ação, os sítios abençoados onde lhes será dado continuarem a amar e trabalhar para o seu aperfeiçoamento.
No meio dos seus trabalhos, a triste lembrança da Terra virá talvez perseguir ainda esses Espíritos; mas, das alturas atingidas, a memória das dores sofridas, das provas suportadas, será apenas um estimulante para se elevarem a maiores alturas.
Em vão a evocação do passado, lhes fará surgir à vista os espectros de carne, os tristes despojos que jazem nas sepulturas terrestres. A voz da sabedoria dir-lhes-á: “Que importa as sombras que se foram! Nada perece. Todo ser se transforma e se esclarece sobre os degraus que conduzem de esfera em esfera, de sol em sol, até Deus”. Espírito imorredouro, lembra-te disto: “A morte não existe”.
Léon Denis - O Problema do Ser, do Destino e da Dor

Fonte: Página Espírita

“ASSOMBRAÇÃO. ALMAS DO OUTRO MUNDO OU ALMAS PENADAS”

Os gregos acreditavam que, depois da morte, a alma, sendo imortal, não desaparecia com o corpo e ia para uma região chamada Hades (o mundo dos mortos que ficava sob a terra e era governada pelos deuses Plutão ou Hades e Prosérpina). Para que a alma chegasse ao Hades, porém, havia que ser morta e enterrada segundo rituais. Caso uma pessoa morresse, mas não fosse enterrada, a sua alma não ia para o Hades e ficaria vagando pela terra perturbando a vida dos mortais. Era também por isso que as famílias greco-romanas antigas faziam o culto dos mortos ou culto dos ancestrais, cujo objetivo era prover a alma do morto de alimento para que, faminta, ela não viesse cobrar dos vivos a atenção que lhe seria devida.
Esta ideia atravessou os séculos e chegou aos nossos dias como alma penada, assombração ou alma do outro mundo. Assim, na cultura popular brasileira, acreditava-se que muitas almas estavam condenadas a vagar pela Terra cumprindo um fado que durava certo número de anos, normalmente sete. Outras ficavam apegadas a certos lugares, como a casa onde viveram. Tais lugares eram chamados de assombrados, pois em grego, apareciam na forma de sombra. Havia também lugares especiais habitados pelas almas como: cemitérios, lugares ermos, velhos castelos e teatros, onde atores fantasmas continuavam a encenar suas peças e assim por diante. Essa crença gerou um grande número de relatos que servem até hoje de matéria para filmes e livros.
Nos anos cinquenta, eu morava em um bairro chamado Rocha Miranda. Perto da minha rua, (a Rua 29) havia a Rua 30 em cuja parte mais alta havia os restos de uma fazenda antiga que o povo dizia ter pertencido ao Coronel Vira-Mundo. Ninguém passava à noite, principalmente, à meia-noite ou hora grande, nas imediações da fazenda, pois vindo de seus escombros ouviam-se gemidos lamentosos, uivos terríveis, gritos de dor. Outros afirmavam que aparecia o próprio Vira-Mundo, que vinha na bica de água ali existente lavar seu cavalo de fogo.
Na Rua 30, havia um fantasma conhecido como a Mulher que Crescia. Quem a havia visto contava que ela andava altas horas da noite por aquela rua. Vista de longe, parecia uma mulher comum, vestida de branco e de cabelos compridos, mas à medida que ela se aproximava do passante, ia crescendo... crescendo ...crescendo tanto que ficava mais alta do que um poste e depois, literalmente, se derramava sobre o pobre coitado que tivesse a infelicidade de vê-la: aterrorizado, saía em desabalada carreira ou mesmo desmaiava, só acordando pela manhã do dia seguinte.
