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quarta-feira, 7 de junho de 2017

"VIDA E MORTE"

Narra-se que o príncipe Sidarta Gautama, após ter-se iluminado, oportunamente interrogou os seus discípulos, indagando qual era o oposto de morte, e eles responderam que era vida.
Após reflexionar por momentos, o nobre mestre redarguiu, tranquilo, que o inverso de morte é renascimento, porquanto sempre se está na vida, quer se deambule através do corpo físico ou fora dele.
Em realidade, a vida biológica, em face da organização molecular que se desestrutura, experimenta, inevitavelmente, a sua desagregação, quando ocorre o fenômeno da morte, que libera do casulo em que se enclausura o Espírito imortal.
Viajor do tempo e do espaço, singra os oceanos de energia, energia pensante que é, vestindo-se, despindo-se e revestindo-se de matéria orgânica para o ministério da evolução, em cujo curso se encontra inscrito.
A vida, no entanto, desde quando criada por Deus, jamais se extingue, alterando-se constantemente de expressão de acordo com os instrumentos de que se utiliza, até lograr o estado de plenitude ou alcançar o Reino dos Céus.
A inevitabilidade da morte biológica deve constituir grave quesito de fundamental importância nas reflexões de todas as criaturas, tendo em vista o momento que será por ela alcançado inapelavelmente.
A depender das circunstâncias e dos fatores que a desencadeiam, a morte foi transformada em tabu, como se constituísse uma verdadeira desgraça, quando é simplesmente uma porta que se abre na direção da Realidade...
A conscientização da transitoriedade do corpo somático, elaborado pelo Divino Amor para servir de solo fértil para a fecundação e desenvolvimento dos atributos adormecidos no Espírito, representa conquista valiosa para a harmonia do ser durante a aprendizagem terrestre.
Mediante o respeito que deve ser dedicado à estrutura orgânica, faculta-se-lhe uma existência de equilíbrio ou de desar, que lhe proporciona libertação fácil ou demorada, conforme a maneira como se haja dele utilizado. Assim sendo, a morte não significa o fim da vida, mas a bênção do renascimento em outra dimensão estuante de vibração e de progresso.
Não fora assim e todo o projeto e realização do ser humano perderia o seu significado grandioso, quando a desoxigenação cerebral anulasse as contínuas modificações celulares.
O ser humano tem como destino a conquista do Infinito, e esse logro não pode ser alcançado em apenas uma etapa, considerando-se a incontável pluralidade de constelações de galáxias, que o Pai criou para servir de morada para os Seus filhos...
O sentido psicológico do existir, igualmente ficaria afetado, em face do ínfimo espaço entre berço e túmulo, prelúdio do aniquilamento da inteligência e da razão, tendo-se em vista a eternidade...
Morte, portanto, é renascimento, sono momentâneo que faculta o despertar em novo campo vibratório.
*   *   *
Aqueles seres queridos que morreram, em realidade não se consumiram, conforme estabelecem algumas correntes do materialismo, anulando a grandeza da vida. Eles vivem e esperam por ti, acompanhando-te por enquanto e auxiliando-te na aquisição dos tesouros imarcescíveis das virtudes espirituais.
