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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

“NOSSOS DEMÔNIOS INTERIORES”

Vá lá, ilustre leitor, desculpe, mas esse foi um título somente para chamar a sua atenção, utilizando-se de um apelativo duplo sentido... um artifício, dada a aridez do tema. Não, não se trata de um texto evangélico e nem da culpabilização de entidades extracorpóreas voltadas ao mal de nossas mazelas terrenas. Contrariando o senso comum atual, os demônios a que se referem o presente texto são outros...
Falamos aqui dos demônios interiores, que nos consomem dias a fio. Alimentados das nossas tristezas, frustrações, medos e arrependimentos, são filhos dos fantasmas do passado desta e de outra vida, e que arrastamos em nossas mentes, como uma tormenta que nos conduz aos consultórios médicos, as clínicas terapêuticas e as casas espíritas, na busca de uma solução ou quiçá, de um alívio a esse fardo.
Cada um tem os seus, em maior ou menor lotação, e por vezes, nos vemos dominados por eles, em uma possessão de dentro para fora e que termina por atrair outras consciências que, utilizando dessas nossas sombras, nos fazem sofrer. Um sofrimento oriundo do medo da própria dor, do remorso de decisões e da decepção com a nossa fraqueza diante dos desafios que se colocam em nosso caminho de crescimento espiritual.
Vai o remédio, o tratamento espiritual, a conversa, a reflexão e assim vamos conseguindo domar nossos demônios interiores, a espera de mais uma crise, uma emersão que os tragam a superfície, a nos infernizar. Muitos buscam soluções químicas, ou a violência da revolta, outros ainda perseguem santos e gurus, mas eles ainda sim continuam lá, impressos em nossa alma, nos lembrando de sua existência.
Vencê-los? Ignorá-los? Superá-los? Acho melhor entendê-los... dialogar com eles, buscar compreender a sua dimensão, as suas raízes, e contando com a ajuda de amigos, profissionais e dos espíritos amigos, buscar a sua transcendência. Trazer eles para o seu papel, de melhoria, de aguilhão que nos impulsiona da insondável estrada da evolução.
O remorso de algo negativo reclama a reparação... A tristeza demanda o recomeço construtivo... A frustração nos leva a refletir sobre como o orgulho nos faz subestimarmos a nós mesmos... O medo quando bebe da fé sincera e coerente, encontra rachaduras em seus alicerces... De cada fantasma, de cada sombra, temos na encarnação a oportunidade de trabalhá-los, fazendo luz, sem mágicas ou milagres, mas de maneira produtiva, que não os permita vencer, mas que não os extermine, pois são parte de nós e têm seu papel nessa narrativa.
Necessitamos crescer com os nossos demônios interiores, sem que nos consumam. Precisamos entendê-los como uma carta do passado que precisa ser reescrita. Construídos de fatores de nossa história, esses algozes interiores alimentam e são alimentados por nossa e por outras mentes, chamados erroneamente de demônios, e que são um reflexo dos interiores, conhecidos de outros cenários, e que precisam de nossa ação firme e produtiva para também se libertarem, na magia reencarnatória da reconstrução de laços.
Paliativos são válidos, mas, a luta interior, o bom combate no amadurecimento psicológico, este não pode ser abandonado. Afinal, nossos problemas residem nos demônios anteriores, que nada mais, nada menos são do que o homem velho que está lá, oculto, ruminando suas questões e buscando chegar a superfície. E para essas lutas, além das citadas ajudas da clínica, do hospital e do passe, temos outras ferramentas imprescindíveis, como a palavra amiga e o bem desinteressado, todos elementos fundamentais nesse processo de reconstrução, a remexer o decantado lodo de nosso ser.
Nosso interior, visto como porão ou como universo, é parte de nós, um local que não vive apenas de lógica positivista, mas também de sentimento, e que interage constantemente com o mundo exterior, pelos sentidos conhecidos ou não, e se reconceitua a cada dia. Quando acabar a romagem terrestre e nos despirmos dessas vestes carnais, será esse interior que sobrará e nos veremos mais amiúde, de forma inevitável, com os demônios que ignoramos dialogar, nos balanços periódicos entre uma encarnação e outra.
Fonte: Correio Espírita.

Por Marcus Vinicius de Azevedo Braga

terça-feira, 29 de agosto de 2017

"PONTE MEDIÚNICA. UMA PASSAGEM PARA A REALIDADE ESPIRITUAL!"