Na Rua Américo da Rocha, em Honório Gurgel, havia um "meladeiro" misterioso que passava vendendo melado depois da meia-noite. Assustadas, as pessoas não abriam a janela para vê-lo, limitavam-se, fazendo o sinal da cruz ao ouvir-lhe a voz triste e lamentosa anunciando o seu produto até ao final da rua. Um dia, uma jovem que morava na Zona Sul estava na casa de uma prima que ia se casar e o ouviu passar; sem se importar, chamou-o e comprou uma garrafa de melado. O homem estranho não quis receber dinheiro algum e seguiu seu caminho. Depois, quando ela abriu o pacote onde estaria o melado encontrou uma canela de defunto.
Havia também as almas penadas que erravam pela Terra porque estavam no purgatório precisando de missas que não lhes eram feitas. Assim, essas almas apareciam para as pessoas pedindo a elas que lhes rezassem missas. Nessas histórias a assombração, se atendida por uma pessoa corajosa, revelava a esta a existência de tesouros escondidos com os quais ela poderia pagar as missas, geralmente sete, ficando com o restante.
Um desses relatos conta a história de um estudante muito corajoso que foi passear pelo interior do estado de Minas Gerais. Ao anoitecer, chegou a uma cidadezinha e desejou passar a noite ali, mas não havia hotéis na cidade e, como ele insistisse, um morador, lhe disse que havia, nas proximidades, uma fazenda abandonada em cujo casarão ele poderia dormir, desde que não tivesse medo porque o lugar era encantado (assombrado). O rapaz não teve medo e lá se foi para o lugar. Ali chegando, encontrou um velho cômodo que lhe pareceu bom para dormir e se deitou.
Altas horas da noite, ouviu uma voz que vinha do teto e dizia, apavorante: "Eu caio... Eu caio... Eu caio...". O rapaz não teve medo e falou: "Quer cair, pode cair." Nesse momento, caiu a perna de um esqueleto. A voz continuava dizendo a mesma coisa e o rapaz mandava cair. E caiam partes de um esqueleto. Quando o esqueleto ficou completo, disse ao jovem que o acompanhasse. O jovem seguiu com o fantasma que lhe apontou um lugar do lado de fora e lhe disse que cavasse ali: o rapaz cavou e encontrou uma panela cheia de moedas de ouro. O esqueleto, então, falou: "Pega este dinheiro reza sete missas para mim e fica com o resto para você." O rapaz fez isso e nunca mais apareceu coisa alguma na fazenda assombrada.
Essas histórias são folclóricas, resultado da imaginação popular e de materiais muito antigos que chegaram adaptados aos nossos dias e à nossa realidade. Entretanto, elas apontam para uma crença arraigada na alma popular: a vida continua e as pessoas chamadas mortas não estão desaparecidas para sempre e podem se manifestar aos vivos. Muitas dessas histórias podem ser explicadas pela Doutrina Espírita. Há, inclusive, um livro clássico de Camilo Flamarion As Casas Mal-Assombradas dedicado a este assunto e baseado em fatos reais documentados.
Ficamos por aqui, mas acredito que os interessados em pesquisa sobre este assunto poderiam mesmo escrever um livro que poderia se intitular: Fantasmas e assombrações segundo o Espiritismo. Matéria é o que não falta.

