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quinta-feira, 20 de julho de 2017

"A VIDA APÓS A MORTE"

Raul Teixeira fala sobre a Existência e Sobrevivência dos Espíritos. Raul Teixeira é Físico e Médium Espírita. Produzido pelo Programa Terceira Revelação. Reprisado pelo programa Espírito e Vida da Federação Espírita do Rio Grande do Norte (FERN)

"NINGUÉM É PROFETA EM SUA TERRA"

Tendo vindo à sua terra natal, instruía-os nas sinagogas, de sorte que, tomados de espanto, diziam: Donde lhe vieram essa sabedoria e esses milagres? — Não é o filho daquele carpinteiro?
Não se chama Maria, sua mãe, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Suas irmãs não se acham todas entre nós? Donde então lhe vêm todas essas coisas? — E assim faziam dele objeto de escândalo. Mas, Jesus lhes disse: Um profeta só não é honrado em sua terra e na sua casa. — E não fez lá muitos milagres devido à incredulidade deles.
(S. Mateus, 13:54-58.)
Enunciou Jesus dessa forma uma verdade que se tornou provérbio, que é de todos os tempos e à qual se poderia dar maior amplitude, dizendo que ninguém é profeta em vida.
Na linguagem usual, essa máxima se aplica ao crédito de que alguém goza entre os seus e entre aqueles em cujo seio vive, à confiança que lhes inspira pela superioridade do saber e da inteligência. Se ela sofre exceções, são raras estas e, em nenhum caso, absolutas. O princípio de tal verdade reside numa consequência natural da fraqueza humana e pode explicar-se deste modo:
O hábito de se verem desde a infância, em todas as circunstâncias ordinárias da vida, estabelece entre os homens uma espécie de igualdade material que, muitas vezes, faz que a maioria deles se negue a reconhecer superioridade moral num de quem foram companheiros ou comensais, que saiu do mesmo meio que eles e cujas primeiras fraquezas todos testemunharam.
Sofre-lhes o orgulho com o terem de reconhecer o ascendente do outro. Quem quer que se eleve acima do nível comum está sempre em luta com o ciúme e a inveja. Os que se sentem incapazes de chegar à altura em que aquele se encontra esforçam-se para rebaixá-lo, por meio da difamação, da maledicência e da calúnia; tanto mais forte gritam, quanto menores se acham, crendo que se engrandecem e o eclipsam pelo arruído que promovem. Tal foi e será a História da Humanidade, enquanto os homens não houverem compreendido a sua natureza espiritual e alargado seu horizonte moral. Por aí se vê que semelhante preconceito é próprio dos espíritos acanhados e vulgares, que tomam suas personalidades por ponto de aferição de tudo.
Doutro lado, toda gente, em geral, faz dos homens apenas conhecidos pelo espírito um ideal que cresce à medida que os tempos e os lugares se vão distanciando. Eles são como que despojados de todo cunho de humanidade; parece que não devem ter falado, nem sentido como os demais; que a linguagem de que usaram e seus pensamentos hão de ter ressoado constantemente no diapasão da sublimidade, sem se lembrarem, os que tal imaginam, que o espírito não poderia permanecer constantemente em estado de tensão e de perpétua superexcitação. No contacto da vida privada, vê-se por demais que o homem material em nada se distingue do vulgo. O homem corpóreo, que os sentidos humanos percebem, quase que apaga o homem espiritual, do qual somente o espírito se percebe. De longe, apenas se vêem os relâmpagos do gênio; de perto, vêem-se as paradas do espírito.
Depois da morte, nenhuma comparação mais sendo possível, unicamente o homem espiritual subsiste e tanto
maior parece, quanto mais longínqua se torna a lembrança do homem corporal. É por isso que aqueles cuja passagem pela Terra se assinalou por obras de real valor são mais apreciados depois de mortos do que quando vivos. São julgados com mais imparcialidade, porque, já tendo desaparecido os invejosos e os ciosos, cessaram os antagonismos pessoais. A posteridade é juiz desinteressado no apreciar a obra do espírito; aceita-a sem entusiasmo cego, se é boa, e a rejeita sem rancor, se é má, abstraindo da individualidade que a produziu.
Tanto menos podia Jesus escapar às consequências deste princípio, inerente à natureza humana, quanto pouco esclarecido era o meio em que ele vivia, meio esse constituído de criaturas votadas inteiramente à vida material.
Nele, seus compatriotas apenas viam o filho do carpinteiro, o irmão de homens tão ignorantes quanto ele e, assim sendo, não percebiam o que lhe dava superioridade e o investia do direito de os censurar. Verificando então que a sua palavra tinha menos autoridade sobre os seus, que o desprezavam, do que sobre os estranhos, preferiu ir pregar para os que o escutavam e aos quais inspirava simpatia.
Pode-se fazer ideia dos sentimentos que para com ele nutriam os que lhe eram aparentados, pelo fato de que seus próprios irmãos, acompanhados de sua mãe, foram a uma reunião onde ele se encontrava, para dele se apoderarem, dizendo que perdera o juízo. (S. Marcos, 3:20-21 e 31 a 35.
Assim, de um lado, os sacerdotes e os fariseus o acusavam de obrar pelo demônio; de outro, era tachado de louco pelos seus parentes mais próximos. Não é o que se dá em nossos dias com relação aos espíritas? E deverão estes queixar-se de que os seus concidadãos não os tratem melhor do que os de Jesus o tratavam? O que há de estranhável  é que, em pleno século vinte e no seio de nações civilizadas,se dê o que, há dois mil anos, nada tinha de espantoso, por parte de um povo ignorante.