Eles resguardam os seres queridos, tendo a visão ampliada em torno da realidade que ora defrontam, e gostariam que fosse alcançada pelos afetos que ficaram na retaguarda.
Por essa razão, encorajam-nos durante as provações, oferecem-lhes braços amigos e inspiração contínua para que permaneçam em paz, embora o rugir das borrascas perigosas que desabam sobre suas existências com certa frequência...
Mas nem todos são felizes, como se pode facilmente compreender.
Cada um desperta conservando os valores com os quais adormeceu.
Todos os títulos de mérito ou de demérito permanecem válidos para aquele que os conduz durante a jornada carnal ou após o seu decesso tumular.
Desse modo, os Espíritos venturosos de hoje são aqueles que ontem se empenharam no culto dos deveres elevados, que transformaram a existência em formoso educandário, no qual abrilhantaram a inteligência e enterneceram o coração, transformando-se em sinfonia viva de amor.
Aqueloutros, porém, que da existência terrestre somente cultivaram os sentimentos negativos, atados às paixões nefastas, profundamente vinculados aos vícios, com dificuldade separam-se dos despojos em degradação, dando prosseguimento à alucinação em que se compraziam.
São infelizes e infelicitadores, porquanto se acercam das criaturas que vibram no seu mesmo diapasão, inspirando-lhes ideias perturbadoras, intoxicando-as com os seus fluidos deletérios, induzindo-as a situações deploráveis e submetendo-as, muitas vezes, aos seus caprichos infelizes...
Ignorantes dos recursos de elevação ou renegando-os, jazem no cárcere da própria insânia, prolongando os padecimentos que os visitaram antes da desencarnação e que lhes estiolam a alegria e a esperança...
Não ficam, porém, eternamente nesse estado de mesquinhez e aflição, porque a misericórdia do Pai os busca, recambiando-os aos renascimentos expiatórios através dos quais se depuram e se renovam.
A morte, portanto, não deve ser considerada como a desventurada ocorrência da vida, mas sim, como a desveladora da realidade espiritual, na qual, todos se encontram mergulhados.
Por isso mesmo, morrer não é conquistar a ventura excelsa, caso não se tenha entesourado antes os seus pródromos em forma de amor, abnegação e vivência digna durante a jornada terrestre.
Cada criatura, portanto, morre conforme vive, e desperta consoante morreu.
*   *   *
Não esperes milagres da desencarnação, cujo objetivo é conduzir ao Grande Lar o aprendiz que viajou antes na direção do educandário terrestre, onde se deve ter aprimorado e crescido moralmente.
Cultiva o pensamento em torno da desencarnação como bênção que um dia te alcançará, e não te permitas temê-la.
Recorda aqueles que se apartaram fisicamente de ti, mas que não te abandonaram, procurando senti-los, captar-lhes os pensamentos e as emoções, quando felizes, e, se porventura lhes perceberes as aflições, envolve-os em dúlcidas vibrações de amor e de ternura através da sublime emanação da prece, que lhes fará um grande bem.
Joanna de Ângelis
Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 22.05.2009,na residência do Sr. Josef Jackulak, em Viena.
Em 06.01.2010.




