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segunda-feira, 17 de julho de 2017

“O QUE PODE E O QUE NÃO PODE SER MUDADO EM NOSSO DESTINO? ”


A origem da fatalidade.
O foco de nossa consciência é ainda muito limitado.
Não nos preocupamos em saber quem nós somos e o que fazemos aqui; daí, os horizontes da vida ainda são muito estreitos para nós.
Isso faz com que em certas circunstâncias e em certos momentos tenhamos a impressão de que o destino não pode ser mudado; que estamos condenados pela fatalidade. E estamos enganados.
É fato que algumas coisas não podem ser recicladas em determinados momentos, mas apenas em virtude da nossa falta de vontade e da pobreza de capacidades. Num momento, fatalidade. No momento seguinte; pode surgir a possibilidade de mudança. No entanto, a possibilidade de mudar é inútil quando os braços estão cruzados na inércia; nesse padrão de atitudes concretizamos efeitos de escolhas inadequadas: sofredores; nós somos eleitores de pessoas; pouco ou nada capacitadas; a gerir nosso destino, cível, fiscal, amoroso...
A força que faz com que as coisas do destino aconteçam sob aparente descontrole, é proporcional ao tempo gasto para produzir aquele fato, à sua repetição; e à intensidade dos efeitos que nossas decisões provocaram como influência na vida de outras pessoas ou no meio ambiente.
Para começar a mudar o que nos desagrada em nossa vida; basta como primeiro passo, saber que nosso destino foi planejado e decidido por nós mesmos, pelas nossas escolhas e seus efeitos. E também pelas escolhas que outros fizeram em nosso nome; e que nós permitimos ou avalizamos nas urnas do além (vai votar em quem?).
Os outros não podem ser culpados pelas circunstâncias complicadas na atual existência; pois, as pessoas só interferem na minha vida e no meu destino se dou permissão; isso é lei.
Fatalidade é circunstância que não quisemos mudar – na hora e no momento de votar em quem.
Foi uma escolha que pode servir de aprendizado, consciente ou não; Vale sempre lembrar que somos pouco conscientes das coisas porque assim o queremos. Não há desculpas verdadeiras para a fuga ao conhecimento e das notícias que rolam por aí.
Em tempo: instrução não é educação para a vida e não é capaz de transformar um mau destino num bom destino.
Para mudar o destino é preciso conhecer as leis que regem nossas vidas; e agir de forma simples e prática para conseguir eficiência.
Como mudar o destino?
Quando lançamos de nós um pensamento, uma ideia, seguida ou não de uma atitude interagimos com tudo o que nos rodeia e com o Universo.
E, se os resultados não foram dos melhores; o que fazer?
Mais simples é impossível; basta mudar a polaridade:
Se nós prejudicamos; basta ajudar.
Quando ferimos; basta cuidar e auxiliar na cura.
Se nós mentimos; basta cultivar a verdade.
Quando odiamos basta amar.
O perdão natural é um jogo de forças que se somam ou se anulam. Numa linguagem ética denominamos isso: reparação. Como exemplo: todo ódio que lançamos no túnel do tempo e que a nós retornará, pode ser anulado com emissões de amor.
Mas, o perdão não cobra vantagens financeiras, por algo que pensamos ser certo na ocasião: nada ver com falsários ideológicos que cobram da sociedade problemas que só lhes fizeram sobressair como heróis que não foram; e que tornam malditos parasitas seus herdeiros das finanças da poupança do coletivo.
Todo desequilíbrio nas escolhas e nas atitudes retorna como sofrer. As sensações geradas são desagradáveis; o que nos leva à vontade de mudar; mas, se o padrão de atitudes não for corrigido, essas sensações retornam sempre, até que optemos pela mudança; até na hora de votar e escolher nossos representantes.
Mudamos o nosso destino com conhecimento, boa vontade, trabalho; e com o concurso do tempo. EDUCAÇÃO.
Empecilhos a serem descartados: Pensamento mágico. Crença em sorte, azar, etc.
Justificativas para não mudar: Perdão Divino paranoico baseado em arrependimento; coisas do tipo: Desculpa que não faço mais; mas continuo fazendo...
Sistema de crenças e valores sociais que cobram propinas para o Divino.
Todas as escolhas devem ser refeitas?
As de conformidade com a lei, não; pois, se emitimos equilíbrio ou amor no retorno a sensação de paz, felicidade e alegria não precisam ser reformadas.
O que estamos esperando?
A ampulheta do tempo está quase vazia de horas.