Mergulhado na matéria densa pelo impositivo da reencarnação, que faculta ao Espírito o
processo abençoado da evolução, graças às experiências de que se enriquece, este perde, normalmente, os contatos com a realidade donde veio, padecendo de compreensível esquecimento da vida espírita.
Os interesses gravitam, então, em torno das necessidades imediatas do plano físico; os impositivos da "luta pela vida", quase sempre revertem a escala de valores, dando
nascimento a lutas acerbas e extravagantes; dúvidas cruéis pairam nos painéis da mente, em relação à imortalidade da alma; inquietações e fobias surgem, avassaladoras, sombreando os dias da existência orgânica; dissabores e enfermidades, insucessos comerciais e dificuldades econômicas induzem  à loucura e ao suicídio; empenhos por gozar a hora que passa dominam os cuidados do homem, que teme o aniquilamento da vida por
falta de bases reais sobre as quais apoie as convicções da sobrevivência espiritual.. .
Liberando o ser de tais amarguradas situações, a Divindade concede a ponte da mediunidade, a fim de que se mantenha o intercâmbio lúcido entre os dois abismos da vida: o material e o espiritual.
Por ela retornam os Espíritos em triunfo sobre a morte, falando da vida em plenitude
e apresentando o resultado das suas ações, enquanto estiveram na forma carnal.
A esperança, em razão disso, alenta o homem físico e orienta-o com segurança para o
salutar aproveitamento das horas, granjeando recursos que se lhe constituirão bens
inalienáveis para a felicidade.      
Não existisse a mediunidade e inumeráveis problemas seriam insolucionáveis, permitindo
que mais graves conjunturas conspirassem contra a criatura humana.
Sem ouvir-se, nem sentir-se a realidade espiritual de que os implementos mediúnicos
se fazem instrumento, certamente grassariam mais terríveis dramas e tormentosas situações injustificáveis.
A mediunidade, colocada a serviço do bem com Jesus, enxuga as lágrimas da saudade,
diminui as dores, equaciona enfermidades complexas, dirime dúvidas, sustenta a fé,
conduzindo à caridade luminosa e libertadora.
Reveste as tuas faculdades mediúnicas com as vibrações superiores da prece, alicerçando-a
na sadia moral e usando-a serviço da edificação de quantos sofrem.
Exercita-a com disciplina e estuda-lhe a metodologia com as luzes da Doutrina Espírita,
compreendendo que ela te é concedida, não por merecimento de tua parte, que o não possuis, senão por misericórdia de acréscimo do amor de nosso Pai, a fim de que o homem não se esqueça de que sempre, na vida, edificante e enobrecido deve ser o seu comportamento, fora ou mergulhado na carne.
Toma como modelo Jesus, o Médium de Deus, que jamais se escusava, amando e servindo
sempre, na condição de divina ponte entre o Criador e todos nós.
[Joanna de Ângelis]-[Divaldo Franco]

"COREIA LANÇA MÍSSIL ACIMA DO JAPÃO! ESTARIA SE REALIZANDO A PROFECIA DE CHICO XAVIER PARA 2019?"

O prestigiado jornal Folha Espírita de maio/11 traz uma revelação feita em 1986, pelo médium Francisco Cândido Xavier a Geraldo Lemos Neto, fundador da Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo (MG) e da Vinha de Luz Editora, de Belo Horizonte/MG, sobre o futuro reservado ao planeta Terra e a todos os seus habitantes nos próximos anos.
Marlene Nobre pelo FE,  (FOLHA ESPÍRITA) entrevista Lemos Neto, que disse carregar este fardo há muito tempo (25 anos), cumprindo agora o dever de revelá-lo em sua completude. Diz que, em 1986, quando dessa conversa com o Chico, sentiu que sua mente estava recebendo um tratamento mnemônico diferente para que não viesse a esquecer aquelas palavras proféticas, e que seria chamado a testemunhá-las no momento oportuno, que chegou. Conhecendo a seriedade dos confrades Marlene Nobre e Geraldo Lemos Neto, sendo que o profeta em questão é nada menos que Chico Xavier, e tendo em vista o teor das considerações a respeito, reputo da mais alta importância a divulgação dessa revelação apocalíptica. É a razão pela qual estou encaminhando esse e-mail a tantos companheiros. Copiei as partes principais da longa entrevista, mantendo o texto fiel ao que consta do jornal em sua maior parte, sem me ater em pormenores de forma para não estender demais essas palavras. Os grifos no texto são meus. A íntegra pode ser lida no exemplar nº 439, ano XXXV, de maio de 2011 do jornal Folha Espírita. Entendo ser um momento de muita reflexão de todo o movimento espírita e, acima de tudo, de muita prece, com muito otimismo, positivismo e serenidade, enfatizando-se a necessidade de um maior esforço individual e coletivo de renovação. Os jornais espíritas em geral deveriam encartar em seu corpo o referido exemplar do FE, ou pedir autorização para transcrever a matéria em questão, visando dar a mais ampla divulgação.

Fraternalmente. Paulo Marinho - CEAE -Genebra.

