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domingo, 22 de outubro de 2017

“MEU OBSESSOR NÃO PERMITIU QUE EU CASASSE. ”

O médium Divaldo Pereira Franco contou uma história verídica, aliás, utilíssima para os dirigentes e doutrinadores de reuniões mediúnicas, que é assim:
Uma jovem já havia passado por reuniões mediúnicas de várias Casas Espíritas. Havia se submetido à fluidoterapia, água fluidificada, afirmando que orava e que estudava a Doutrina Espírita, a fim de se libertar da obsessão.
Chegou ao Centro Espírita Caminho da Redenção solicitando auxílio para sua perturbação espiritual, passando a frequentar as reuniões doutrinárias.
Passados alguns anos, numa das reuniões mediúnicas da Casa, o obsessor fora doutrinado, como sempre, com amor, mas também com doce energia. O doutrinador finalizou o seu trabalho dizendo que havia tentando os melhores argumentos, esperando encontrar uma resposta, esperando sensibilizá-lo mas . . . não obteve sucesso.
O Espírito que se conservou mudo até aquele presente momento, redarguiu:
– Vocês estão enganados. Eu preciso esclarecer-lhes algo. No início eu odiei essa mulher. São reminiscências de outras encarnações que nos prejudicaram muito. Porém, aos poucos, fui absorvendo as lições que são ministradas nesta Casa de Caridade e após receber as respostas para minhas dúvidas, nos diálogos que travei com o coordenador dos trabalhos, suavizei meu caráter, abrandei meus vícios, e hoje já começo a viver uma vida diferente, tentando praticar aquilo que aprendi. Mas, ao deixar a antiga inimiga, percebi que ela me evocava com seus pensamentos, culpando-me e injuriando-me. Assim, hoje, eu sou por ela obsedado, e peço a Deus que me liberte desse jugo.
E o Espírito desligou-se do médium, afastando-se.
O diretor da Casa falou com a moça sobre a ocorrência, interrogando-lhe sobre a autenticidade dos fatos.
Ela sempre muito calma e paciente passou a agredir o Espírito com palavras ríspidas. Explicou que, como o obsessor a havia prejudicado por anos à fio, impedindo-a de casar-se e constituir família, ela agora também o perturbava, para que ele experimentasse o mesmo sofrimento.
O diretor conservando a calma e com muita bondade, passou a doutrinar agora a encarnada, esclarecendo-a sobre a terapia salutar do perdão, solicitando um estudo profundo da Doutrina Espírita e a sua renovação espiritual.
Dessa história podemos lembrar que:
1ª “Muitos procuram a Casa Espírita para resolver seus problemas espirituais. Querem livrar-se de obsessores, de preferência rapidamente. Mas o que devemos deixar bem claro para os que nos procuram é que a cura depende dela mesma. A Casa Espírita é um hospital da alma, mas se o paciente não tomar o medicamento corretamente, este não fará efeito. E o medicamento está no Evangelho de Jesus, que nos pede a reforma íntima, ou seja, a reforma em nossos sentimentos, pensamentos e atos. Retirando dela o ódio, o rancor, a mágoa, o ressentimento, a vingança.”
2ª “A vingança é um indício certo do estado atrasado dos homens que a ela se entregam, e dos Espíritos que podem ainda inspirá-la. Portanto, meus amigos, esse sentimento não deve jamais fazer vibrar o coração de quem se diga e se afirme espírita. Vingar-se, como vocês sabem, é contrário a esta prescrição do Cristo: Perdoai aos vossos inimigos.”
3ª “Geralmente, vemos um desencarnado obsediando um encarnado. Mas, o contrário também acontece. Um encarnado também obsedia um desencarnado com lembranças de ódio, rancor, mágoa, vingança ou por ficar lamentando sua desencarnação fazendo com que este fique preso perto de nós.