José Carlos Leal- CORREIO ESPÍRITA

terça-feira, 31 de outubro de 2017

“COM QUEM EU VOU CONVIVER NO PLANO ESPIRITUAL? ”

Muitas pessoas têm dúvidas do que irão fazer após desencarnar, como por exemplo: Qual será a minha rotina? Com quem vou conviver? O que posso fazer no plano espiritual?, etc. Mas a grande questão antes de sabermos disso tudo é: Para onde vou após desencarnar?
Tempo no mundo dos espíritos é diferente do tempo como o conhecemos. E a sua rotina também se diferencia da nossa, visto que eles têm uma noção mais ampla do período do qual dispõem para dar conta de suas obrigações. Na colônia Nosso Lar, por exemplo, André Luiz relata situações do cotidiano dos espíritos que lá habitam. Assim como no mundo físico, eles acordam após algum período de descanso que, para nós, seria o equivalente ao sono noturno. Ao despertar, fazem suas preces de agradecimento e reconhecimento ao criador para, em seguida, fazer a higiene pessoal e, quando ainda necessitam, fazer também o desjejum, ou seja, a primeira alimentação do dia. Somente após estas etapas de preparo é que eles se dirigiram aos seus locais, onde vão desempenhar as suas funções de trabalho ou estudo.
Não entre em pânico com o que você acabou de ler. Quanto mais evoluído o espírito for, menos necessitará de repouso, porém, outros espíritos ainda necessitam dormir à semelhança de quando ainda estavam encarnados. Talvez nunca lhe tinham falado, mas espíritos recém-chegados às colônias espirituais e aqueles que lá habitam por pouco tempo, bem como espíritos que têm mais dificuldade de se desapegarem dos hábitos terrenos, ainda mantêm determinados comportamentos típicos de encarnados, como se alimentarem, usarem o banheiro, fazerem a higiene pessoal – tudo feito exatamente como quando ainda estavam encarnados. Isto só é possível graças ao perispírito que está impregnado dessas informações. Como as colônias espirituais foram criadas com o objetivo de proporcionar a seus moradores a mesma sensação de habitar uma cidade terrena, tudo por lá é uma cópia perfeita de tudo que se vê por aqui.
Um detalhe importante: nem todos os espíritos são capazes de retirar do fluido cósmico universal a energia para alimentar seu perispírito. Então, eles contam com a ajuda dos moradores das colônias que os acolhem para o preparo de alimentos a base de sucos, sopas e frutas.
A organização de uma colônia respeita diretrizes muito semelhantes àquelas que já conhecemos por aqui. Assim, ao desencarnar e ser designado para cumprir determinada função, qualquer espírito terá uma ideia básica de como a “máquina pública” funciona por lá. Como ensina André Luiz, no livro Nosso Lar, toda colônia tem um governador, ou seja, uma espécie de prefeito ou administrador. Após assumir seu mandato, este espírito administrador reúne sua equipe de ajudantes, que em Nosso Lar é conhecida como ministros e se equivaleria, aqui, aos secretários do prefeito.
A partir daí, cada repartição tem um responsável encarregado de zelar pelo seu bom funcionamento. Todas as escolas, os hospitais, os departamentos dos ministérios têm seus diretores. Esses diretores têm seus auxiliares que, por sua vez, têm colegas de trabalho para o exercício de suas funções. Como informa André Luiz, assim que o espírito recém-desencarnado ou recém-chegado à colônia se sente disposto, é convidado a ocupar seu tempo, seja através do estudo ou prestação de serviços. Nas colônias, não há empresas e toda a demanda de produção de trabalho e serviços é comandada pela administração local desde a produção de alimentos fluídicos, vestes, viagens, remédios, etc.
Para os espíritos comprometidos com o bem, não há ócio e nem tempo a perder. Se você pensa que vai passar a eternidade à toa quando desencarnar, se engana, porque trabalho por lá é o que não falta. Os desencarnados têm obrigações, assim como qualquer encarnado. A única diferença para quem está por lá é que eles trabalham para seu aprimoramento moral, espiritual ou simplesmente pelo bem-estar, que o trabalho ou amparo ao próximo proporciona. Enquanto aqui as pessoas trabalham para acumular bens, no plano espiritual cada espírito dispõe apenas do necessário para o funcionamento normal. Na colônia Nosso Lar, por exemplo, existe até pagamento para aqueles que estão inseridos no trabalho local. É o bônus hora, uma espécie de moeda corrente na colônia, que visa incentivar uma troca merecida entre quem trabalha e quem desfruta do conforto da colônia. Segundo o espírito André Luiz, a adesão é grande. Um exemplo muito interessante é a questão do vestuário. Em algumas colônias existe um departamento para cuidar da produção de peças de roupas para aqueles espíritos que não conseguem plasmar as próprias vestes.
Falando dessa forma, parece que os espíritos só pensam em trabalhar e nada mais. Na verdade, não é bem assim. É recomendado que cada cidadão dedique seu tempo ao trabalho, ao estudo e ao lazer de forma que possa aproveitar bem a estadia no plano espiritual e programar suas reencarnações futuras. O espírito nunca retroage e, como conhecimento nunca é em demasia, nada custa a ele aprender cada vez mais. Às vezes, o próprio trabalho é uma escola e prepara o espírito para funções que ele poderá ter quando reencarnar. Por exemplo, um espírito que trabalha como auxiliar dos médicos do plano espiritual pode, ao reencarnar, escolher seguir carreira na medicina. E acontece também de forma contrária, como um espírito que trabalhou na área médica desempenhar funções parecidas no plano espiritual, desde que esteja capacitado.
As colônias se localizam muito próximas à crosta terrestre e, segundo ensinam os mentores espirituais, muitas coisas que fazemos aqui, inclusive muitos dos objetos que usamos, são adaptações do que já existe por lá. A nossa rotina também é muito parecida. Por exemplo, o lazer é sempre gozado em atividades que engrandeçam o espírito, como peças de teatro, concertos musicais, leituras, passeios pela colônia e em visitas a colônias vizinhas, etc.