“CARTOMANCIA- CARTAS DE TAROT NA VISÃO ESPÍRITA”

Kardec durante a obra da Doutrina Espírita convidou-nos a utilizar a razão em todos os casos.   Utilizando a minha razão, concebo que não faz sentido nenhum o ritual das "adivinhações". É importante deixar claro que "cartas de tarô" nada tem a ver com a Doutrina Espírita.   Acho possível a pessoa que "joga as cartas" ser médium e em raros casos, devido a isso, "captar" algo. Todavia, uma pessoa que "joga as cartas" muitas vezes cobra por isso... além disso, se a pessoa acredita que a resposta está nas cartas e não numa possível mediunidade notamos a falta de esclarecimento racional... Assim, juntando uma pessoa que cobra pela mediunidade, bem como sem esclarecimento racional, podemos constatar o nível dos espíritos afins dela.   Vale lembrar que NENHUM espírito superior faz previsões, muito menos se preocupa com acontecimentos corriqueiros da vida de cada um. É inegável que o Espiritismo, essencialmente, como fato natural, como lei da vida, é de todos os tempos, encontra-se ainda que de modo difuso ou velado no alicerce de todas as crenças imortalistas, razão por que deve ser concebido não como uma seita particular e sim como elemento capaz de fortalecer as diversas religiões e abrir caminho para que elas se encontrem com as várias ciências, levando o homem a cumprir de maneira integral seu destino neste mundo, através do desenvolvimento tanto das potencialidades sentimentais quanto intelectivas.  Assim sendo, nada impede que um católico, um teosofista, um amante da umbanda ou do esoterismo seja também espírita, em face do caráter universalista, cósmico, do Espiritismo, e quem quiser defender esta posição certamente descobrirá algumas frases de Allan Kardec para se apoiar. Contudo, somente será espírita em parte, e não de modo completo, pois é igualmente indiscutível que a verdadeira Doutrina Espírita está no ensino que os Espíritos deram (“O Livro dos Espíritos”, introdução, item XVII), e tal ensino é suficientemente claro quando estabelece os fundamentos de uma filosofia racional (idem, Prolegômenos) que incompatibiliza a teoria e prática do Espiritismo com tudo aquilo que tem sabor místico e é destituído de conteúdo lógico. Daí porque ninguém pode ser fiel à causa espírita se deixar de agir com bom senso.
Segue uma entrevista com o Dr. Richard Simonetti, a qual ele discorre sobre astrologia: 
01 – Os astros governam nossa vida?
Apenas no imaginário popular, sempre propenso a aceitar fantasias sobre os mistérios do destino humano. Há pessoas especializadas em ler o nosso futuro na borra do café. Ninguém perde dinheiro apostando na ingenuidade humana.
02 – Mas a Astrologia é milenariamente cultivada, situada como uma complexa ciência… Para os sonhadores… Astronomia, esta topafiliados sim, uma ciência, demonstra que os movimentos dos astros não guardam a mínima relação com o destino das pessoas.
03 – O fato de nascermos sob determinado signo, uma conjunção de astros no céu, no dia de nosso nascimento, não influi, de certa forma, em nossa personalidade, em nossa maneira de ser?
 Nossa personalidade é fruto de experiências pretéritas, em vidas anteriores. Admitir que o indivíduo possa ser manso ou um troglodita, ter ouvido afinado ou não saber distinguir um fá de um dó, ter vocação para o estudo ou odiar livros, por influência astrológica é algo tão extravagante quanto a doutrina das graças, segundo a qual deus teria seus escolhidos para a salvação. e a justiça, onde fica?
 04 – Como explicar o fato de que os horóscopos definem o perfil psicológico da pessoa, de conformidade com seu signo?
O perfil psicológico no horóscopo é feito de generalidades. as pessoas sempre se encaixam em algumas características apresentadas. Se consultarmos os doze signos do zodíaco verificaremos que em todos há algo de nossa personalidade.
05 – E quanto ao dia-a-dia?
Há pessoas que leem diariamente seu horóscopo com boa margem de acertos. Também é feito de generalidades. Algo como dar tiros no escuro. Alguns atingirão o alvo. Considere, ainda, que sob influência do horóscopo as pessoas criam condicionamentos. Digamos que eu leia que o dia não me será favorável; terei dissabores e contrariedades. Admitindo essa ideia assumirei uma postura negativa que me levará a ver dissabores e contrariedades nas rotinas diárias e até contribuir para que aconteçam.
 06 – E poderia ser o contrário?
Exatamente. Se eu me convenço, porque li no horóscopo, de que meu dia será maravilhoso, assim tenderá, porquanto estarei estimulado a cultivar o bom humor, convicto de que tudo correrá bem.
07 – Seria tudo condicionado ao poder de nossa mente?
 Isso é elementar. Por isso a recomendação basilar do oráculo de delfos, não é: “homem, conhece a astrologia”. Recomenda “homem, conhece-te a ti mesmo”. Na medida em que nos aprofundarmos nesse imenso universo que é a nossa alma, decifraremos com muito mais propriedade o nosso destino.
08 – E a opinião do Espiritismo?
No livro A Gênese, capítulo 7, Allan Kardec destaca a impropriedade da Astrologia, abordando fatos científicos. A pá de cal sobre o assunto está na questão 867, de O Livro dos Espíritos. Pergunta o codificador: Donde vem a expressão: Nascer sob uma boa estrela? Respondem os espíritos mentores, incisivamente: Antiga superstição, que prendia às estrelas os destinos dos homens. Alegoria que algumas pessoas fazem a tolice de tomar ao pé da letra.