Américo Canhoto

“MORAL E CONHECIMENTO: DUA ASAS QUE NOS LEVAM A PERFEIÇÃO”

São duas as asas que nos levarão à perfeição
A tese de que a experiência na carne é indispensável ao progresso das almas, ou Espíritos, está bem definida em duas conhecidas questões d´O Livro dos Espíritos.
Na questão 132, tratando do objetivo da encarnação dos Espíritos, os imortais foram diretos: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
Na questão 133, Kardec refere-se aos Espíritos que desde o princípio sempre seguiram o caminho do bem. Teriam eles também necessidade da encarnação? Eis a resposta, igualmente direta e objetiva: “Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseguintemente sem mérito.”
Uma questão que se impõe, em face dos ensinamentos ora transcritos, diz respeito ao modo, à forma, às condições em que a caminhada para a perfeição se realiza.
Devemos dar ênfase, nesse processo, somente às questões morais, em detrimento da busca do conhecimento? E quanto àqueles que buscam o conhecimento, mas negligenciam tudo o que diz respeito à vida moral?
A resposta a semelhantes questões vamos encontrar na obra “O Consolador”, que Emmanuel redigiu em 1940, por intermédio de Chico Xavier. Perguntaram-lhe: “A alma humana poder-se-á elevar para Deus, tão-somente com o progresso moral, sem os valores intelectivos?”.
O então mentor espiritual do saudoso médium respondeu: “O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita. No círculo acanhado do orbe terrestre, ambos são classificados como adiantamento moral e adiantamento intelectual, mas, como estamos examinando os valores propriamente do mundo, em particular, devemos reconhecer que ambos são imprescindíveis ao progresso, sendo justo, porém, considerar a superioridade do primeiro sobre o segundo, porquanto a parte intelectual sem a moral pode oferecer numerosas perspectivas de queda, na repetição das experiências, enquanto que o avanço moral jamais será excessivo, representando o núcleo mais importante das energias evolutivas.” (O Consolador, questão 204.)
Anos depois - em 1954 - no prefácio que escreveu para o livro “Nos Domínios da Mediunidade”, de André Luiz, psicografado também por Chico Xavier, Emmanuel retomou o assunto para lembrar que o túmulo é uma porta à renovação, assim como o berço é acesso à experiência, e que nosso estágio na Terra é uma viagem com destino às estações do Progresso Maior. E advertiu: "Sem noção de responsabili­dade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a pe­regrinação libertadora para os Cimos da Vida." 
Eis providências que não poderiam faltar nas metas que traçamos relativamente à nossa própria existência, nem deveriam ser ignoradas por pais e mães com referência ao processo educacional de seus filhos.
Espiritismo e Conhecimento.



"REMÉDIOS PARA DORMIR E PARA ANSIEDADE: UM ATALHO PARA O ALÉM? SERÁ QUE VOCÊ PRECISA MESMO DELES?"