Fonte: TV Mundo Maior

“SUA VIDA ESTÁ AMARRADA? NADA DÁ CERTO PARA VOCÊ. NÓS RESOLVEMOS O SEU PROBLEMA. TRAZEMOS SEU AMOR DE VOLTA EM TRÊS DIAS. ”

Frases como estas estão nos classificados dos vários jornais. Tem pessoas distribuindo panfletos nos faróis com estes dizeres. Mas será que isto é Espiritismo?
Diante de sofrida viúva, a médium transmitia informações do “mentor”:
– Sua vida está “amarrada”. Há gente que não gosta de você e a cerca de vibrações negativas. Isso agrava os problemas com sua filha, que se ressente de um sentimento de rejeição de sua parte, quando nasceu.
Inconscientemente, ela guarda certa revolta e a agride com suas atitudes, pretendendo castigá-la.
– Estranho… Eu queria ser mãe! Vibrei quando fiquei grávida!
– E tem mais: seu marido não se conforma em viver longe da família, principalmente da filha, por quem nutre carinho especial. Está agindo com o propósito de levá-la. Daí os problemas de saúde que vem enfrentando.
– Meu Deus! É assustador!
– Tenha calma. Com nossa ajuda, esse nó será desfeito!
Terminada a reunião, tensa e amedrontada, a viúva perguntou à médium que providência deveria tomar.
– Deixe tudo por conta de meu mentor. Ele é poderoso. Teremos apenas que tomar algumas providências, comprando os apetrechos necessários.
– Estou pronta. Que devo fazer?
– Vai custar-lhe dois mil reais…
Ouvi essa assombrosa história da própria consulente.
Há dias não conseguia dormir, dando “tratos à bola”, a imaginar como conseguir o dinheiro necessário.
Sua angústia maior: não tinha de onde tirar soma tão grande. Vive de humilde pensão deixada pelo marido.
Recomendei-lhe que esquecesse o assunto e fosse cuidar da vida. Nada de mal lhe aconteceria. Todas aquelas informações eram meros recursos para impressioná-la, extorquindo seu dinheiro.
Incrível do que são capazes aqueles que apostam na ingenuidade humana.
Basta fechar os olhos, dizer que o “guia” está ali, e pronto! Os “clientes” aceitam qualquer patacoada como a mais pura expressão da verdade.
Dizendo-se especializados em desfazer “amarrações”, esses mistificadores usam sempre a mesma técnica:
Primeiro assustam as vítimas com “revelações” escabrosas.
Depois, propõem-se a resolver tudo, mediante o pagamento de determinada importância.
Apavorados, os incautos consulentes fazem das tripas coração para atender às exigências.
Dirá você, meu caro leitor:
– Consultei, certa feita, um médium desse tipo. Fez revelações acertadas.
É possível que aconteça, quando se trata de alguém que possui sensibilidade psíquica.
Nesse caso, a consulta é ainda mais inconveniente.
O “guia” vai apenas confirmar o que está na sua cabeça.
Se estiver desconfiado de que a mulher anda flertando com o vizinho, logo virá a informação:
– Cuidado! Sua mulher anda flertando com o vizinho!
O médium apenas captou suas suspeitas, situando mera fantasia por realidade.
Qual o comportamento ideal, em relação ao assunto? – perguntará você.
E eu lhe respondo:
Jamais procure tais “serviços”.
Eles não têm absolutamente nada a ver com a Doutrina Espírita, nem com os verdadeiros mentores espirituais. Estes cuidam de assuntos mais importantes.
Não perdem tempo com intrigas e fofocas.
Portanto, antes de ir atrás dessas fantasiosas “desamarrações”, é preciso desamarrar a nossa cabeça, exercitando discernimento.
O presente é fruto de nosso passado.
O futuro será fruto de nosso presente.
Nada melhor, portanto, se você cogita de um porvir feliz, que trabalhar por ele, com o mais legítimo de todos os recursos:
A prática do Bem.