Fonte.A Gênese. Allan Kardec

“INIMIGOS EM FAMÍLIA - COMO O ESPIRITISMO EXPLICA A EXISTÊNCIA DE INIMIGOS DENTRO DA FAMÍLIA”

Como a Doutrina Espírita explica a existência de desafetos dentro da própria família? Quase todas as famílias têm seus casos de desentendimento entre alguns dos seus membros, muitas vezes verdadeira aversão sem nenhuma explicação na existência presente.
“Por que certos desafetos reencarnam como nossos familiares? Mesmo se o perdão for obtido em uma das partes eles continuarão reencarnando próximos um ao outro em outras vidas?”- Kirae Scarffon
É bom nós sabermos – e quem fez essa pergunta já sabe disso – que é comum que antigos desafetos reencarnem próximos um do outro, principalmente no meio familiar. Numa mesma família geralmente há o encontro de antigos desafetos. Por quê?
Imagine que você se mude para o outro lado do mundo, que você nunca mais tenha contato com ninguém do Brasil, com ninguém que você conheceu aqui. Daqui a uns 40 anos, quando eventualmente você se lembrar de alguém que você conheceu aqui, de quem você vai se lembrar?
Você vai lembrar das pessoas que você ama e das pessoas que você odeia. Talvez você não ame ninguém, ou você não odeie ninguém. Mas você certamente formou vínculos de afeto e de desafeto. Muitas pessoas que nós conhecemos nessa existência não irão representar grande coisa para nós no futuro. São coadjuvantes em nossa vida. Mas há os protagonistas em nossa vida, que são aquelas pessoas por quem nós nutrimos sentimentos de amor e ódio.
São com essas pessoas que nós temos vínculos. É a elas que nós estamos ligados. É importante considerarmos que se nós sentimos ódio de alguém é porque muito provavelmente antes de experimentarmos esse sentimento de ódio nós sentimos por esse alguém algo muito próximo muito semelhante ao amor. Ninguém sente ódio de alguém se nunca gostou desse alguém antes. As relações de ódio quase sempre surgem a partir da traição, do engano, da inveja, da disputa desenfreada – mas antes de se manifestar a traição, o engano, a inveja, a disputa desenfreada, havia amor – não o amor verdadeiro porque nós ainda não sabemos amar de verdade, mas algo muito próximo ao amor.
Se uma pessoa que eu não conheço, ou um conhecido qualquer – se essa pessoa me trai, é claro que eu não vou gostar, mas também não vou morrer de ódio dessa pessoa.
Mas se alguém que eu amo – um irmão, um filho, o cônjuge – se um deles me trair, o amor que eu sinto poderia se transformar em ódio: eu tenho um vínculo muito forte com essa pessoa e esse vínculo permanece – ele apenas deixa de ser positivo e se torna negativo.
Os nossos grandes desafetos, então, são espíritos com quem nós já convivemos no passado, em outras existências, e são espíritos de quem nós já gostamos, fomos grandes amigos, talvez sócios, ou irmãos, ou amantes – já tivemos laços de amor no passado.
Os espíritos se atraem por afinidade. A reencarnação acontece normalmente por afinidade. É um equívoco supor que todos nós passamos por um planejamento antes de reencarnar. Isso é correto se considerarmos que a Lei de Deus (o grande conjunto de Leis que nos regem) seja um planejamento – ou que comportem um planejamento. Mas não há planejamento individual para cada espírito que reencarna.
Nós nos aproximamos, então, por afinidade. Nós temos vínculos aqui, temos laços de afeto e desafeto com algumas pessoas, nós mantemos esses laços depois de desencarnados, e esses laços permanecem ainda quando reencarnamos. São esses vínculos que nos unem, que aproximam as pessoas em pequenos e grandes grupos.