O estilo de vida atual nos levou a detonar com automatismos que levamos milhões de anos desenvolvendo. As pessoas desaprenderam: dormir, respirar, comer e até evacuar. Vivemos na Era dos sem tempo. Falta de aviso não foi – exemplo: “Não vos canseis pelo ouro” disse Jesus.
A sociedade da atualidade está voltada para os valores exteriores que instigam à competição a qualquer preço e, a qualquer custo; daí mede-se a criatura pelo que tem e não pelo que é; em razão do quanto pode e, não do que faz. A desordenada preocupação em adquirir a qualquer preço equipamentos, veículos e objetos de propaganda desarticula a nossa intimidade. Elevamos a ansiedade a níveis extremados apenas para sermos bem vistos e aceitos no meio social; nós nos angustiamos para vestirmos de acordo com a moda vigente; nós nos inquietamos para estarmos bem informados sobre temas sem importância. O sistema cria um conjunto de situações que abalam o equilíbrio emocional levando à perda da identidade, à desordem psicológica e à confusão de valores.
Não demora e tudo isso, se reflete no corpo ou conduz a distúrbios de conduta. A tendência é que esse estilo de vida produza cada vez mais vítimas entre aqueles distraídos pela conquista de valores transitórios sem a contrapartida da auto - realização e do aprimoramento pessoal.
Sob esse tipo de pressão constante é lógico que aumentem as tensões, frustrações, vícios, ansiedade, fobias que ajudam a reforçar as doenças psíquicas que podem materializar-se no corpo; uma vez que isso ocorra os problemas orgânicos desencadeiam novas dificuldades psicológicas, num círculo vicioso.
Quando não sabemos bem qual é a nossa tarefa de vida, transformamos o cotidiano numa mesmice diária; quase um inferno.
No mesmo trabalho repetimos a ação de ontem, com raiva ou desgosto. Fazemos sempre o mesmo trajeto no retorno ao lar. Buscamos as repetitivas formas de lazer: bar, bebida, clube, televisão, jornal e, sexo: relações para descarregar as tensões ou escapadas em motéis, onde insatisfeitos traem seus iguais. Saímos de férias programadas compradas a prestação, para visitarmos lugares tediosos com pessoas que nos desagradam. Quando conseguimos chegar à aposentadoria, nos desesperamos com as doenças e com as limitações naturais da idade. Sem contar que somos espoliados nos proventos; devido ás crises econômicas geradas por governantes corruptos ou despreparados. Vitimados, morremos, na maioria das vezes, na condição de descontentes e insatisfeitos; cujo destino é previsível: um dos umbrais do mundo espiritual, espoliados, agredidos; até que, por esforço próprio consigamos lugar numa colônia de regeneração.
Não contentes com isso: os modernos entretenimentos são baseados em emoções “fortes” que angustiam como terror, pânico e suspense, que amplificam a ansiedade o que interfere imediatamente nas secreções glandulares produzindo descargas de hormônios ligados ao instinto de sobrevivência sem que haja perigo real algum, o que desequilibra e faz adoecer, e pode levar á morte, aos poucos – até com a ajuda dos remédios, para que a vida desatinada termine mais cedo.
Inúmeros são os motivos que levaram a ansiedade a sair do controle. Quando o Mestre nos receitou viver com simplicidade, parcimônia e sensatez; estava nos alertando para os perigos da aceleração dos desejos e do egoísmo; da ânsia, ansiedade: angústia, aflição, grande inquietude, impaciência, sofreguidão, avidez de consumo, marca registrada da sociedade atual.
Aproveitei a notícia oferecida no site do Yahoo – para voltar ao assunto: Ansiedade – Distúrbios do sono.
Medicamentos para insônia e ansiedade aumentam risco de morte, diz pesquisa
Tomar remédios para tratar a insônia e a ansiedade aumenta o risco de mortalidade em 36%, de acordo com estudo publicado no Canadian Journal of Psychiatry. Isso porque, entre outros problemas, as pílulas para dormir e os ansiolíticos afetam o tempo de reação, atenção e coordenação das pessoas, podendo causar quedas e outros acidentes.
A pesquisa foi realizada pela professora Geneviève Belleville, da faculdade de psicologia da Universidade Laval, no Quebec, Canadá. Ela utilizou informações sobre 14 mil canadenses, com idades entre 18 e 102 anos, reunidas entre 1994 e 2007 pelo instituto de estatística nacional.
Durante esse período, 15,7% das pessoas que alegaram ter tomado ao menos uma vez medicamento contra a insônia ou a ansiedade no mês anterior à entrevista faleceram. Entre aqueles que relataram não ter usado esses medicamentos, a taxa de mortalidade foi menor, de 10,5%.
Após analisar fatores pessoais que podem interferir no risco de mortalidade - como o consumo de álcool e tabaco, a prática de atividade física e a presença de sintomas depressivos entre os participantes - Geneviève concluiu que o consumo de soníferos e ansiolíticos aumenta o risco de mortalidade em 36%.
Segundo a pesquisadora, esses medicamentos, além dos problemas já citados, podem gerar um efeito inibidor sobre o sistema respiratório, o que agravaria problemas de respiração durante o sono. Ambos também são inibidores do sistema nervoso central o que pode afetar o julgamento e, como consequência, aumenta o risco de suicídio.
Resolver o problema da ansiedade mórbida e da insônia é simples – mas, jamais será drogando-se.
Quantos medicamentos o amigo toma ao dia? – O que pode ocorrer da sua interação? – Quais poderiam ser deixados de lado? – Será que o uso continuado de medicamentos sem a contrapartida da tentativa de mudanças na forma de viver será considerado suicídio?

