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terça-feira, 14 de março de 2017

“A TERRA E O TERCEIRO MILÊNIO”

Nós, os espíritas, aceitamos a ideia de que a Terra deixará de ser um mundo de expiações e provas para tornar-se mundo regenerador.
Nesses mundos , seus habitantes procuram viver sob a influência maior das necessidades e valores espirituais. Vivem ainda sujeitos às leis naturais, têm as mesmas sensações e desejos que nós, mas estão libertos dos vícios e das paixões desequilibradas que ainda escravizam os homens na Terra.
Têm ainda de passar por provas, às quais compreendem e buscam vencê-las com confiança em Deus, em si , com serenidade. Esforçam-se por viver de acordo com as leis naturais, participando então de uma sociedade mais justa, mais solidária e mais feliz.
Reconhecem sua realidade espiritual, assumem a responsabilidade, consciente e feliz, da sua evolução.
Seus objetivos maiores são satisfazer suas necessidades espirituais, visto que as socioeconômicas estão sendo resolvidas, satisfatoriamente, sem privilégios particulares, pessoais ou de grupos, pois o bem de todos é a aspiração de cada um, ou pelo menos, da grande maioria.
Os deveres e os direitos dos homens são respeitados e todos têm as mesmas oportunidades de crescimento, de acordo com sua vontade, seus interesses.
São mundos felizes para nós que vivemos na Terra!
Estamos no ano um do terceiro milênio.
A Terra nos parece muito distante de tornar-se um mundo regenerador, embora já tenha evoluído muito, porque a progressão material e espiritual estão sempre presentes, seja através do esforço, da boa vontade no bem ou através da dor, do sofrimento, consequências das más ações dos homens.
Esperando que, neste milênio, a Terra transformar-se-á em um mundo melhor, onde os homens viverão o equilíbrio na satisfação das suas necessidades materiais e espirituais, perguntamos: - As condições e situações da Terra atual favorecem essas transformações? Fazem-nos vislumbrar essa possibilidade?
Se aceitamos o progresso como uma das forças da natureza, presente em tudo que existe, material e espiritual, temos de aceitar que a Terra e seus habitantes não continuarão como hoje.
Houve muita mudança desde sua formação e o aparecimento dos primeiros seres vivos. No corpo físico de hoje, difícil pensar no ser unicelular que lhe deu origem. Na alma de hoje, difícil pensar no princípio espiritual do qual se desenvolveu.
O homem de hoje e a Terra de hoje são muito diferentes da Terra e do homem primitivo.
Por que então, a humanidade terrena, constituída de encarnados e desencarnados, não pode transformar-se mais e tornar a Terra um mundo melhor?
Aceitamos que essa mudança será realizada. Esperamos que seja neste milênio, sem data prevista, nem repentinamente. Aliás, pensamos que já vivemos na fase de transição, que se completará quando grande parte da humanidade estiver empenhada, realmente, em resolver os problemas socioeconômicos e morais em favor de todos os seus habitantes, derrubando as barreiras do fanatismo, do nacionalismo exacerbado, do racismo, do poder que quer dominar o outro, aproveitando-se das dificuldades do mais frágil.
Acreditamos que, neste milênio, a luta maior da humanidade será o desenvolvimento do respeito aos direitos individuais e das nações, em direção ao amor ao próximo, que leva , somente, a fazer aos outros o que se quer para si.
Aqueles que não conseguirem acompanhar esse progresso moral, permanecendo no mal pelo prazer do mal, serão banidos para mundos inferiores, onde viverão entre homens primitivos, reiniciando seu desenvolvimento moral.
Esta fase de transição para um mundo melhor, pode durar séculos porque depende do desenvolvimento espiritual da humanidade
Muitas coisas boas e más acontecem, mas o destaque maior, através da mídia, é para as coisa ruins.
Existe a parte boa dessa divulgação do mal, porque necessário é que este seja conhecido, difundido para que os homens se horrorizem e busquem combatê-lo, desenvolvendo o bem.
Como, por causa da nossa imperfeição, aprendemos e nos desenvolvemos mais em situações adversas e difíceis, temos hoje, as condições propícias ao desenvolvimento moral e ao encontro das melhores soluções para os grandes problemas que afligem os homens e as nações.
Se hoje a Terra ainda não está pronta para a grande mudança, oferece a todos uma boa época de transição, pelo chamado à responsabilidade de cada um na tarefa de regeneração da humanidade.
Lembremo-nos de que um milênio tem dez séculos. Aproveitemos esse tempo para melhorarmo-nos, porque a autoeducação é lenta e também para colaborarmos nessa gigantesca tarefa, onde estivermos , aqui ou no além.
Pensamos que nessa luta, na qual todos estamos envolvidos, continuará havendo dores e sofrimentos, porque o homem, em geral, ainda não sabe usar a instrução, a informação, a saúde, o bem-estar, a ciência, a tecnologia, a arte no bem, em benefício de todos.
Confiamos porém, em Deus , nas Suas leis justas e misericordiosas, na capacidade do homem em transformar –se e de mudar o mundo, nas atividades de auxílio dos Espíritos Superiores, que trabalham sob a direção de Jesus, que nos ensinou a fazer sempre e em qualquer situação a vontade de Deus e que continua na direção do planeta Terra. Lembremo-nos de sua afirmação: " Nenhuma ovelha que o Pai me confiou se perderá."
Façamos pois, a nossa parte, no cumprimento dos deveres, sem exigências em relação aos outros no lar, no trabalho, no lazer, com determinação e participação na resolução dos problemas que afetam a humanidade, porque somos todos responsáveis na elevação da Terra a uma categoria maior, onde viveremos na sociedade justa e feliz que todos almejamos e queremos.
Fonte: Porta do Espírito-Leda de Almeida Rezende Ebner
Bibliografia:
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III: Há muitas moradas na casa de meu Pai