(...) Assim, tive a felicidade de conviver na intimidade com Chico Xavier, dialogando com ele vezes sem conta, madrugada a dentro, sobre variados assuntos de nossos interesses comuns, notadamente sobre esclarecimentos palpitantes acerca da Doutrina dos Espíritos e do Evangelho de Jesus. Um desses temas foi em relação ao Apocalipse, do Novo Testamento. (...) Desde então, Chico tinha sempre uma ou outra palavra esclarecedora sobre o assunto. Numa dessas conversas, lembrando o livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, pelo espírito Humberto de Campos, Lemos Neto externou ao Chico sua dúvida quanto ao título do livro, uma vez que ainda naquela ocasião, em meados da década de 80, o Brasil vivia às voltas com a hiperinflação, a miséria, a fome, as grandes disparidades sociais, o descontrole político e econômico, sem falar nos escândalos de corrupção e no atraso cultural.
Lembro-me, como hoje, a expressão surpresa do Chico me respondendo: “Ora, Geraldinho, você está querendo privilégios para a Pátria do Evangelho, quando o fundador do Evangelho, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, viveu na pobreza, cercado de doentes e necessitados de toda ordem, experimentou toda a sorte de vicissitudes e perseguições para ser supliciado quase abandonado pelos seus amigos mais próximos e morrer crucificado entre dois ladrões? Não nos esqueçamos de que o fundador do Evangelho atravessou toda sorte de provações, padeceu o martírio da cruz, mas depois ele largou a cruz e ressuscitou para a Vida Imortal! Isso deve servir de roteiro para a Pátria do Evangelho. Um dia haveremos de ressuscitar das cinzas de nosso próprio sacrifício para demonstrar ao mundo inteiro a imortalidade gloriosa! “Na sequência da nossa conversa, perguntei ao Chico o que ele queria exatamente dizer a respeito do sacrifício do Brasil. Estaria ele a prever o futuro de nossa nação e do mundo?
Chico pensou um pouco, como se estivesse vislumbrando cenas distantes e, depois de algum tempo, retornou para dizer-nos: “Você se lembra, Geraldinho, do livro de Emmanuel A Caminho da Luz? Nas páginas finais da narrativa de nosso benfeitor, no capítulo XX IV, cujo título é O Espiritismo e as Grandes Transições, Emmanuel afirmara que os espíritos abnegados e esclarecidos falavam de uma nova reunião da comunidade das potências angélicas do Sistema Solar, da qual é Jesus um dos membros divinos, e que a sociedade celeste se reuniria pela terceira vez na atmosfera terrestre, desde que o Cristo recebeu a sagrada missão de redimir a nossa humanidade, para, enfim, decidir novamente sobre os destinos do nosso mundo. Pois então, Emmanuel escreveu isso nos idos de 1938 e estou informado que essa reunião de fato já ocorreu. Ela se deu quando o homem finalmente ingressou na comunidade planetária, deixando o solo do mundo terrestre para pisar pela primeira vez o solo lunar. O homem, por seu próprio esforço, conquistou o direito e a possibilidade de viajar até a Lua, fato que se materializou em 20 de julho de 1969. Naquela ocasião, o Governador Espiritual da Terra, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, ouvindo o apelo de outros seres angelicais de nosso Sistema Solar, convocara uma reunião destinada a deliberar sobre o futuro de nosso planeta. O que posso lhe dizer, Geraldinho, é que depois de muitos diálogos e debates entre eles foram dadas diversas sugestões e, ao final do celeste conclave, a bondade de Jesus decidiu conceder uma última chance à comunidade terráquea, uma última moratória para a atual civilização no planeta Terra. Todas as injunções cármicas previstas para acontecerem ao final do século XX foram então suspensas, pela Misericórdia dos Céus, para que o nosso mundo tivesse uma última chance de progresso moral. O curioso é que nós vamos reconhecer nos Evangelhos e no Apocalipse exatamente este período atual, em que estamos vivendo, como a undécima hora ou a hora derradeira, ou mesmo a chamada última hora”.
Extremamente curioso com o desenrolar do relato de Chico Xavier, perguntei-lhe sobre qual fora então as deliberações de Jesus, e ele me respondeu: “Nosso Senhor deliberou conceder uma moratória de 50 anos à sociedade terrena, a iniciar-se em 20 de julho de 1969, e, portanto, a findar-se em julho de 2019. Ordenou Jesus, então, que seus emissários celestes se empenhassem mais diretamente na manutenção da paz entre os povos e as nações terrestres, com a finalidade de colaborar para que nós ingressássemos mais rapidamente na comunidade planetária do Sistema Solar, como um mundo mais regenerado, ao final desse período.
Algumas potências angélicas de outros orbes de nosso Sistema Solar recearam a dilação do prazo extra, e foi então que Jesus, em sua sabedoria, resolveu estabelecer uma condição para os homens e as nações da vanguarda terrestre. Segundo a imposição do Cristo, as nações mais desenvolvidas e responsáveis da Terra deveriam aprender a se suportarem umas às outras, respeitando as diferenças entre si, abstendo-se de se lançarem a uma guerra de extermínio nuclear. A face da Terra deveria evitar a todo custo a chamada III Guerra Mundial. Segundo a deliberação do Cristo, se e somente se as nações terrenas, durante este período de 50 anos, aprendessem a arte do bem convívio e da fraternidade, evitando uma guerra de destruição nuclear, o mundo terrestre estaria enfim admitido na comunidade planetária do Sistema Solar como um mundo em regeneração.