Fonte: Blog-Chico Xavier

"A MÃO DE DEUS SEMPRE A NOS PROTEGER"

Deus nos guia sempre, dando-nos a orientação de nossa vida.
Mas precisamos ser receptivos, para ouvir sua voz, sabendo-a interpretar através das circunstâncias que cercam nossa vida, levando-nos ao maior progresso espiritual de nosso ser.
Procure meditar silenciosamente, para ouvir a voz de Deus, que o guia, sem jamais abandoná-lo. Pois sem esforço de nossa parte, jamais atingiremos o alto da montanha. Não desanime no meio da estrada, siga em frente, porque os horizontes se tornarão amplos e maravilhosos à medida que for subindo.
Mas não se iluda, pois só atingirá o cimo da montanha se estiver decido a enfrentar o esforço da caminhada.
Carlos Torres Pastorinho

terça-feira, 6 de junho de 2017

“MANIFESTAÇÃO DOS ESPÍRITOS. COMO ELES SE MANIFESTAM”

Muitos são acometidos de sensações, pressentimentos, visões, vozes, ou mesmo ruídos inexplicáveis que podem ser atribuídos ao “desconhecido” nos dias atuais as pessoas com facilidade de acesso às informações buscam em diversos sites, blogs, explicação para tais eventos. A Doutrina Espírita não é a única portadora de tais conhecimentos, mas com certeza é a que racionaliza mais a fim de mostrar que tudo é natural, o que falta é apenas conexão dos fenômenos com um guia prático. E mundo afora cada um tenta explicar a sua maneira tais fenômenos, outros rechaçam com veemência.
Como a natureza humana é maleável e falha temos diversos exemplos de mediunidade ou manifestações espirituais em todos os cantos, os céticos ignoram ou culpa a mente, os que negam proíbem o acesso ou culpam figuras mitológicas obviamente que quando lhes é conveniente aceita contanto que seja uma comunicação direta com o divino, e as tentativas de abafar tais casos apenas os fazem repercutirem mais e mais pois as pessoas vão se identificando e reconhecendo familiares tais fenômenos.
Mas também temos os preguiçosos que preferem empurrar suas mazelas ou ignorância por anos a fio tais eventos por motivos diversos. Quando entendermos que não estamos a passeio na Terra e que precisamos repensar nossa importância no contexto divino talvez consigamos evoluir sem precisar tanto do sofrimento como instrumento de impulso, porque não aprendemos com os exemplos? É tão necessário assim que apenas no caos iremos avante? Inúmeras pessoas passam a vida em busca de uma fórmula mágica que os resgata de suas dúvidas, sofrimentos e poucos são os que buscam em si mesmo a força que precisam para mudar a vibração.
Manifestação dos Espíritos se dá por:
1- Ação oculta, quando ela não tem nada ostensivo. Tais são, por exemplo as inspirações ou sugestões de pensamento, as advertências íntimas, as influências sobre os acontecimentos, etc.;
2- Ação patente ou manifestação, quando ela é apreciável de um modo qualquer;
3- Manifestações físicas ou materiais’, são aquelas que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como os ruídos, o movimento e o deslocamento de objetos. Essas manifestações não comportam, muito frequentemente, nenhum sentido direto; elas não têm por objetivo senão chamar a nossa atenção sobre alguma coisa, e nos convencer da presença de uma força superior à do homem;