(Jornal Verdade e Luz Nº 192 Janeiro de 2002)

“AS DOENÇAS E A ESPIRITUALIDADE”

A doença não é uma causa, mas sim uma consequência que é proveniente das
energias negativas que circulam nos nossos dois organismos – no corpo espiritual e no corpo físico.
O espírito André Luiz explica que “assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que intoxicam os seus tecidos, também o organismo perispiritual absorve elementos que o degradam e que se refletem nas células materiais”.
Há três gêneros de doenças: físicas, espirituais e por atração ou simbiose.
As doenças físicas são distúrbios provocados, entre outros, por algum acidente, por um excesso de esforço ou por um exagero alimentar, o que faz com que um ou mais órgãos não funcionem como deve ser, criando uma indisposição orgânica.
As doenças espirituais são provenientes das nossas vibrações e ficam a dever-se à acumulação no nosso perispírito de energias nocivas que vão gerar uma autointoxicação fluídica. Quando estas energias descem para o organismo físico, criam um campo energético favorável à instalação de doenças que afetam todos os órgãos vitais, como o coração, o fígado, os pulmões, o estômago, etc., trazendo com elas uma fieira de sofrimentos.
As energias nocivas causadas pelas doenças espirituais, podem ter origem nas reencarnações anteriores e enquanto não forem drenadas, mantêm-se no  perispírito doente.
Em cada reencarnação – ao nascermos ou já na vida intrauterina – podemos trazer conosco os efeitos das energias nocivas que estão gravadas no nosso perispírito e estes mesmos efeitos irão agravar-se se acumularmos mais energia negativa na atual reencarnação. Enquanto estas energias continuarem a estar no perispírito, a cura total não se dará.
Quanto às doenças por atração ou simbiose, são aquelas que chegam até nós devido à sintonização que fazemos com fluidos negativos.
O que é que uma pessoa colérica, que está sempre a vibrar maldades e pestilências, pode atrair, senão a mesma coisa? Esta atração gera uma simbiose energética, a qual, pela via fluídica, provoca no encarnado a sensação de que está a sofrer de uma doença que, na verdade, a quem está a afetar é ao organismo do espírito que está ligado energeticamente a esse encarnado, dando-lhe a sensação de que é ele que está doente, pois sente todos os sintomas que o espírito sente.
 É o que se passa quando uma pessoa vai ao médico e este nada lhe encontra…
André Luiz afirma que “se a mente encarnada ainda não conseguiu disciplinar e
dominar as suas emoções e, pelo contrário, alimenta paixões (ódio, inveja e/ou ideias de vingança), ficará sintonizada com os irmãos do plano espiritual inferior que vão emitir fluidos malsãos para impregnar o perispírito do encarnado e intoxicá-lo com estas emissões mentais, podendo levá-lo à doença.”
Nos seus tratados didáticos, a Medicina explica que desde o nascimento físico
existem no organismo humano micróbios, bacilos, vírus e bactérias, que são capazes de produzirem várias doenças humanas. Graças à quantidade ínfima de cada tipo de vida microscópica existente, não causam incômodos, doenças ou afecções mórbidas, pois são impedidos de terem uma proliferação além da “quota mínima” que o corpo humano pode suportar sem que adoeça.
No entanto, quando estes germens, motivados pela presença de energias nocivas no corpo físico, ultrapassam o limite de segurança biológica fixado pela sabedoria da Natureza, começam a proliferar e a destruir os tecidos do seu próprio “hospedeiro”.