Por: RICHARD SIMONETTI

“QUEM VOCÊ FOI NA VIDA PASSADA? ”

O que eu fui na vida passada?
Quase todo mundo que acredita em reencarnação tem essa curiosidade de saber o que foi na vida passada. Na verdade, vida nós temos só uma. Nós somos seres imortais. Temos uma vida e experimentamos muitas existências.
Tudo o que nós já vivemos, tudo o que nós já sentimos, pensamos, falamos e fizemos está arquivado dentro de nós. Jesus se referiu a isso ao dizer que “até os fios de cabelo de vossas cabeças estão todos contados”. Mas evidentemente o nosso cérebro físico não tem acesso a esses dados. O cérebro físico pertence a essa existência terrena, não pode acessar dados de existências anteriores.
Há casos em que nós temos pequenas lembranças de outras existências. Nós lembramos de cenas, de situações, sentimos determinadas emoções que sabemos que não são da existência atual – e quem sente isso sabe que isso não é fantasia, é lembrança real.
Há casos também, mais raros, de pessoas, principalmente crianças, que lembram nitidamente de fatos da sua existência imediatamente anterior a essa. Alguns desses casos são relatados no livro 20 casos sugestivos de reencarnação, do Dr. Ian Stevenson – um pesquisador canadense, não-religioso, que dedicou a sua vida a pesquisar sobre a reencarnação. Nesses casos relatados por ele há inclusive sinais de nascença, nessas crianças, relacionados a fatos vivenciados por elas na existência anterior.
Existem vários fatores que são capazes de despertar lembranças de uma existência anterior. Algum lugar que visitamos, algum trauma que experimentamos, uma doença, um sonho – eu tive contato com alguns acontecimentos passados quando desdobrado, na chamada projeção consciente.
E existem métodos artificiais, provocados, para reativar a memória de outras existências. A regressão, a hipnose, a terapia de vidas passadas são talvez as mais conhecidas.
Particularmente eu não aconselho esses métodos. Não tenho nada contra. Mas, se o terapeuta não for suficientemente capacitado para conduzir o processo com segurança, os resultados podem ser bem diferentes daquilo que se espera. Temos que ter em mente que somos ainda muito imperfeitos, muito falhos, que já cometemos muitos erros e que já sofremos muito. Se nós lembrarmos de fatos desagradáveis que nos marcaram no passado e formos capazes de revivê-los, dando novo significado a eles, ótimo – mas se apenas lembrarmos, reavivando-os em nós, isso pode ser prejudicial.
Lembremos que nós reencarnamos próximo de pessoas com quem nós temos reajustes a fazer. Se recuperássemos a memória de experiências anteriores com essas pessoas talvez não saberíamos lidar muito bem com isso.
Na verdade, se nós nos dedicamos a estudar as coisas do espírito, se nós adotamos a prática de servir ao próximo, e se nós reservamos algum tempo para analisar a nós mesmos, ao autoconhecimento, a perscrutar a própria consciência, nós descobrimos quem somos.
O que nós somos hoje é o resultado do que nós fomos em outras existências. Nós nos construímos todos os dias. Os nossos pensamentos íntimos, os nossos desejos mais secretos, os medos que nós não contamos pra ninguém, isso é o que nós conseguimos fazer com nós mesmos até agora. Se não está bom, temos que tratar de neutralizar essas características através do trabalho – não interessa toda a soma de experiências que nos fez assim.
Observe o tipo de pessoas que lhe atrai, o tipo de ambiente que você procura, as suas falhas de caráter – seja honesto nessa análise e você terá uma boa noção do que você fez em outras existências.
As suas tendências, os seus gostos, as suas capacidades, tudo isso fala de você. Não importa o que você foi e o que você fez – não importa O QUE, mas COMO. Como você ficou, como isso agiu em você – e para isso basta observar a si mesmo.

MOREL FELIPE WILKON

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...