4- Manifestações visuais ou aparições, quando um Espírito se revela à visão, sob uma forma qualquer, sem ter nenhuma das propriedades conhecidas da matéria;
5- Manifestações inteligentes, quando revelam um pensamento. Toda manifestação que comporte um sentido, não fora senão um simples movimento ou um ruído que acuse uma certa liberdade de ação, responde a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Ocorrem em todos os graus;
6- As comunicações’, são as manifestações inteligentes que têm por objeto uma troca seguida de pensamentos entre o homem e os Espíritos.
À natureza das comunicações varia segundo o grau, de elevação ou inferioridade, de saber ou ignorância do Espírito que se manifeste, e segundo a natureza do assunto de que se trata. Elas podem ser: frívolas, grosseiras, sérias, ou instrutivas.
As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombadores e traquinas, mais maliciosos do que maus, que não ligam nenhuma importância ao que dizem.
As comunicações grosseiras se traduzem por expressões que chocam as conveniências. Elas não emanam senão de Espíritos inferiores, ou que não estão ainda despojados de todas as impurezas da matéria.
As comunicações sérias são graves quanto ao assunto e à maneira que são feitas. A linguagem dos Espíritos superiores é sempre digna e isenta de toda a trivialidade. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a grosseria, e que tem um fim útil, seja de interesse privado, é, por isso mesmo, séria.
As comunicações instrutivas são as comunicações sérias que têm por objetivo principal um ensinamento qualquer, dado pelos Espíritos sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas e mais ou menos verdadeiras, segundo o grau de evolução e de desmaterialização do Espírito.
Revista Espírita – 1858 (Allan Kardec)
Em O Livro dos Espíritos temos um capítulo inteiro que trata das formas de intervenção, influências, possessões, afeições, pressentimentos, ação dos Espíritos sobre fenômenos da natureza, dos pactos, talismãs, feiticeiros, bênçãos e maldições, questões 456 à 557.
Tais intervenções são constantes e raramente percebemos devido ao nosso foco de interesse sempre estar desfocado, uma vez que sentimentos tais como o egoísmo que é retratado na questão 913 como “deriva todo o mal”, e ao mesmo tempo na questão 919 nos ensina a combater tais vícios “Conhece-te a ti mesmo” com esta simples receita e persistência conseguimos superar muitas de nossas amarras que nos prendem no limbo da ignorância, uma vez despertando o desejo de melhora usamos as obras para nos conhecermos e entendermos que tais manifestações podem ser educadas através de O Livro dos Médiuns, capítulo XIV, XV, XVI,  nos ensina os tipos de médiuns que temos e a propósito médium é “Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade”.
Este manual Espírita é para os que se identificam com os efeitos ou sensações descritos nas obras, e com o aprofundar dos estudos se possível em um grupo Espírita mais próximo de sua casa as pessoas vão trocando experiências e com isto o auxílio mútuo acontece quase que de forma natural.