AMÉRICO CANHOTO-Xepa Côsmica.

domingo, 16 de julho de 2017

“OS TEMPOS SÃO CHEGADOS, QUANDO VIRES “FOMES”, “PESTES”, “TEMPESTADES”, “GUERRAS”, “TERREMOTOS”, NÃO VOS ASSUSTEIS, É O COMEÇO DAS DORES”

"Quem tem olhos de ver, que veja! "Quem tem ouvidos de ouvir, que ouça"! A Humanidade realizou, até este dia. Incontestáveis progressos; os homens, por sua inteligência, chegaram a resultados que jamais tinham atingido com relação às ciências, às artes e ao bem-estar material; resta-lhes, ainda, um imenso progresso a realizar: é o de fazer reinar entre eles a caridade, a fraternidade e a solidariedade, para assegurar o seu bem-estar moral.
Não o podiam nem com suas crenças, nem com suas instituições antiquadas, restos de uma outra época, boas em uma certa época, suficientes para um estado transitório, mas que, tendo dado o que elas comportam, seriam um atraso hoje.
Tal uma criança é estimulada por móveis, impotentes quando vem a idade madura. Não é mais somente o desenvolvimento da inteligência que é necessário aos homens, é a elevação do sentimento, e para isto é preciso destruir tudo o que poderia superexcitar neles o egoísmo e o orgulho.
Tal é o período onde vão entrar doravante, e que marcará as fases principais da Humanidade. Esta fase que se elabora neste momento, é o complemento necessário do estado precedente, como a idade viril é o complemento da juventude; ela podia, pois, ser prevista e predita antecipadamente, e é por isto que se diz que os tempos marcados por Deus são chegados.
Neste tempo, não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a uma região, a um povo, a uma raça; é um movimento universal que se opera no sentido do progresso moral.
Uma nova ordem de coisas tende a se estabelecer, e os homens que lhe são os mais opostos nela trabalham com o seu desconhecimento; a geração futura, desembaraçada das escórias do velho mundo e formada de elementos mais depurados, achar-se-á animada de ideias e de sentimentos diferentes da geração presente que se vai a passos de gigante.
O velho mundo estará morto, e viverá na história, como hoje os tempos da Idade Média, com seus costumes bárbaros e suas crenças supersticiosas.
De resto, cada um sabe que a ordem das coisas atuais deixa a desejar; depois de ver, de alguma sorte, esgotar o bem-estar material, que é o produto da inteligência, chega-se a compreender que o complemento desse bem-estar não pode estar senão no desenvolvimento moral.
Quanto mais se avança, mais se sente o que falta, sem, no entanto, poder ainda defini-lo claramente: é o efeito do trabalho intimo que se opera para a regeneração; têm-se desejos, aspirações que são como o pressentimento de um estado melhor.
Mas uma mudança tão radical, quanto a que se elabora, não pode se realizar sem comoção; a luta inevitável entre as ideias, e quem diz luta, diz alternativa de sucesso e de revés; no entanto, como as ideias novas são as do progresso, e que o progresso está nas leis da Natureza, elas não podem deixar de se impor sobre as ideias retrógradas.
Forçosamente, desse conflito, surgirão as perturbações temporárias, até que o terreno seja desobstruído dos obstáculos que se opõem ao estabelecimento de um novo edifício social.
Da luta das ideias é que surgirão os graves acontecimentos anunciados, e não cataclismos, ou catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais eram a consequência do estado de formação da Terra; hoje, não são mais as entranhas do globo que se agitam, são as da Humanidade.