Saindo em ondas sucessivas das estruturas energéticas do perispírito em direção ao corpo físico, estas irradiações nocivas criam áreas específicas, onde se instalam e desenvolvem as vidas microscópicas encarregues de produzirem os fenômenos que serão compatíveis com o quadro das necessidades morais do indivíduo. Estas vidas microscópicas alimentam-se das energias nocivas que chegam ao corpo físico, conseguindo multiplicar-se muito rapidamente e, por consequência, causando as doenças.
A recuperação do espírito doente só se consegue, mediante a eliminação da carga tóxica de que está impregnado o seu perispírito.
Assim e como consequência deste determinismo, o corpo físico que vestimos nesta encarnação ou outro qualquer que tenhamos numa reencarnação futura, terá inevitavelmente que ser o dreno ou a válvula de escape para eliminar os fluidos nocivos que nos intoxicam e que nos impedem de caminhar firmemente pela estrada da evolução.
Durante a purificação do perispírito, as toxinas psíquicas encaminham-se para os tecidos, órgãos e zonas do corpo físico, provocando as disfunções orgânicas a que damos o nome de doenças.
Quando o espírito não consegue eliminar todo o conteúdo venenoso do seu
perispírito durante uma existência física, vai acordar no Além sobrecarregado de energia primária, densa e hostil. Neste caso e devido à Lei dos “Pesos Específicos”, pode ir ter às zonas pantanosas do Umbral, onde vai ser submetido à terapia de purga obrigatória no lodo absorvente. Assim, a pouco e pouco, vai-se livrando das excrescências, nódoas, venenos e “crostas fluídicas”, que nasceram no tecido do seu perispírito por causa dos atos indisciplinados que cometeu na matéria.
Não prega o conformismo, é de todo em todo lícito procurar-se a medicina terrestre que pode aliviar muito e até curar, onde tal for permitido por Deus. Se a misericórdia divina pôs os remédios ao nosso alcance é porque podemos e devemos utilizá-los para combater as energias nocivas que emigraram do
perispírito para o nosso corpo físico, mas não devemos esquecer-nos que os remédios alopáticos [os tradicionais] combatem apenas os efeitos da doença. Umas vezes, as doenças exigem tratamentos prolongados; outras, é preciso ir-se até à mesa de operações, mas seja qual for o processo, tudo faz parte da Lei de “Causa e Efeito”, que nos tenta despertar para a reforma moral através deste meio doloroso.
As medidas profiláticas relativas às doenças, têm que começar pela conduta mental, exteriorizando-se depois na atuação moral – conceito muito bem refletido na antiga máxima romana “mens. sana in corpore sano” [mente sã em corpo são].
Os máximos responsáveis pela convocatória de energias primárias e nocivas que adoecem o homem são os estados de indisciplina, que dão origem às reações do perispírito contra o corpo físico. Sentimentos tais como o orgulho, a avareza, o ciúme, a vaidade, a inveja, o egoísmo, a calúnia, o ódio, a vingança, a luxúria, a cólera, a maledicência, a intolerância, a hipocrisia, a amargura, a tristeza, o amor-próprio ofendido e o fanatismo religioso, assim como as consequências nefastas das paixões ilícitas ou dos vícios perniciosos, são geradores de energias nocivas.
Em resumo, a causa das doenças está na leviandade com que o homem encara a sua relação com a vida.
Portanto, as soluções superficiais são enganosas. É preciso lutar-se contra todas as aflições, mas que ninguém conte com “milagres”…
Por outras palavras, para se conseguir a cura integral de uma doença, é preciso que pensamento e atuação estejam sempre dentro daquilo que são os ensinamentos cristãos.
Fonte: Conversando com os Espíritos.




segunda-feira, 13 de março de 2017

“A TEORIA DAS ALMAS GÊMEAS. ”

No sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade.
Criadas umas para as outras, as almas gêmeas se buscam, sempre que separadas. A união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível. Milhares de seres, se transviados no crime ou na inconsciência, experimentaram a separação das almas que os sustentam, como a provação mais ríspida e dolorosa, e, no drama das existências mais obscuras, vemos sempre a atração eterna das almas que se amam mais intimamente, envolvendo umas para as outras num turbilhão de ansiedades angustiosas; atração que é superior a todas as expressões convencionais da vida terrestre. Quando se encontram no acervo real para os seus corações – a da ventura de sua união pela qual não trocariam todos os impérios do mundo, e a única amargura que lhes empana a alegria é a perspectiva de uma nova separação pela morte, perspectiva essa que a luz da Nova Revelação veio dissipar, descerrando para todos os espíritos, amantes do bem e da verdade, os horizontes eternos da vida.
A atração das almas gêmeas é traço característico de todos os planos de luta na Terra?
O Universo é o plano infinito que o pensamento divino povoou de ilimitadas e intraduzíveis belezas. Para todos nós, o primeiro instante da criação do ser está mergulhado num suave mistério, assim como também a atração profunda e inexplicável que arrasta uma alma para outra, no instituto dos trabalhos, das experiências e das provas, no caminho infinito do Tempo.
A ligação das almas gêmeas repousa, para o nosso conhecimento relativo, nos desígnios divinos, insondáveis na sua sagrada origem, constituindo a fonte vital do interesse das criaturas para as edificações da vida. Separadas ou unidas nas experiências do mundo, as almas irmãs caminham, ansiosas, pela união e pela harmonia supremas, até que se integrem, no plano espiritual, onde se reúnem para sempre na mais sublime expressão de amor divino, finalidades profundas de todas as cogitações do ser, no Dédalo do destino.
A união das almas gêmeas pode constituir restrição ao amor universal?
O amor das almas gêmeas não pode efetuar semelhante restrição, porquanto, atingida a culminância evolutiva, todas as expressões afetivas se irmanam na conquista do amor divino. O amor das almas gêmeas, em suma, é aquele que o Espírito, um dia, sentirá pela Humanidade inteira.
Perante a teoria das almas gêmeas, como esclarecer a situação dos viúvos que procuram, novas uniões matrimoniais, alegando a felicidade encontrada no lar primitivo?
Não devemos esquecer que a Terra ainda é uma escola de lutas regeneradoras ou expiatórias, onde o homem pode consorciar-se várias vezes, sem que a sua união matrimonial se efetue com a alma gêmea da sua, muitas vezes distante da esfera material.
A criatura transviada, até que se espiritualize para a compreensão desses laços sublimes, está submetida, no mapa de suas provações, a tais experiências, por vezes pesadas e dolorosas. A situação de inquietude e subversão de valores na alma humana justifica essa provação terrestre, caracterizada pela distância dos Espíritos amados, que se encontram num plano de compreensão superior, os quais, longe de desdenharem as boas experiências dos companheiros de seus afetos, buscam facultar-lhes com a máxima dedicação, de modo a facilitar o seu avanço direto às mais elevadas conquistas espirituais.
Os Espíritos evoluídos, pelo fato de deixarem algum amado na Terra, ficam ligados ao planeta pelos laços da saudade?
Os espíritos superiores não ficam propriamente ligados ao orbe terreno, mas não perdem o interesse afetivo pelos seres amados que deixaram no mundo, pelos quais trabalham com ardor, impulsionando-os na estrada das lutas redentoras, em busca das culminâncias da perfeição.
A saudade, nessas almas santificadas e puras, é muito mais sublime e mais forte, por nascer de uma sensibilidade superior, salientando-se que, convertida num interesse divino, opera as grandes abnegações do Céu, que seguem os passos vacilantes do Espírito encarnado, através de sua peregrinação expiatória ou redentora na face da Terra.
Somente pela prece a alma encarnada pode auxiliar um Espírito bem-amado que a antecedeu na jornada do túmulo?
A oração coopera eficazmente em favor do que partiu, muitas vezes com o espírito emaranhado na rede das ilusões da existência material. Todavia, o coração amigo que ficou aí no mundo, pela vibração silenciosa e pelo desejo perseverante de ser útil ao companheiro que o precedeu na sepultura, para os movimentos da vida, nos momentos de repouso do corpo, em que a alma evoluída pode gozar de relativa liberdade, pode encontrar o Espírito sofredor ou errante do amigo desencarnado, despertar-lhe à vontade no cumprimento do dever, bem como orienta-lo sobre a sua realidade nova, sem que a sua memória corporal registre o acontecimento na vigília comum. Daí nasce à afirmativa de que somente o amor pode atravessar o abismo da morte.