“Fonte: Espiritismo e Dúvidas.

"LEI DA ATRAÇÃO. QUAL O SEGREDO DESSA LEI UNIVERSAL? "

A chamada lei da atração é sem dúvida um dos maiores fenômenos do universo holístico e espiritual dos últimos tempos. Há um sem-número de cursos, workshops, palestras, treinamentos e orientações sobre como se usar devidamente a lei da atração e como fazer o universo nos dar aquilo que desejamos. Não vamos perder tempo explicando o que é a lei da atração pois é algo que a maioria das pessoas já têm conhecimento. Nessa oportunidade vamos explicar alguns pontos relacionados à lei da atração e demonstrar como essa técnica tem sido usada de modo materialista e contrário a nossa evolução.
O primeiro ponto da teoria sobre a lei da atração é, como já mencionamos, seu caráter materialista e mundano. Aqueles que observarem atentamente os cursos e treinamentos ministrados nessa área poderão facilmente perceber toda a ênfase dada à conquista de coisas materiais do mundo e a realização pessoal por meio de ganhos mundanos. O objetivo da lei da atração nesse enfoque não é a paz, a felicidade, a alegria, a harmonia, o respeito, a reciprocidade, a liberdade, a equanimidade, etc. Os defensores da teoria da lei da atração sempre nos dizem que com ela podemos conquistar cada vez mais e mais coisas no mundo. A meta é conquistar o emprego dos sonhos, é ganhar dinheiro, é adquirir uma casa, é comprar o carro do ano, é conquistar estabilidade financeira, enfim, a finalidade da lei da atração é a aquisição de todos os benefícios que o mundo pode nos proporcionar, nos gerando prazer, conforto e riquezas materiais. Desse ponto de vista, a chamada lei da atração não é uma doutrina espiritualista, mas sim materialista. Ela ensina uma pessoa a aquisição de bens mundanos, a aprender a ganhar, a ter, a conquistar, a acumular, a juntar dinheiro, a aproveitar a vida e seus prazeres. Se formos comparar esses objetivos com os objetivos de pessoas abertamente materialistas, veremos que não há muita diferença.
O segundo ponto é que a lei da atração não exige apenas se criar mentalmente uma coisa, ou se querer, ou desejar, ou sintonizar com algo, mas é preciso que muito trabalho seja empreendido antes que a realização nos chegue. Nada nesse mundo cai do céu. Tudo o que existe vem através do esforço. Se uma pessoa quer uma casa, ela deve trabalhar para conseguir a sua casa. Não adianta acreditar que sem nenhum dinheiro no bolso a casa dos nossos sonhos vai aparecer milagrosamente. Sim, é verdade que para se receber algo é importante se criar mentalmente e vibrar naquela mesma frequência, pois assim atraímos aquilo que guarde correspondência com nossa vibração. Mas o trabalho, o esforço, o suor, a superação de limites, também fazem parte dessa criação. Não basta apenas criar no nível mental. É preciso também criar no nível emocional e material. Dessa forma, uma boa dose de prática é essencial para a concretização de algo.
Outro ponto é que alguns dos defensores da lei da atração não possuem tudo o que desejam em sua vida. Alguns não têm sequer o básico. Muitos estão desempregados e passando por dificuldades. Muitos ainda são pessoas deprimidas, insatisfeitas e que não tem paz. Já vi vários casos como esse. Conheci recentemente um palestrante da lei da atração que estava vivendo muitas dificuldades em sua vida, inclusive materiais e estava com depressão e tomando medicamentos. Se a lei da atração funcionasse mesmo da forma infalível como ele prega, não haveria qualquer contratempo em sua vida; bastaria apenas criar mentalmente seu desejo para que logo após ele se realizasse. Todos os problemas do mundo estariam resolvidos, mas obviamente não é assim que funciona.
Muitas pessoas que praticam a lei da atração não obtém sucesso. Os defensores da lei da atração explicam que nesse caso a pessoa não está realizando as técnicas corretamente, mas isso não é verdade em todos os casos. A verdade é que, na maioria das vezes, nem sempre aquilo que queremos e desejamos é o melhor para nós. Um bom exemplo é a criança que deseja um doce. O doce é algo positivo para a criança? Do ponto de vista da criança que ainda não compreende sobre as toxinas dos alimentos, o doce é algo maravilhoso e é a melhor coisa que ela poderia receber naquele momento. No entanto, a ingestão de açúcar pode criar uma série de problemas futuros para ela, como diabetes e outras doenças. Por isso, nem sempre aquilo que desejamos é o melhor para nós. Na maioria das vezes aquilo que desejamos pode nos prejudicar muito futuramente.