Nenhum de nós pode prever, Geraldinho, os avanços que se darão a partir dessa data de julho de 2019, se apenas soubermos defender a paz entre nossas nações mais desenvolvidas e cultas! “Perguntei, então ao Chico a que avanços ele se referia e ele me respondeu: “Nós alcançaremos a solução para todos os problemas de ordem social, como a solução para a pobreza e a fome que estarão extintas; teremos a descoberta da cura de todas as doenças do corpo físico pela manipulação genética nos avanços da Medicina; o homem terrestre terá amplo e total acesso à informação e à cultura, que se fará mais generalizada; também os nossos irmãos de outros planetas mais evoluídos terão a permissão expressa de Jesus para se nos apresentarem abertamente, colaborando conosco e oferecendo-nos tecnologias novas, até então inimagináveis ao nosso o atual estágio de desenvolvimento científico; haveremos de fabricar aparelhos que nos facilitarão o contato com as esferas desencarnadas, possibilitando a nossa saudosa conversa com os entes queridos que já partiram para o além-túmulo; enfim estaríamos diante de um mundo novo, uma nova Terra, uma gloriosa fase de espiritualização e beleza para os destinos de nosso planeta.
”Então perguntei a ele: Chico, até agora você tem me falado apenas da melhor hipótese, que é esta em que a humanidade terrestre permaneceria em paz até o fim daquele período de 50 anos. Mas, e se acontecer o caso das nações terrestres se lançarem a uma guerra nuclear? “Ah! Geraldinho, caso a humanidade encarnada decida seguir o infeliz caminho da III Guerra Mundial, uma guerra nuclear de consequências imprevisíveis e desastrosas, aí então a própria mãe Terra, sob os auspícios da Vida Maior, reagirá com violência imprevista pelos nossos homens de ciência.
O homem começaria a III Guerra, mas quem iria terminá-la seriam as forças telúricas da natureza, da própria Terra cansada dos desmandos humanos, e seríamos defrontados então com terremotos gigantescos; maremotos e ondas (tsunamis) consequentes; veríamos a explosão de vulcões há muito tempo extintos; enfrentaríamos degelos arrasadores que avassalariam os pólos do globo com trágicos resultados para as zonas costeiras, devido à elevação dos mares; e, neste caso, as cinzas vulcânicas associadas às irradiações nucleares nefastas acabariam por tornar totalmente inabitável todo o Hemisfério Norte de nosso globo terrestre. “Segundo o médium, “em todas as duas situações, o Brasil cumprirá o seu papel no grande processo de espiritualização planetária. Na melhor das hipóteses, nossa nação crescerá em importância sociocultural, política e econômica perante a comunidade das nações. Não só seremos o celeiro alimentício e de matérias-primas para o mundo, como também a grande fonte energética com o descobrimento de enormes reservas petrolíferas que farão da Petrobras uma das maiores empresas do mundo”.
E prosseguiu Chico: “O Brasil crescerá a passos largos e ocupará importante papel no cenário global, e isso terá como consequência a elevação da cultura brasileira ao cenário internacional e, a reboque, os livros do Espiritismo Cristão, que aqui tiveram solo fértil no seu desenvolvimento, atingirão o interesse das outras nações também. Agora, caso ocorra a pior hipótese, com o Hemisfério Norte do planeta tornando-se inabitável, grandes fluxos migratórios se formariam então para o Hemisfério Sul, onde se situa o Brasil, que então seria chamado mais diretamente a desempenhar o seu papel de Pátria do Evangelho, exemplificando o amor e a renúncia, o perdão e a compreensão espiritual perante os povos migrantes. A Nova Era da Terra, neste caso, demoraria mais tempo para chegar com todo seu esplendor de conquistas científicas e orais, porque seria necessário mais um longo período de reconstrução de nossas nações e sociedades, forçadas a se reorganizarem em seus fundamentos mais básicos. “Pergunta Marlene Nobre pela Folha Espírita - Segundo Chico Xavier, esses fluxos migratórios seriam pacíficos? Geraldo - Infelizmente não.
Segundo Chico me revelou, o que restasse da ONU acabaria por decidir a invasão das nações do Hemisfério Sul, incluindo-se aí obviamente o Brasil e o restante da América do Sul, a Austrália e o sul da África, a fim de que nossas nações fossem ocupadas militarmente e divididas entre os sobreviventes do holocausto no Hemisfério Norte. Aí é que nós, brasileiros, iríamos ser chamados a exemplificar a verdadeira fraternidade cristã, entendendo que nossos irmãos do Norte, embora invasores a “mano militare”, não deixariam de estar sobrecarregados e aflitos com as consequências nefastas da guerra e das hecatombes telúricas, e, portanto, ainda assim, devendo ser considerados nossos irmãos do caminho, necessitados de apoio e arrimo, compreensão e amor. Neste ponto da conversa, Chico fez uma pausa na narrativa e completou:
“Nosso Brasil como o conhecemos hoje será então desfigurado e dividido em quatro nações distintas. Somente uma quarta parte de nosso território permanecerá conosco e aos brasileiros restarão apenas os Estados do Sudeste somados a Goiás e ao Distrito Federal. Os norte-americanos, canadenses e mexicanos ocuparão os Estados da Região Norte do País, em sintonia com a Colômbia e a Venezuela. Os europeus virão ocupar os Estados da Região Sul do Brasil unindo-os ao Uruguai, à Argentina e ao Chile. Os asiáticos, notadamente chineses, japoneses e coreanos, virão ocupar o nosso Centro-Oeste, em conexão com o Paraguai, a Bolívia e o Peru. E, por fim, os Estados do Nordeste brasileiro serão ocupados pelos russos e povos eslavos. Nós não podemos nos esquecer de que todo esse intrincado processo tem a sua ascendência espiritual e somos forçados a reconhecer que temos muito que aprender com os povos invasores.