Fonte: Kardec Rio Preto. Por:  Fernando Rossit

sábado, 21 de outubro de 2017

“TERAPIA DE VIDAS PASSADAS E O ESPIRITISMO”

O tema Terapia de Vida Passada - TVP - ganhou, ultimamente, grande espaço nos meios de comunicação em geral. Como todo tema polêmico, tem gerado muitos debates e opiniões. Mas por que uma proposta terapêutica como essa pode gerar tanta polêmica? Pelo lado da ciência, o centro da questão está na utilização de uma hipótese de trabalho reencarnacionista, que a ciência ocidental continua julgando um tema religioso ou místico, que não pode ser considerado como objeto de estudo. Para a Doutrina Espírita, apesar defender a reencarnação como processo natural na vida do ser humano, a questão está na utilização da Regressão de Memória à nossas vidas passadas. O objetivo deste artigo será o de discutir alguns dos principais pontos desta relação entre a Terapia de Vida Passada e o Espiritismo.
Para evitar os “achismos”, resolvemos fazer uma pesquisa a nível nacional, no final de 1998, em que apresentávamos para a população espírita um questionário sobre a Terapia de Vida Passada. Dos 500 que foram respondidos, identificamos algumas das principais preocupações do espírita em relação à Terapia de Vida Passada - TVP - e a Regressão de Memória:
 *  Necessidade do esquecimento do passado;
 *  Não poder interferir no processo de sofrimento causado por problemas no passado;
 *  Fazer Regressão por curiosidade;
Na verdade, o que se pode observar é que a maioria das pessoas tem dúvidas se deveriam ou não utilizar a TVP como recurso, não tem uma informação correta sobre o que é a TVP, hoje.
A TVP se insere na abordagem da Psicologia Transpessoal, um ramo mais recente da Psicologia que considera o componente espiritual como uma das dimensões do ser humano, que interfere no entendimento do homem e de seus sofrimentos. Porém, na TVP consideramos a hipótese de trabalho da reencarnação como base de explicação do conteúdo obtido no processo de Regressão de Memória, isto é, julgamos que os relatos obtidos com os indivíduos em Estado Alterado de Consciência se referem às suas experiências vividas em outras encarnações.
Para a TVP, a maioria dos problemas que temos na vida atual decorrem de situações traumáticas ou bastante desequilibradas que foram vividas pelo indivíduo no passado e que deixaram marcas profundas no seu psiquismo profundo. Todas essas experiências estão registradas nesta instância Inconsciente que o Dr. Jorge Andréa (1) chama de Inconsciente do Pretérito. Algumas situações na vida atual, parecem desencadear o surgimento, na zona mais consciente do psiquismo, desses desequilíbrios, transformando-se em verdadeiras patologias. Podemos citar as fobias, a Síndrome do Pânico, distúrbios de comportamento como os sexuais ou os compulsivos, a depressão, a ansiedade, etc. como algumas que podem se beneficiar com o tratamento pela TVP.
O primeiro passo do processo está em tornar consciente esse conteúdo do passado. É nesse momento que podemos utilizar a Regressão de Memória na identificação da situação do passado geradora do sofrimento atual. Posterior e concomitantemente a essa identificação, teremos que utilizar diversas intervenções específicas para cada caso, visando dissociar a personalidade atual daqueles traumas vividos no passado. Como vimos não basta apenas lembrar o passado. Há uma necessidade de um acompanhamento terapêutico criterioso do delicado conteúdo emocional e psíquico que surge do processo de Regressão. A nossa experiência tem indicado a necessidade da TVP só ser feita por profissional da área de saúde mental que estaria habilitado ao processo de forma integral.
Como podemos ver a finalidade da TVP é terapêutica. Com isso desfaz-se uma das grandes preocupações do público espírita, em particular: a curiosidade. Na verdade o terapeuta, quando executa um trabalho sério, não considera os casos em que as pessoas procuram para saber o que foram ou fizeram de extraordinário em suas vidas passadas. Julgamos que o material que lidamos seja muito delicado para uma finalidade fútil!
Mas, a questão mais delicada do espírita parece ser a de se “levantar o véu que encobre o passado” já que seria uma “dádiva divina”. Se observarmos no contexto da Doutrina, as principais referências sobre o assunto estão em O Livro dos Espíritos na parte 2a., cap. VII, em um item que engloba as perguntas 392 à 399, com o título: O esquecimento do passado. Nesse ponto os Espíritos alertam para os inconvenientes que a lembrança do passado teria para os indivíduos. E nós concordamos inteiramente com isso !!! Vamos observar que este capítulo trata “Da Volta do Espírito à Vida Corporal”. É claro que quando voltamos ao corpo físico necessitamos do esquecimento de nossas vidas pregressas. Como, uma criança conseguiria estruturar uma nova personalidade lembrando simultaneamente de todas as suas vidas passadas? Seria impossível.