O ser humano deseja sempre aquilo que lhe gera prazer, conforto e estabilidade. Ele confunde o bom com o bem. Nem sempre o que ele julga bom, é o que lhe faz bem verdadeiramente. Já dissemos isso em outras oportunidades, mas nunca é demais repetir. Perder pode ser mais proveitoso para o seu crescimento pessoal do que ganhar. Sentir dor pode ensina-o muito mais do que ter prazer. A derrota pode muitas vezes nos ensinar virtudes de extremo valor, como a humildade, que em ocasiões futuras salvam nossas vidas. Por isso, o que queremos, o que o ser humano deseja não é necessariamente aquilo que ele precisa. Quando oramos a Deus é preciso pedir o que precisamos e não o que desejamos. Da mesma forma que os pais prejudicam uma criança quando a mimam e fazem todas as suas vontades, transformando-a num adulto imaturo e dependente, Deus estaria nos prejudicando caso sempre nos concedesse aquilo que desejamos. Isso é muito simples de se verificar. Muitos dos melhores seres humanos foram aqueles que enfrentaram grandes provações na vida e as venceram. É preciso questionar: é melhor viver uma vida de luxo exterior ou uma vida de dificuldades com o consequente despertar das virtudes interiores? Para o nosso espírito, as provas difíceis trazem muito mais frutos para nossa felicidade do que as facilidades e comodidades desse mundo.
É importante mencionar também que nosso espírito possui um arquivo imenso e profundo de uma história multimilenar. Ninguém que vive nesse planeta atualmente começou agora a sua evolução. Todos os espíritos encarnados possuem dezenas de milhares de anos de história em sua alma. Ao longo dos milênios acumulamos uma intensa carga de emoções e atitudes. Quando uma pessoa criar em sua mente um desejo, ela faz isso num espaço extremamente curto de tempo. O que conta para a realização do seu desejo é uma criação mental de alguns dias, ou a imensa trajetória de sua alma ao longo dos milênios? Obviamente nosso karma milenar vai influenciar muito mais os acontecimentos atuais do que tão somente nosso pensamento focado e nossa sintonia por alguns dias. Imagine que uma pessoa ficou vibrando numa faixa y durante centenas de anos. Num dado momento, ela passa a vibrar na faixa z. O que terá mais influência em seu futuro? A faixa y ou a faixa z? Nada se modifica de um dia pro outro. Não existe mágica em nossa trajetória. É preciso caminhar passo a passo para chegar ao nosso objetivo. Se a pessoa está andando devagar há 5 horas e percebe que está atrasada, o fato de andar o dobro da velocidade só compensará às 5 horas perdidas após 2 horas e meia de caminhada. Não adianta querer que tudo seja diferente de uma hora para outra em nossa vida se estamos há anos, séculos ou milênios pensando, sentindo e fazendo coisas iguais. A semente não se torna árvore em 1 dia, assim como a criança não se torna adulta em 1 ano. Da mesma forma, tudo precisa de tempo, esforço e uma longa caminhada para frutificar. E quando digo isso não estou me referindo apenas a ganhos no mundo, mas sim ao nosso crescimento interior.
Os defensores da lei da atração sempre enfatizam que nós podemos criar com nosso pensamento todas as nossas realizações. No entanto, é preciso esclarecer que aquele que cria não é o ser humano preso e limitado a este mundo. Aquele que cria não é outro senão o espírito. Esse ponto é importante. Primeiro, o espírito cria a vida humana e todos os seus acontecimentos antes de vir ao mundo. Ele programa sua existência de acordo com seu karma individual. O espírito escolhe as provas que são necessárias para seu adiantamento e sua elevação. O ser humano nesse mundo nada mais é do que um epifenômeno do espírito. Ele é apenas uma sombra, um conjunto de supostas verdades e memórias, um efeito de experiências passageiras. Sua personalidade é limitada. Por isso, essa persona cheia de limites não poderia escolher seu próprio destino. Tanto é assim que a maioria das coisas que ocorrem em nossas vidas não está sob o nosso controle. Controlamos muito pouco o que nos vai acontecer. Aqueles que desejarem mais informações sobre isso podem se reportar ao texto “O que controlamos nessa vida” no blog de Hugo Lapa.