Vejamos, por exemplo: os norte-americanos podem nos ensinar o respeito às leis, o amor ao direito, à ciência e ao trabalho. Os europeus, de uma forma geral, poderão nos trazer o amor à filosofia, à música erudita, à educação, à história e à cultura. Os asiáticos poderão incorporar à nossa gente suas mais altas noções de respeito ao dever, à disciplina, à honra, aos anciãos e às tradições milenares. E, então, por fim, nós brasileiros, ofertaremos a eles, nossos irmãos na carne, os mais altos valores de espiritualidade que, mercê de Deus, entesouramos no coração fraterno e amigo de nossa gente simples e humilde, essa gente boa que reencarnou na grande nação brasileira para dar cumprimento aos desígnios de Deus e demonstrar a todos os povos do planeta a fé na Vida Superior, testemunhando a continuidade da vida além-túmulo e o exercício sereno e nobre da mediunidade com Jesus”.
FE: O Brasil, embora sofrendo o impacto moral dessa ocupação estrangeira, estaria imune aos movimentos telúricos da Terra? Geraldinho - Infelizmente, não. Segundo Chico Xavier, o Brasil não terá privilégios e sofrerá também os efeitos de terremotos e tsunamis, notadamente nas zonas costeiras. Acontece que de acordo com o médium, o impacto por aqui será bem menor se comparado com o que sobrevirá no Hemisfério Norte do planeta. FÉ - Você também crê que a ida do homem à Lua, em julho de 1969, tenha precipitado de certa forma a preocupação com as conquistas científicas dos humanos, que poderiam colocar em risco o equilíbrio do Sistema Solar?
Geraldinho - Sim, creio que a revelação de Chico Xavier a respeito traz, nas entrelinhas, essa preocupação celeste quanto às possíveis interferências dos humanos terráqueos nos destinos do equilíbrio planetário em nosso Sistema Solar. Pelo que Chico Xavier falou, alguns dos seres angélicos de outros orbes planetários não estariam dispostos a nos dar mais este prazo de 50 anos, que vencerá daqui a apenas oito anos, temerosos talvez de nossas nefastas e perniciosas influências. Essa última hora bem que poderia ser por nós considerada como a última bênção misericordiosa de Jesus Cristo em nosso favor, uma vez que, pela explicação de Chico Xavier, foi ele, Nosso Senhor, quem advogou em favor de nossa causa, ainda mais vez mais. Outra decisão dos benfeitores espirituais da Vida Maior foi a que determinou que, após o alvorecer do ano 2000 da Era Cristã, os espíritos empedernidos no mal e na ignorância não mais receberiam a permissão para reencarnar na face da Terra.
Reencarnar aqui, a partir dessa data equivaleria a um valioso prêmio justo, destinado apenas aos espíritos mais fortes e preparados, que souberam amealhar, no transcurso de múltiplas reencarnações, conquistas espirituais relevantes como a mansidão, a brandura, o amor à paz e à concórdia fraternal entre povos e nações. Insere-se dentro dessa programação de ordem superior a própria reencarnação do mentor espiritual de Chico Xavier, o espírito Emmanuel, que, de fato, veio a renascer, segundo Chico informou a variados amigos mais próximos, exatamente no ano 2000. Certamente, Emmanuel, reencarnado aqui no coração do Brasil, haverá de desempenhar significativo papel na evolução espiritual de nosso orbe.
Todos os demais espíritos, recalcitrantes no mal, seriam então, a partir de 2000, encaminhados forçosamente à reencarnação em mundos mais atrasados, de expiações e de provas aspérrimas, ou mesmo em mundos primitivos, vivenciando ainda o estágio do homem das cavernas, para poderem purgar os seus desmandos e a sua insubmissão aos desígnios superiores. Chico Xavier tinha conhecimento desses mundos para onde os espíritos renitentes estariam sendo degredados. Segundo ele, o maior desses planetas se chamaria Kírom ou Quírom.
É a nossa última chance, é a última hora... Não há mais tempo para o materialismo. Não há mais tempo para ilusões ou enganos imediatistas. Ou seguiremos com a Luz que efetivamente buscarmos, ou nos afundaremos nas sombras de nossa própria ignorância. Que será de nós? A resposta está em nosso livre-arbítrio, individual e coletivo. É A nossa escolha de hoje que vai gerar o nosso destino. Poderemos optar pelo melhor caminho, o da fraternidade, da sabedoria e do amor, e a regeneração chegará para nós de forma brilhante a partir de 2019; ou poderemos simplesmente escolher o caminho do sofrimento e da dor e, neste caso infeliz, teremos um longo período de reconstrução que poderá durar mais de mil anos, segundo Chico Xavier.
Entretanto, sejamos otimistas. Lembremo-nos que deste período de 50 anos já se passaram 42 anos em que as nações mais desenvolvidas e responsáveis do planeta conseguiram se suportar umas às outras sem se lançarem a uma guerra de extermínio nuclear. Essa era a pré-condição imposta por Jesus. Não estamos entregues à fatalidade nem predeterminados ao sofrimento. Estamos diante de uma encruzilhada do destino coletivo que nos une à nossa casa planetária, aqui na Terra. Temos diante de nós dois caminhos a seguir. O caminho do amor e da sabedoria nos levará a mais rápida ascensão espiritual coletiva. O caminho do ódio e da ignorância acarretar-nos-á mais amplo dispêndio de séculos na reconstrução material e espiritual de nossas coletividades. Tudo virá de acordo com nossas escolhas de agora, individuais e coletivas. Oremos muito.
O próprio Emmanuel, através de Chico Xavier, respondendo a uma entrevista já publicada em livro nos diz que as profecias são reveladas aos homens para não serem cumpridas. São na realidade um grande aviso espiritual para que nos melhoremos e afastemos de nós a hipótese do pior caminho.