Diversas obras na literatura espírita defendem a utilização terapêutica da Terapia de Vida Passada. Dos autores encarnados, citamos o Dr. Jorge Andréa, psiquiatra e pesquisador do psiquismo profundo e da reencarnação com vasta contribuição nessa área. Mesmo entre os desencarnados, através das obras psicografadas, não há uma contraindicação à utilização da TVP nos casos em que verificamos graves problemas psíquicos, emocionais, físicos ou de comportamento. Pelo contrário. Espíritos como Joanna de Ângelis (2) e Bezerra de Menezes (3) tem ressaltado, através de algumas de suas obras, a importância deste tipo de abordagem científica na minimização do sofrimento humano. Mas é claro que a TVP não é uma panacéia capaz de resolver todos os problemas. Como toda abordagem terapêutica tem suas limitações e dificuldades que somente uma atuação séria e criteriosa poderá superar, ampliando o potencial de cura de sua aplicação.
É o sofrimento o nosso grande objetivo! Para nossa surpresa, muitos espíritas responderam afirmativamente à questão: “o sofrimento é a melhor forma de pagarmos os erros do passado”. Isso pode levar a um entendimento distorcido da finalidade da vida e do sofrimento. A Doutrina Espírita (4) deixa bem claro qual é o objetivo das encarnações sucessivas: o desenvolvimento moral e intelectual do ser. O sofrimento representa um desequilíbrio resultante de um comportamento inadequado do passado que ainda mantém características na personalidade atual. Na medida em que se resolvam as causas cessam-se os efeitos. Em O Livro dos Espíritos, questão 1004, Kardec pergunta sobre o critério de duração dos sofrimentos a que os espíritos respondem ser função da melhora do indivíduo. Na resposta fica clara a finalidade pedagógica do sofrimento, pois quando a pessoa melhora o aspecto desequilibrado o sofrimento perde o sentido, modificando-se ou extinguindo-se.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo 5, temos a orientação dos espíritos de que devemos empreender todos os nossos esforços no sentido de minimizar o sofrimento dos homens. Ora se a TVP desponta como um instrumento da ciência que pode ajudar nesse processo de aprimoramento do ser humano pela dura de alguns de seus sofrimentos, por que não utilizá-la? Será que não poderíamos utilizar a TVP para ajudar uma pessoa a superar sua Síndrome do Pânico ou de uma depressão profunda por exemplo, simplesmente porque utilizaremos de suas lembranças pretéritas? Nos parece que se a TVP é uma conquista da Ciência ela está consoante aos desígnios de Deus para o progresso da Humanidade.
A ciência avança no sentido da confirmação do espírito, como origem e princípio básico da vida, e da reencarnação como mecanismo natural fundamental para o entendimento do homem e de seus sofrimentos. A TVP, aplicada de forma séria e criteriosa, demonstra ser um instrumento legítimo deste movimento. Como resultado desta aplicação o indivíduo se reconhece como ser espiritual eterno em passagem temporária de aprendizado pelo corpo. Ao verificar as consequências de seus atos passados nos seus problemas atuais pode refletir e decidir sobre quais são os valores existenciais essenciais para o seu espírito hoje e descobre a necessidade de desenvolver o Abrandamento de suas tendências negativas e a Aceitação dos problemas que enfrentamos. Ao final, perceberá a necessidade de reclamar menos e Amar mais, a si mesmo e aos outros.
Referências Bibliográficas:
(1) Palingênese, a Grande Lei - Jorge Andréa
(2) O Homem Integral - Joanna de Angelis/Divaldo Franco;
(3) Loucura e Obsessão - Manoel P. de Miranda/Divaldo Franco;
(4) O Céu e o Inferno - Kardec - 1a. parte, cap. III, item 8.
(5) O Livro dos Espíritos - Kardec - Questões 392 à 399;
(6) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Kardc - Cap. 5;
(7) Terapia de Vida Passada e Espiritismo - Distâncias e Aproximações - Milton Menezes
Milton Menezes
Milton Menezes nasceu em Petrópolis - RJ, em 23 de outubro de 1960.
Formado em Ciências Econômicas pela UERJ.
Formado em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá.
Especialização em Terapeuta de Vida Passada pela Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada - SBTVP em Campinas - SP.
Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.
Membro fundador do IBRAPE-TVP - Instituto Brasileiro de Pesquisa em TVP do Rio de Janeiro.
Pesquisa atualmente a aplicação da TVP na Síndrome do Pânico.
Resumo:
O grande desafio da TVP é consolidar a reencarnação como hipótese científica de trabalho, introduzindo o conceito de Espírito como capaz de explicar vários aspectos na Psicologia e Medicina.