É importante compreender que o ser humano é um efeito e não a causa de tudo. O ser humano é como o quadro pintado pelo pintor. O pintor é o espírito, o quadro é o ser humano. Pode o quadro pintar a si mesmo? Não, apenas o pintor pode criar uma bela obra. Assim, por debaixo da camada mais superficial de nossa personalidade, há camadas mais profundas do nosso ser que, essas sim, estão mais próximas da causa de tudo o que nos ocorre. Um bom exemplo é o inconsciente humano. O ser humano na maioria das vezes age sob o impulso dos seus conteúdos inconscientes. O inconsciente, seus desejos reprimidos, suas culpas, suas mágoas, seus traumas, e todo o material inconsciente acumulado define suas ações e reações muito mais do que ele imagina. Terá mesmo a personalidade todo esse protagonismo que lhe é atribuído pelos defensores da lei da atração? Há profundidades em nosso ser que nossa mente desconhece e que sequer pode ter o mínimo fragmento de consciência. É essa instância mais profunda do ser que cria o cenário de nossa existência, muito mais do que nossa personalidade fútil e superficial. A personalidade morre ao final de cada existência, mas o espírito sobrevive. Quem cria então, a personalidade ou o espírito? Todos devem compreender que quem cria é o espírito… e se alguém conseguiu criar e realizar algo, isso não tem como objetivo satisfazer nossos vãos desejos, mas realização tem como finalidade ajudar de alguma forma em nosso adiantamento espiritual. Por isso que se diz que quem cria de verdade é nosso ser mais profundo, e não nossa personalidade passageira, pois a persona nada mais é do que uma máscara, um reflexo, uma imagem, que nada mais é do que uma criação desse ser essencial chamado de espírito.
A maior parte das doutrinas espirituais se baseia nos ensinamentos originais dos mestres, como Jesus, Buda, Krishna, Lao Tsé e outros. É certo que nenhum desses mestres ensinou a humanidade a possuir, mas sim, pelo contrário, ensinou a despossuir, a soltar nossos apegos às coisas e às pessoas e a viver num estado de consciência de liberdade, paz e felicidade. Jesus, por exemplo, disse: “Não ajunteis tesouros na terra”. Disse também que não podemos servir a Deus e ao dinheiro, mas que devemos escolher um dos dois, pois ou se serve um ou o outro. Deixou claro ao jovem rico que ele precisava vender tudo o que tinha e dar todo o dinheiro aos pobres, pois somente assim ele poderia encontrar o reino dos céus. Jesus também afirmou que “qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo”. Em várias passagens Jesus ensinou claramente sobre o despossuir, sobre o valor do desapego para se chegar ao Reino de Deus. Nas clássicas tentações de Jesus, o diabo o ofereceu todos os reinos do mundo caso Jesus passasse a adorar o Senhor das Trevas. Jesus recusou e viveu sua vida sem nada possuir. Ou será que Jesus tinha um casa? Tinha um palácio? Tinha ouro, pedras preciosas? Tinha carruagens, cavalos e muitas terras? Não… ele nada possuía. Muitos não sabem, mas Buda era um príncipe que abandonou todas as riquezas de seu palácio para viver uma vida de renúncia, e assim pôde atingir a iluminação espiritual. Krishna também ensinou em vários momentos a sabedoria do desapego e da renúncia. O que ocorre hoje em muitos movimentos religiosos, esotéricos e espiritualistas é uma inversão desses princípios ensinados pelos mestres. Isso se torna mais claro e patente ainda na lei da atração, na teologia da prosperidade das igrejas evangélicas, na riqueza e opulência que vive o Vaticano, e em outras manifestações religiosas e espirituais que pregam o valor das posses para se atingir a felicidade. Jesus não disse “Vamos acumular bens terrenos”. Ele disse: “Não acumuleis bens terrenos”. Para mais informações sobre esse ponto, todos podem buscar o texto “Mestres espirituais e bens materiais” no blog de Hugo Lapa.
O que o espiritualismo ensina não é a felicidade que vem com o possuir, com o ter, com o conquistar, mas sim a felicidade mesmo sem nada possuir. É importante ser feliz mesmo tendo pouco ou nada. Aquele que consegue viver em paz mesmo sem ter coisa alguma é alguém que encontrou a verdadeira paz. Para entender melhor esse ponto, todos podem se reportar ao texto “Felicidade e paz” no blog de Hugo Lapa.

(Hugo Lapa)

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...