Por Marlene Nobre e Geraldo Lemos Neto

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

“A JUSTIÇA DIVINA E A LEI DE MERECIMENTO”

Jesus disse: “A cada um segundo suas obras”, ou seja, cada um receberá segundo o que tenha feito. Esta frase fala de recompensa futura, nossos atos ditarão o que colheremos na próxima encarnação. A lei divina não irá querer saber se erramos porque fomos excluídos, desprezados, humilhados, porque fomos pobres, dessa ou daquela raça, etc. Mas, como nos comportamos nestas situações. Então, deixemos a condição de “coitadinho”, de “vítimas” e lutemos para mostrar que todos somos capazes, inteligentes, dignos em qualquer situação... Ninguém veste um corpo físico que seja alto ou baixo, com ou sem defeito, precisando usar óculos ou não, dessa ou daquela raça ou posição social, etc., sem motivo. Tudo é teste e aprendizado. Precisamos passar por certas situações para podermos dar valor, para respeitarmos quem, talvez, desrespeitamos em outra encarnação, para aprendermos a utilizar o dinheiro sem egoísmo, sem uso inadequado ou viver sem ele sem revolta, sem buscá-lo de forma ilícita, etc. Se um teve mais recurso ou oportunidade, é porque ele deveria estar ali recebendo aquilo. Deus não erra de endereço. Observemos que muitos que nasceram com menos recursos e oportunidades alcançaram o que muitos com recursos e oportunidades não conseguiram. Os que tem menos, é lógico, terão que lutar mais, mas nada é por acaso. Muitos pediram, antes de encarnar, para estar naquela situação (prova). Se não pediram a lei divina os colocou ali (expiação). O que não devemos é sentir pena de nós e escolhermos um caminho errado e colocarmos a culpa no Governo, na sociedade, etc.
Texto de Rudymara-Grupo Espírita Alan Kardec

O próprio Jesus abordou de modo claro e sintético a questão do merecimento ao afirmar: "A cada um, segundo tem que estar de acordo com a razão, não contrariar a lógica e o bom senso. Em outras palavras, é inaceitável e perigosa a fé cega, alimentada pela ignorância condutora ao distanciamento da verdade e ao fanatismo.
Assim, é natural que o merecimento seja proporcional ao nosso trabalho no bem. E quando digo isso não me refiro somente à caridade, à esmola. Qualquer atividade que possa contribuir com o aperfeiçoamento do indivíduo, seja físico, intelectual, social ou moral, traz como consequência novas oportunidades de construção de si mesmo. Pela lei de Causa e Efeito, sempre recebemos o retorno de cada pensamento, palavra, expressão de sentimento ou ato praticado. Porém, ela funciona nas duas vias, isto é, tanto para o bem, paz e felicidade, como para o mal, perturbação e desconforto. Resumindo: a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
Os frutos bons todos apreciamos. O difícil é deglutir os frutos amargos que as sábias e perfeitas leis da vida se nos impõem por força de nossas escolhas infelizes anteriores. Nessa situação, hora de expiações e provas, temos que apresentar nosso testemunho de fé verdadeira e nos resignar graças à compreensão de que as vicissitudes pelas quais estamos passando não representam determinismo divino ou capricho do destino.
Não há privilégios, boa estrela, sorte ou azar. A lei de justiça divina se distribui no tempo mediante o mecanismo da reencarnação. Por isso, ao olhar em redor temos a falsa impressão de que os bons e honestos sofrem enquanto os agentes da maldade e corruptos prosperam impunemente. Mas, em algum ponto do futuro, todos teremos que nos defrontar com as próprias consciências culpadas pelas agressões perpetradas contra a natureza e todos os seres vivos, especialmente os humanos.
Deus é a suprema inteligência do Universo e causa primária de todas as coisas, conforme a pergunta n° 1 de O Livro dos Espíritos. Desta forma, ele concede ao homem agir pelo seu livre-arbítrio para que o mesmo desenvolva-se espiritualmente até atingir estágios superiores de perfeição relativa em confirmação às palavras do Cristo "sois deuses" que refletem toda a potencialidade do espírito imortal. Portanto, pertencerá a cada indivíduo tanto o mérito pelas vitórias adquiridas sobre seus instintos inferiores como também os resultados desastrosos de seus descontroles.
Os frutos bons todos apreciamos. O difícil é deglutir os frutos amargos que as sábias e perfeitas leis da vida nos impõem pelas nossas escolhas infelizes anteriores... Não há privilégios, boa estrela, sorte ou azar.
O homem deveria ter sempre em vista a transitoriedade da vida material em que se encontra. Ele não é um corpo equipado com a lucidez de uma mente ou alma, mas uma alma ou espírito temporariamente revestido de um corpo físico que lhe serve de instrumento enquanto atua no palco da vida terrestre. Enquanto não aceitar isso, permanece em equívoco grave sobre si mesmo e seu futuro. Por conta dos interesses materiais distorce sua escala de valores privilegiando sempre justamente aquilo que menos lhe pode ser útil. Como nos alerta também o Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo XVI, ao falar sobre "A verdadeira propriedade", no momento de acerto de contas, após a desencarnação e chegada no mundo espiritual, não nos perguntarão quantos bens possuíamos ou que posição social ocupávamos. Simplesmente nos indagarão o que temos nas mãos, a soma de virtudes, os tesouros a que Jesus se referiu, aqueles "imunes à ação dos ladrões, das traças e da ferrugem".
Antes de mais nada é preciso seguir o ensinamento socrático "Conhece-te a ti mesmo". Na verdade, a imensa maioria de nós comporta-se de modo inadequado na ilusão quanto ao que somos, nossa natureza íntima. E, mais importante ainda que nos reconhecermos como espíritos imortais e responsáveis pelo próprio destino, é aprendermos a descobrir nossas qualidades e defeitos, potencialidades e imperfeições, primeiro passo para a correção de rota em nossas vidas. Vidas, assim mesmo, no plural, pois todo esforço positivo carrega em si a energia capaz de alterar o presente e o futuro, desta reencarnação e das próximas, além do tempo de permanência na dimensão espiritual.
A reforma íntima exige esforço e perseverança, o que significa acrescentar também muito tempo. Prazo este que nem sempre é suficiente o que temos disponível nesta etapa reencarnatória. Afinal, ainda que por caminhos tortuosos, nós estamos tentando fazer isso há milênios. Por tentativas e erros, a duras penas, estamos aprendendo que o mal não compensa, que só nos faz sofrer e torna cada vez mais distante a felicidade. Cada existência é um novo curso que frequentamos. Alguns poucos são diplomados com louvor; muitos são aprovados nos limites da avaliação e tantos outros são reprovados e terão que recomeçar na próxima vida letiva.
Nada que seja legítimo e duradouro para o espírito é alcançado sem muito trabalho, lutas e renúncias. É o preço a ser pago por aqueles que já se conscientizaram que a vida material é passageira e que, embora seja justo vivê-la bem, o mais importante é o patrimônio espiritual. Riqueza, fama, poder, beleza, nada disso tem valor para o espírito.
E por que as pessoas não mudam seu foco, então? Por que insistem em agir como se só existisse o "aqui" e o "agora"? Por que há escassez de informação consistente e racional sobre a nossa origem, natureza e destino. Por desconhecimento ou má fé, por fanatismo ou interesses espúrios, aqueles que deveriam orientar e preencher as lacunas de dúvidas angustiantes e sombras intelectuais das pessoas, acabam por criar mundos de fantasias, bons demais ou maus demais, irreais ambos. Fórmula perfeita de contornar esse problema foi enunciado pelo Espírito Verdade "Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instrui-vos, este o segundo".
Por Wilson Czerski
Fonte ADE-PR-Jornal Comunica Ação Espírita | 80ª edição | 07 de 2010.