Fonte: Kardec Online 

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

“OBSESSÕES E POSSESSÕES”

Os maus Espíritos pululam ao redor da Terra, como consequência da inferioridade moral de seus habitantes. Sua ação malfazeja faz parte dos flagelos com os quais a humanidade se vê a braços aqui embaixo. A obsessão, que é um dos efeitos dessa ação, como as moléstias e todas as tribulações da vida, devem, pois, ser consideradas como uma prova ou uma expiação, e aceitas como tais.
A obsessão é a ação persistente que um mau Espírito exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, desde a simples influência moral sem sinais exteriores sensíveis, até à perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Oblitera todas as faculdades mediúnicas; na mediunidade auditiva e psicográfica, ela se traduz pela obstinação de um Espírito a se manifestar com exclusão de todos os outros.
Assim como as moléstias são o resultado das imperfeições físicas que tornam o corpo acessível às influências perniciosas exteriores, a obsessão é sempre a decorrência de uma imperfeição moral, que dá entrada a um mau Espírito. A uma causa física, opõe-se uma causa física; a uma causa moral, será preciso contrapor uma causa moral. Para se preservar das moléstias, fortifica-se o corpo; para garantir-se contra a obsessão, será preciso fortificar a alma; daí resulta, para o obsedado, a necessidade de trabalhar para sua própria melhoria, o que geralmente basta, na maior parte dos casos, para o desembaraçar do obsessor, sem o auxílio de pessoas estranhas. Tal socorro torna-se necessário quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão, pois então o paciente perde por vezes a sua vontade e o seu livre-arbítrio.
A obsessão é quase sempre o fato de uma vingança exercida por um Espírito, e que mais frequentemente tem sua origem nas relações que o obsedado teve com ele, em uma existência precedente.
No caso de obsessão grave, o obsedado está como que envolvido e impregnado de um fluido pernicioso que neutraliza a ação dos fluidos salutares, e os repele. É do fluido que será preciso desembaraçar-se; ora, um mau fluido não pode ser repelido por um mau. Por uma ação idêntica à do médium curador no caso de moléstia, será preciso expulsar o fluido mau com o auxílio de um fluido melhor.
Esta é a ação mecânica, porém que nem sempre basta; será preciso, também, e acima de tudo, agir sobre o ser inteligente ao qual é preciso ter o direito de falar com autoridade, e esta autoridade não é dada senão à superioridade moral; quanto maior é esta, maior a autoridade.
Mas nem tudo se resume nisso: para assegurar o livramento, será necessário levar o Espírito perverso a renunciar a seus maus desígnios; é preciso fazer nascer nele o arrependimento e o desejo do bem, com o auxílio de instruções habilmente dirigidas, em evocações particulares feitas com a finalidade de sua educação moral; então pode-se ter a doce satisfação de livrar um encarnado e de converter um Espírito imperfeito.
A tarefa se torna mais fácil quando o obsedado, compreendendo a situação, traz seu auxílio de vontade e de oração; não é assim quando o doente, subjugado pelo Espírito enganador, se ilude a respeito das qualidades de seu dominador, e se compraz no erro em que este o mergulhou; pois, então, longe de auxiliar, ele repele toda assistência. É o caso da fascinação, sempre infinitamente mais rebelde que a subjugação mais violenta. (O Livro dos Médiuns, cap. XXIII).