– Qual é a razão, na Lei de Deus, para que os desafetos se encontrem? Não seria melhor se nós nunca mais encontrássemos os nossos desafetos?
Não. Se nós não os encontrássemos novamente, nós não curaríamos as feridas produzidas por esses laços de ódio. O ódio é uma doença do espírito. Enquanto nós sentimos ódio, enquanto nós tivermos ódio dentro de nós, mesmo que bem controlado, mesmo que nós nem percebamos que sentimos ódio – nós não nos curamos. E a única maneira de curar essa doença chamada ódio – ódio e seus derivados: mágoa, rancor, ressentimento – o meio de nós curarmos essa doença é nos rearmonizando com nós mesmos e com os nossos desafetos.
Em relação ao perdão: eu posso perdoar, posso me elevar espiritualmente e superar esses laços negativos. Perdoar é desligar-se, deixar para trás. Perdoar alguém de quem eu tive ódio é romper com esses laços de ódio, eu já não estou ligado a essa pessoa por laços de ódio.
Poderíamos pensar, então, que basta perdoar para nos vermos livres dos nossos desafetos.
É mais ou menos. Quando eu perdoo eu me livro da doença, eu estou curado do ódio. Mas a Lei é perfeita. A Lei de Deus é perfeita. Nada escapa da Lei. Temos que considerar que nós contribuímos para a formação desses laços de ódio, nós contribuímos para que essa desarmonia acontecesse. Se examinarmos as nossas existências anteriores veremos que nós não somos vítimas. Podemos ter sido vítimas numa determinada existência, mas fomos algozes em outra existência anterior – às vezes espíritos se perseguem durante milênios, alternando as posições de perseguido e perseguidor. Isso só termina com o perdão e a rearmonização.
Referindo-se a esses laços de desafeto, a essas relações de ódio, Jesus nos ensinou no sermão da montanha:
“Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali, enquanto não pagares o último centavo.” Mateus 5:25-26
Temos que pagar até o último centavo. O que isso quer dizer?
Quer dizer que nós não nos elevaremos de verdade enquanto estivermos em débito com as Leis divinas.
Jesus disse para entrarmos em acordo com o nosso adversário, para nos conciliarmos, ou nos reconciliarmos com o nosso adversário – o adversário é esse desafeto que reencarnou como nosso familiar. Temos a oportunidade de nos reconciliarmos agora. Isso não quer dizer que temos que morrer de amores por esse familiar nosso. Se nós construímos grandes diferenças um com o outro, a ponto de mal nos suportarmos, dificilmente vamos amar esse desafeto, nesta reencarnação, como nós amamos outras pessoas. Mas é preciso começar a rearmonização. É preciso tolerar; compreender; ajudar, se for o caso; e querer o bem para essa pessoa, orar por essa pessoa – isso é o mínimo que podemos fazer.
O perdão liberta, é verdade. Mas não nos isenta de trabalharmos pela rearmonização, de trabalharmos pela harmonia do universo.
A Lei de Deus é pura harmonia. Deus é amor, é alegria, é prazer – para vivermos o reino de Deus, que é o nosso próximo estágio evolutivo, temos que estar em plena harmonia com as Leis de Deus.
Autor: Morel Felipe Wilkon

Autor: Morel Felipe Wilkon

"POR QUE A CREMAÇÃO PODE SER UM SOFRIMENTO PARA O ESPÍRITO?"


quarta-feira, 19 de julho de 2017

“O BEM E O MAL. PORQUE TODOS NÓS FAZEMOS MAIS O MAL DO QUE O BEM? ”