domingo, 27 de agosto de 2017

“NÃO DEVEMOS TER MEDO DO UMBRAL”

Basta perguntar, a maioria dos espíritas que recebeu uma catequização católica, ao menos na infância. Talvez esteja aí a raiz de uma peculiar transferência. Ainda imerso nas descrições clericais da vida após a morte, o principiante espírita faz uma troca apenas de nome, deixa de temer o inferno, e passa a temer o umbral. Muda o nome, permanece a ameaça.
Uma senhora, no saguão da casa espírita me disse:
– Luto todo dia para não fazer nada de errado, me pelo de medo de ir para o umbral quando chegar a hora. Meu sonho são os jardins e delícias da colônia espiritual Nosso Lar!
É um senso comum, uma transferência natural de uma criação milenar, pertencente a diversas tradições pagãs e cristãs, os infernos, onde o sofrimento impera e castiga, e uma doutrina ainda pouco compreendida, contanto apenas 150 anos de sua elaboração, o espiritismo!
Allan Kardec sabia que seria necessário esclarecer minuciosamente estas questões, para apresentar o quadro novo do mundo espiritual aos egressos do dogmatismo católico. Por isso, retomou toda o catecismo e teologia adotada pela igreja e raciocinou quanto a cada ponto, em sua obra O céu e o inferno, publicada em Paris em 1 de agosto de 1865.
Há uma particularidade pouco lembrada quanto aos dogmas da igreja. Segundo eles, o sofrimento dos infernos deverá ser físico, pungente, na pele mesmo. O condenado deve sentir o calor do fogo, o queimar das carnes, o penetrar dos tridentes, a pressão e o trucidar das correntes. Mas quando são enviados aos infernos, esses condenados ainda são – como explica Kardec quanto à concepção da igreja – sem corpo, pois esse morreu e se desfez neste mundo:
Os condenados, presentemente no inferno, podem ser considerados puros Espíritos, uma vez que só a alma aí desce, e os restos entregues à terra se transformam em ervas, em plantas, em minerais e líquidos, sofrendo inconscientemente as metamorfoses constantes da matéria. (O céu e o inferno, página 53).
Não se pode esquecer-se desse processo, quando se trata da doutrina da igreja! No momento da morte, ninguém sofre ainda. Só depois, quando Deus destruir este mundo e, no juízo final, restituir os corpos, agora imortais, mas feitos igualmente de carne e ossos, para que o sofrimento no inferno seja físico, real, fisiológico. Desse modo, continua Kardec:
Os eleitos ressuscitarão, contudo, em corpos purificados e resplendentes, e os condenados em corpos maculados e desfigurados pelo pecado. Isso os distinguirá, não havendo mais no inferno puros Espíritos, porém homens como nós. Conseguintemente, o inferno é um lugar físico, geográfico, material, uma vez que tem de ser povoado por criaturas terrestres, dotadas de pés, mãos, boca, língua, dentes, ouvidos, olhos semelhantes aos nossos, sangue nas veias e nervos sensíveis. (Idem, ibidem).
Aqui está o ponto fundamental deste artigo. A concepção dos infernos considera um lugar físico, material, semelhante ao mundo atual, todavia, piorado. Não chega a luz do sol, não se percebe o suceder dos dias e noites, não há lua. Um cheiro insuportável de enxofre, fumaça, suor, sangue. Labaredas de fogo, caldeirões fumegantes. Desolação e sofrimento sem fim. É preciso considerar um Deus bastante vingativo e que odeia muito aqueles que o desobedeceram para condenar alguém a viver eternamente nesse horror! É algo para se pensar à parte.
Basta imaginar que uma inocente criança, simples e alegre em seu lar, nos braços de seus pais, cuidada com amor e carinho, mas que não tenha sido batizada! Corre o risco, a coitadinha, de sair desse lar aconchegante, e, depois do juízo, se ver sozinha, fugindo dos tormentos dos demônios, abandonada eternamente pelo seu criador!
A doutrina espírita oferece uma explicação bastante diverso da vida após a morte. Primeiramente, o mundo espiritual é também um lugar físico, mas cujas propriedades são completamente diferentes de nosso mundo. Enquanto aqui, se colocarmos pessoas de personalidades diversificadas, como a mãe de Jesus, um bandido, Herodes, camponeses, e um filósofo genial, todos numa sala, e fizermos uma fogueira enorme, todos irão suar de calor, não importa o quanto difiram moral e intelectualmente.