Em todos os casos de obsessão, a oração é o mais poderoso auxiliar para agir contra o Espírito obsessor.
Na obsessão, o Espírito atua exteriormente por meio de seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado; este último se encontra então enlaçado como numa teia e constrangido a agir contra sua vontade.
Na possessão, em lugar de agir exteriormente, o Espírito livre se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; faz domicílio em seu corpo, sem que todavia este o deixe definitivamente, o que só pode ter lugar na morte. A possessão é assim sempre temporária e intermitente, pois um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, dado que a união molecular do perispírito e do corpo não pode se operar senão no momento da concepção (Cap. XI, nº 18).
O Espírito, em possessão momentânea do corpo, dele se serve como o faria com o seu próprio; fala por sua boca, enxerga pelos seus olhos, age com seus braços, como o teria feito se fosse vivo. Já não é mais como na mediunidade falante, na qual o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de um Espírito desencarnado; é este último, mesmo, que fala e que se agita, e se o conhecemos quando vivo, reconheceríamos sua linguagem, sua voz, seus gestos e até a expressão de sua fisionomia.
A obsessão é sempre o resultado da ação de um Espírito malfeitor. A possessão pode ser o feito de um bom Espírito que quer falar e, para fazer mais impressão sobre seus ouvintes, toma emprestado o corpo de um encarnado, que este lhe cede voluntariamente tal como se empresta uma roupa. Isso se faz sem nenhuma perturbação ou incômodo, e durante esse tempo o Espírito se encontra em liberdade como no estado de emancipação, e com mais frequência se conserva ao lado de seu substituto para o ouvir.
Quando o Espírito possessor é mau, as coisas se passam por outro modo; ele não toma emprestado o corpo; ele se apodera dele, se o titular não tem força moral para resisti-lo. Ele o faz por maldade dirigida contra o possesso, a quem tortura e martiriza por todas as maneiras até pretender fazê-lo perecer, seja por estrangulamento, seja empurrando-o ao fogo ou outros lugares perigosos. Servindo-se dos membros e dos órgãos do infeliz paciente, ele blasfema, injuria e maltrata os que o rodeiam; entrega-se a excentricidades e atos que têm todos os caracteres da loucura furiosa.
Os fatos desse gênero, em diversos graus de intensidade, são muito numerosos, e muitos casos de loucura não têm outra causa senão essa. Muitas vezes, dão-se ao mesmo tempo desordens patológicas, as quais não são senão consequências, e contra as quais os tratamentos médicos são impotentes, enquanto subsistir a causa inicial. O Espiritismo, fazendo conhecer esta fonte de uma parte das misérias humanas, indica o meio de as remediar: este meio é agir sobre o autor do mal, que, sendo um ser inteligente, deve ser tratado pela inteligência. (1)
A obsessão e a possessão são mais frequentemente individuais, mas por vezes são epidêmicas. Quando uma nuvem de maus Espíritos se abate sobre uma localidade, é como quando uma tropa de inimigos vem invadi-la. Neste caso, o número de indivíduos atingidos pode ser considerável.

A GÊNESE de ALLANKARDEC

"ESQUECIMENTO DAS VIDAS PASSADAS E A MARAVILHOSA LEI DA REENCARNAÇÃO."