A Humanidade é um ser coletivo em que se operam as mesmas revoluções morais que em cada ser individual, com esta diferença de que umas se cumprem de ano em ano, e as outras de século em século.
Que sejam acompanhadas, em suas evoluções através do tempo, e ver-se-á a vida das diversas raças marcadas por períodos que dão a cada época uma fisionomia particular.
Ao lado dos movimentos parciais, há um movimento geral que dá o impulso à Humanidade inteira; mas o progresso de cada parte do conjunto é relativo ao seu grau de adiantamento.
Tal será uma família composta de vários filhos dos quais o mais jovem está no berço e o primogênito com a idade de dez anos, por exemplo. Em dez anos, o primogênito terá vinte anos e será um homem; o mais jovem terá dez anos e, embora mais avançado, será ainda uma criança; mas, a seu turno, tornar-se-á um homem.
Assim é com as diferentes frações da Humanidade; os mais atrasados avançam, mas não saberão, de um pulo, alcançar o nível dos mais avançados.
A Humanidade, tornada adulta, tem novas necessidades, aspirações mais largas, mais elevadas; compreende o vazio das ideias das quais foi embalada, a insuficiência de suas instituições para a sua felicidade; ela não encontra mais, no estado das coisas, as satisfações legitimas para as quais se sente chamada; por isso ela sacode coeiros, e se lança impelida por uma força irresistível, para as margens desconhecidas, para descoberta de novos horizontes menos limitados.
E é no momento em que ela se encontra muito pobremente em sua esfera material, onde a vida intelectual transborda, onde o sentimento da espiritualidade desabrocha, quantos homens, pretensos filósofos, esperam encher o vazio por doutrinas do niilismo e do materialismo!
Estranha aberração! Esses mesmos homens que pretendem impeli-la para a frente, se esforçam por circunscrevê-la no circulo estreito da matéria; de onde ela aspira sair; e lhe fecham o aspecto da vida infinita, e lhe dizem, em lhe mostrando o túmulo: Nec plus ultra!
A fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social; mas não há fraternidade real, sólida e efetiva se não estiver apoiada sobre uma base inabalável; essa base é a fé; não a fé de tais ou tais dogmas particulares que mudam com o tempo e os povos e se lançam pedras, porque, anatematizando-se, entretêm o antagonismo; mas a fé nos princípios fundamentais que todo o mundo pode aceitar Deus, a a/ma, o futuro, O PROGRESSO INDIVIDUAL, INDEFINIDO, A PERPETUIDADE DAS RELAÇÕES ENTRE OS SERES.
Quando todos os homens estiverem convencidos de que Deus é o mesmo para todos, que esse Deus, soberanamente justo e bom, nada pode querer de injusto, que o mal vem dos homens e não dele, se olharão como filhos de um mesmo pai e se estenderão a mão.
É esta fé que o Espiritismo dá, e que será doravante o pivô sobre o qual se moverá o gênero humano, quaisquer que sejam suas maneiras de adorá-lo e suas crenças particulares, que o Espiritismo respeita, mas da qual não tem que se ocupar. Só dessa fé pode sair o verdadeiro progresso moral, porque só ela dá uma sanção lógica aos direitos legítimos e aos deveres; sem ela, o direito é aquele que dá a força; o dever, um código humano imposto pelo constrangimento.
Sem ela, o que é o homem? um pouco de matéria que se desfaz, um ser efêmero que não faz senso passar; o próprio gênio o uma centelha que brilha um instante para se apagar para sempre; certamente, não há ali de que se isentar muito aos seus próprios olhos.