Esta sentença de Sócrates, mais tarde ratificada pelo apóstolo Paulo em carta dirigida aos romanos (Rm., 7:19) ao afirmar: Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço, fere a grave questão da predominância (ainda) do mal em nosso Orbe.
Em absoluta sintonia com esses dois Espíritos iluminados, está outra criatura, também de escol, Joanna de Ângelis, ao enunciar em palestra de Divaldo Pereira Franco: Enquanto o bem e a virtude andam na semiobscuridade com sandálias de veludo, o mal e o vício ganham título de cidadania nas praças públicas sob os “spotlights” da promoção.
Afirma Allan Kardec, na Introdução do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, que a predominância do mal na Terra seria uma questão insolúvel sem o conhecimento da pluralidade dos mundos habitados e da destinação do planeta terreno, que comporta apenas uma fração mínima da Humanidade.
Somente o Espiritismo tem condição de lançar luzes nos panoramas descortinados por tal assunto, conforme comprovamos nas explanações contidas no livro citado, capítulos III a V. Ali passamos a compreender porque os meios de comunicação enfatizam tão prodigamente os escândalos, os crimes, toda sorte de coisas más, tristes e quejandos: é porque esse tipo de abordagem torna-se repasto de ampla ressonância nos Espíritos vinculados ao planeta, elevando o nível do ibope que as emissoras perseguem.
A Humanidade encarnada e desencarnada da Terra ainda se compraz no mal. É o estágio evolutivo atual, que leva os Espíritos do Senhor à seguinte assertiva: Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.[1]
Quando o homem moral substituir o homem carnal, a vida na Terra alcançará patamares morais elevadíssimos nunca dantes logrados. A preponderância até hoje do homem-matéria é que tem ensejado o advento de dores acerbas e lastimáveis desastres de ordem moral e material no mundo.
Explica ainda o mestre lionês[2]: O homem carnal, mais preso à vida corpórea do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, se conserva numa ansiedade e numa tortura perpétuas. (…)
O homem moral, que se colocou acima das necessidades factícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação de seus desejos lhe dá ao Espírito calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma, sem nenhuma impressão dolorosa deixarem.
Quando abandonar os padrões grosseiros da matéria, o homem experimentará, então, a felicidade reservada aos bons Espíritos, isto é, aqueles que conhecem todas as coisas e não sentem mais nem (…) ódio nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. O amor que os une lhes é fonte de suprema felicidade. Não experimentam as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material. São felizes pelo bem que fazem.
Contudo, a felicidade dos Espíritos é proporcional à elevação de cada um. Somente os puros Espíritos gozam, é exato, da felicidade suprema, mas nem todos os outros são infelizes. Entre os maus e os perfeitos há uma infinidade de graus em que os gozos são relativos ao estado moral. Os que já estão bastante adiantados compreendem a ventura dos que os precederam e aspiram a alcançá-la. Mas, esta aspiração lhes constitui uma causa de emulação, não de ciúme. Sabem que deles depende consegui-la e para a conseguirem, trabalham, porém, com a calma da consciência tranquila e ditosos se consideram por não terem de sofrer o que sofrem os maus. [3]
Quando pensamos nas modificações que ainda precisam ser operadas para que a frase de Sócrates em epígrafe perca o seu conteúdo e sentido, nos perguntamos: Quando isso se dará? Quando a Humanidade viverá sob o pálio dos ensinamentos de Jesus?!
Para que chegue esse tempo de sublimes alvíssaras, é necessário começar já, hoje, agora, o difícil trabalho de lapidação das arestas do arraigado orgulho e da ancestral ignorância de tão triste memória, geradora de descalabros de vária ordem na História da Humanidade.
Os Benfeitores da Terra estão sempre conclamando-nos a perseverar no Bem, ainda que sob o acicate das mais duras adversidades…
É áspero, estreito e árduo o caminho evolutivo e Jesus alertou-nos sobre isso quando falou das aflições (Jo. 16:33) a que estaríamos sujeitos em nosso périplo terrestre. Mas, por outro lado, Ele afirmou que socorreria as ovelhas em apuros e salvas estariam as que até o fim perseverassem.
Bibliografia: 1 – KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006. q. 932.
Por Rogério Coelho

Autor: Rogério Coelho

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...