Ao levarmos esse mesmo grupo para o polo norte, todos iriam sofrer um frio lancinante, igualmente. O corpo físico de todos nós reage da mesma forma, de acordo com o ambiente físico no qual se encontra. Esse raciocínio valeria caso a vida futura ocorresse como a doutrina das igrejas cristãs imaginam o céu e o inferno. Os espíritos superiores ensinam, porém, que o mundo espiritual tem a particularidade de ser influenciado diretamente pelo que pensam e sentem seus habitantes. É o inverso de nosso mundo.
Aqui, o ambiente influencia nosso corpo (lugar frio esfria o corpo). No mundo dos espíritos, segundo o espiritismo, o corpo espiritual tem a propriedade de ser mais denso e materializado, quando o espírito está apegado às emoções e imperfeições, e torna-se leve, tênue, alcança distâncias, pode transpor-se para outros planos, quando o espírito evolui intelecto-moralmente. Ou seja, um bom espírito, ganha, pela constituição mesma de seu perispírito, a liberdade de agir, de ir e vir, de transportar-se pelos orbes. Enquanto isso, um espirito imperfeito, pela condição materializada de seu corpo espiritual, em virtude do padrão de seus pensamentos e sentimentos, tem reflexos das sensações materiais, e vivencia as ilusões do frio, calor, sede, fome, medo, e tantos outros.
São ilusões, mas com plena realidade pela subjetividade do próprio espírito, ao se manter prisioneiro de suas próprias escolhas! Quando uma diversidade de espíritos presos aos seus apegos, imersos na raiva, medo, vingança, inveja, materializam o perispírito e estão juntos, vão moldando o ambiente ao seu redor pela força de seu pensamento. Eles poderiam criar um ambiente agradável, belo, sublime até. Mas suas ideias fixas não deixam. Seus pensamentos densos, criam ambientes escuros, pesados, desagradáveis. Ou seja, não há um lugar onde os espíritos sofredores sejam jogados para sofrer. É o inverso. São os pensamentos e sentimentos densos, as imperfeições morais do próprio indivíduo a causa do ambiente que ele cria para si mesmo.
O mundo espiritual é imanente a este, é bom lembrar. Nós, encarnados, estamos vivendo em dois mundos ao mesmo tempo. Aqui, com o  corpo físico. E no mundo espiritual com nosso perispírito. Não faz sentido, então, nos preocuparmos com o lugar que iremos após a morte. O raciocínio é outro! Onde já estamos no mundo espiritual agora? Segundo nosso padrão de pensamentos e sentimentos, estamos sintonizados, ambientados, em determinadas condições espirituais.
Quem tem raiva constante, materializa também o perispírito. Quem se desprende, permanece sereno, vive em cada momento sua emoção adequada. Não se apega aos fatos passados, revivendo emoções passadas. Esse mantém seu perispírito leve, suave, desmaterializado. Céu e inferno são criações pessoais de cada um de nós. São escolhas livres, regidas por leis naturais. A autonomia é o fundamento da vida.
E como se faz para sair dessa situação difícil na qual se encontram muitos espíritos depois da morte? Há uma só saída. A vontade. Nenhum outro ser pode mudar o padrão de pensamento e sentimento do outro, só ele mesmo. Só muda quem quer mudar. Quando um espírito decide sair do sufoco e sofrimento que está vivendo, basta uma prece sincera a Deus, um apelo aos bons espíritos, e será imediatamente auxiliado, por alterar voluntariamente seus pensamentos! Não é preciso ficar absolutamente puro para mudar sua vida. Basta uma mudança em suas disposições morais, explicou Kardec. E isso está ao alcance de todos. Guarde esse ensinamento. Um dia ele poderá, certamente, lhe ser útil!
Não há que se olvidar que o Umbral também faça parte da criação Divina, não estando os Espíritos que por lá transitam desamparados da proteção do Pai Celestial. Ao contrário da crença popular, não é o Umbral um local destinado ao sofrimento, mas sim ao aperfeiçoamento do Espírito, que terá condições de identificar “o que lhe falta para ser mais feliz e, desde então, procura(r) os meios de alcançá-lo”.
É nobre portanto a finalidade do Umbral, já que destina-se a depuração do Espírito. Jesus já afirmava que “não são os que gozam saúde que precisam de médico”. Tudo o que não serve para a vida superior torna o Espírito doente, por isso, não é de se admirar que “o pão, tão saboroso ao paladar saudável, seja enjoativo ao paladar enfermo, e que a luz, amável aos olhos límpidos, seja odiosa aos olhos doentes”. Alcançada a depuração necessária o Espírito prossegue em sua jornada, não ficando no Umbral sequer um segundo a mais do que lhe é preciso.
Fonte: Galeria Boa Nova.

Escrito por Paulo Henrique de Figueiredo

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

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