Com um tal pensamento, onde estão realmente os direitos e os deveres? Qual é o objetivo do progresso? Sozinha, esta fé faz sentir ao homem sua dignidade pela perpetuidade e o progresso do seu ser.
Não num futuro mesquinho e circunscrito à personalidade, mas grandioso e esplêndido; seu pensamento se eleva acima da Terra; sente-se crescer pensando que tem seu papel no Universo e que esse Universo é seu domínio que poderá um dia percorrer, e que a morte dele não fará uma nulidade, ou um ser inútil a si mesmo e aos outros.
O progresso intelectual realizado até este dia. nas mas vastas proporções, é um grande passo, e marca a primeira fase da Humanidade, mas sozinho é impotente para regenerá-la; enquanto o homem for dominado pelo orgulho e pelo egoísmo, utilizará sua inteligência e seus conhecimentos em proveito de suas paixões e de seus interesses pessoais; é por isso que os aplica ao aperfeiçoamento dos meios de prejudicar aos outros e de se entre destruírem.
Só o progresso moral pode assegurar a felicidade dos homens sobre a Terra, colocando um freio às más paixões; só ele pode fazer reinar entre eles a concórdia, a paz, a fraternidade. Será ele que abaixará as barreiras dos povos, que fará tombar os preconceitos de casta, e calar os antagonismos de seitas, ensinando aos homens a se olharem como irmãos, chamados para se entre ajudarem e não viverem às expensas uns dos outros.
Será ainda o progresso moral, secundado aqui pelo progresso da
inteligência, que confundirá os homens numa mesma crença, estabelecida sobre as verdades eternas, não sujeitas à discussão e, por isto mesmo, aceitas por todos.
A unidade de crença será o laço mais poderoso, o mais sólido fundamento da fraternidade universal, quebrado em todos os tempos pelos antagonismos religiosos que dividem os povos e as famílias, que fazem ver no próximo inimigos que é preciso fugir, combater, exterminar, em lugar de irmãos que é preciso amar.
Um sinal não menos característico do período em que entramos, é a reação evidente que se opera no sentido das ideias espiritualistas, uma repulsa instintiva se manifesta contra as ideias materialistas, cujos representantes se tornam menos numerosos ou menos absolutos.
O espirito de incredulidade que tinha se apoderado das massas, ignorantes ou esclarecidas, e lhe tinha feito rejeitar, com a forma, o próprio fundo de toda crença, parece Ter tido um sono ao sair do qual experimenta a necessidade de respirar um ar mais vivificante.
Involuntariamente, onde o vazio se fez, procura-se alguma coisa, um ponto de apoio, uma esperança.
Neste grande movimento regenerador, o Espiritismo tem um papel considerável, não o Espiritismo ridículo inventado por uma critica zombeteira, mas o Espiritismo filosófico, tal como o compreende quem se dá ao trabalho de procurar a amêndoa sob a casca.
Já dissemos em outro lugar: "Quanto mais uma ideia é grande, mais encontra ela adversários, e pode se medir sua importância pela violência dos ataques dos quais é objeto."
O número dos retardatários é ainda grande, sem dúvida, mas o que podem contra a onda que cresce, senão nela lançar algumas pedras? Esta onda é a regeneração que se ergue, ao passo que eles desaparecem com a geração que se vai cada dia a grandes passos. Até lá defenderão o terreno palmo a palmo; há, pois, uma luta inevitável, mas uma luta desigual, porque é a do passado decrépito que cai em farrapos, contra o futuro juvenil; da estagnação contra o progresso; da criatura contra a vontade de Deus, porque os tempos marcados para ele estão chegados.