Examinando o esquecimento temporário do pretérito, no campo físico, importa considerar cada existência por estágio de serviço em que a alma readquire, no mundo, o aprendizado que lhe compete. Surgindo semelhante período, entre o berço que lhe configura o início e o túmulo que lhe demarca a cessação, é justo aceitar-lhe o caráteracidental, não obstante se lhe reconheça a vinculação à vida eterna. É forçoso, então, ponderar o impositivo de recurso e aproveitamento, tanto quanto, nas aplicações da força elétrica, é preciso atender ao problema de carga e condução.
Encetando uma nova existência corpórea, para determinado efeito, a criatura recebe, desse modo, implementos cerebrais completamente novos, no domínio das energias físicas, e, para que se lhe adormeça a memória, funciona a hipnose natural como recurso básico, de vez que, em muitas ocasiões, dorme em pesada letargia, muito tempo antes de acolher-se ao abrigo materno.
Na melhor das hipóteses, quando desfruta grande atividade mental nas esferas superiores, só é compelida ao sono, relativamente profundo, enquanto perdure a vida fetal. Em ambos os casos, há prostração psíquica nos primeiros sete anos de tenra instrumentação fisiológica dos encarnados, tempo em que se lhes reaviva a experiência terrestre.
Temos, assim, mais ou menos três mil dias de sono induzido ou hipnose terapêutica, a estabelecerem enormes alterações nos veículos de exteriorização do Espírito, as quais, acrescidas às conseqüências dos fenômenos naturais de restringimento do corpo espiritual, no refúgio uterino, motivam o entorpecimento das recordações do passado, para que se alivie a mente na direção de novas conquistas.
Como todo esse tempo é ocupado em prover-se a criança de novos conceitos e pensamentos acerca de si própria, é compreensível que toda criatura sobrenade na adolescência, como alguém que fosse longamente hipnotizado para fins edificantes, acordando, gradativamente, na situação transformada em que a vida lhe propõe a continuidade do serviço devido à regeneração ou à evolução clara e simples.
E isso, na essência, é o que verdadeiramente acontece, porque, pouco a pouco, o Espírito reencarnado retoma a herança de si mesmo, na estrutura psicológica do destino, reavendo o patrimônio das realizações e das dívidas que acumulou, a se lhe regravarem no ser, em forma de tendências inatas, e reencontrando as pessoas e as circunstâncias, as simpatias e as aversões, as vantagens e as dificuldades, com as quais se ache afinizado ou comprometido.
Transfigurou-se, então, a ribalta, mas a peça continua.
A moldura social ou doméstica, muitas vezes, é diferente, mas, no quadro do trabalho e da luta, a consciência é a mesma, com a obrigação de aprimorar-se, ante a Bênção de Deus, para a luz da imortalidade.

Fonte: Espiritbook

"CRIANÇAS QUEIMADAS EM CRECHE. ABSURDO! QUAL A EXPLICAÇÃO ESPIRITUAL PARA ESSA TRAGÉDIA ?"

9. Ensina o Espiritismo que, tal qual acontece com o Espírito de uma pessoa adulta, o Espírito de uma criança morta em tenra idade volta ao mundo dos Espíritos e assume sua condição precedente. Aliás, o Espírito de uma criança pode ser mais adiantado e bem mais experiente que o de um adulto, porquanto pode haver progredido em encarnações passadas.

10. A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de uma existência precedentemente interrompida antes da hora, e sua morte constitui, não raro, prova ou expiação para os pais.

11. O Espírito cuja existência se interrompeu no período da infância recomeçará uma nova existência, que ocorrerá na época que for julgada mais conveniente ao seu progresso. Se não tivesse ele oportunidade de reencarnar, ficaria estagnado, à margem do processo evolutivo, fato que não corresponderia à justiça de Deus. Com a possibilidade de nova encarnação, a possibilidade de progresso é real e igual para todos.

12. Com a experiência vivida pelo Espírito da criança morta em tenra idade, seus pais são também provados em sua compreensão acerca da vida ou, então, resgatam débitos contraídos no passado.

Fonte: EspiritBook

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...