Allan Kardec. Revista Espírita, outubro de 1866.

“ A VIDA PROSSEGUE: MORRER NÃO É O FIM.”

Quem de nós já não experimentou a súbita ausência de um ente querido?
Quem de nós já não sentiu profunda saudade de um afeto que, não estando mais no mundo corpóreo, deixa uma aparente lacuna em nossa vida?
Mesmo expressando fé em palavras ou em muitas de nossas atitudes, a tristeza da falta do contato, da ausência do sorriso, da impossibilidade de um abraço acaba por nos fazer agir com imensa tristeza diante da morte.
Não é fácil se despedir de um ente querido, mesmo idoso ou longamente doente, quando já nos era sabido que a ausência física ocorreria em breve.
Com certeza, a ausência aparentemente definitiva daquele a quem demos apenas um até logo é muito mais difícil de entender ou aceitar.
A mãe que recebe a notícia da morte de um filho que deveria, em algumas horas, estar de retorno ao lar deverá encontrar forças imensas para ir adiante.
O esposo que descobre que a amada esposa não chegará daquela viagem, possivelmente tem a sensação de que o chão lhe treme.
Mas, por que será que a morte não é por nós vista como um adeus temporário? Por que a certeza da sobrevivência da alma ou Espírito, tão comum entre diversas religiões, não nos dá consolo imediato?
Sabemos que o que chamamos de morte é apenas a morte do corpo físico, pois o Espírito ou alma é eterno, e esta crença é verdade para grande parte da Humanidade.
Acostumados a valorizar a vida material acabamos por dar um grande valor à morte física, nos esquecendo frequentemente de que ela é só do corpo, jamais do Espírito.
Se realmente temos fé, se realmente nossa crença está alicerçada no coração e na mente, o consolo virá e será mais facilmente aceito.
Deus, em sua infinita bondade e justiça, não interromperia a vida física de um jovem sem um motivo; não afastaria, de modo aparentemente irremediável, um ente da família sem uma razão.
O que ocorre é que, vivendo em um corpo físico, nosso Espírito não lembra dos momentos em que, com alegria e determinação, participou de sua programação de vida, incluindo o tempo que esta duraria.
Lembramos, então, da necessidade de uma fé sólida e inabalável, que pode e deve ser questionada, para que possa ser vivenciada de maneira consciente, mas jamais esquecida.
Francisco Cândido Xavier, o grande médium reconhecido e respeitado mundo afora, nos trouxe, através da sua mediunidade psicográfica, inúmeras notícias do outro lado, nos dando provas de que a vida prossegue, e que os sentimentos continuam.
Muitas famílias tiveram a felicidade de saber que seus amores continuavam vivos, em outro plano, e que o sentimento de amor sobrevivera à separação física.
Não foram poucas as mensagens pedindo que não houvesse tristeza, pois esta podia ser sentida por quem morrera e, frequentemente, lhe dificultava o caminhar.
Os sentimentos, sejam alegres ou tristes, são percebidos por nossos amores em outro plano e eles sentir-se-ão tristes ou felizes, tal qual nós, deste lado, sentimos.
A tristeza é normal no primeiro momento, a saudade perfeitamente aceitável mas, jamais o desespero, a revolta, a procura infindável de um responsável.
A oração, instrumento acessível a qualquer pessoa, independentemente de sua crença, é valioso meio de buscarmos forças e de enviarmos nossos sentimentos de amor a quem já partiu deste plano físico.
Redação do Momento Espírita.


𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...