Emmanuel (“O Consolador” – 322 a 330 - Chico Xavier)

“AÇÃO DOS HOMENS SOBRE OS ESPÍRITOS INFELIZES. ”

A nossa indiferença para com as manifestações espíritas não nos privaria somente do conhecimento do futuro de além-túmulo, pois nos desviaria também da possibilidade de agir sobre os Espíritos infelizes, de amenizar lhes a sorte, tornando-lhes mais fácil a reparação de suas faltas.
Os Espíritos atrasados, tendo mais afinidade com os homens do que com os Espíritos elevados, em virtude de sua constituição fluídica ainda grosseira, são, por isso mesmo, mais acessíveis à nossa influência. Entrando em comunicação com eles, podemos preencher uma generosa missão, instruí-los, moralizá-los e, ao mesmo tempo, melhorarmos, sanearmos o meio fluídico em que todos vivemos.
Os Espíritos sofredores ouvem o nosso apelo e as nossas evocações. Os nossos pensamentos, simpáticos, envolvendo-os como uma corrente elétrica e atraindo-os a nós, permitem que conversemos com eles por meio dos médiuns. O mesmo se dá com as almas que deixam este mundo. As nossas evocações despertam a atenção dos Espíritos e facultam-lhe o desapego corpóreo; as nossas preces ardentes são como um jato luminoso que os esclarece e vivifica.
É-lhes agradável perceber que não estão abandonados a si próprios na imensidade, que há ainda na Terra seres que se interessam pela sua sorte e desejam a sua felicidade. E, quando mesmo esta não possa ser alcançada por preces, contudo elas não deixam de ser salutares, arrancando-os ao desespero, dando-lhes as forças fluídicas necessárias para lutarem contra as influências perniciosas e ajudando-os a subirem mais alto.
Não devemos, entretanto, esquecer que as relações com os Espíritos inferiores exigem uma certa segurança de vistas, de tato e de energia; daí os bons efeitos que se podem esperar. É preciso uma verdadeira superioridade moral para dominar tais Espíritos, para reprimir os seus desmandos e dirigi-los ao caminho reto; e essa superioridade não se adquire senão por uma vida isenta de paixões materiais, pois, em tal caso, os fluidos depurados do evocador atuam eficazmente sobre os fluidos dos Espíritos atrasados. Além disso, é necessário um conhecimento prático do mundo invisível para nos podermos guiar com segurança no meio das contradições e dos erros que pululam nas comunicações dos Espíritos levianos. Em consequência da sua natureza imperfeita, eles só possuem conhecimentos muito restritos; veem e julgam as coisas diferentemente; muitos conservam as opiniões e os preconceitos da vida terrena. O critério e a clarividência tornam-se, portanto, indispensáveis a quem se dirigir nesse dédalo.
O estudo dos fenômenos espíritas e as relações com o mundo invisível apresentam muitas dificuldades e, mesmo, perigos ao homem ignorante e frívolo, que pouco se tenha preocupado com o lado moral da questão. Aquele que, descuidando-se de estudar a ciência e a filosofia dos Espíritos, penetra bruscamente no domínio do invisível, entregando-se, sem reserva, às suas manifestações, desde logo se acha em contato com milhares de seres cujos atos e palavras ele não tem meio algum de aferir. Sua ignorância entregá-lo-á desarmado à influência deles, pois a sua vontade vacilante, indecisa, não poderá resistir às sugestões de que se fez alvo. Fraco, apaixonado, sua imperfeição faz com que atraia Espíritos iguais a si, que o assediam sem o menor escrúpulo de enganar. Nada sabendo sobre as leis morais, insulado no seio de um mundo onde a alucinação e a realidade confundem-se, terá tudo a temer: a mentira, a ironia, a obsessão.
A princípio, foi considerável a parte que os Espíritos inferiores tomaram nas manifestações e isso tinha sua razão de ser. Em um meio material como o nosso, só as manifestações ruidosas, os fenômenos de ordem física poderiam impressionar os homens e arrancá-los à indiferença por tudo que não diga respeito aos seus interesses imediatos. É isso que justifica o predomínio das mesas giratórias, das pancadas, das pedradas, etc. Esses fenômenos vulgares, produzidos por Espíritos submetidos à influência da matéria, eram apropriados às exigências da causa e ao estado mental daqueles de quem se queria despertar a atenção. Não se os deverá atribuir aos Espíritos superiores, pois estes só se manifestaram ulteriormente e por processos menos grosseiros, sobretudo com o auxílio de médiuns escreventes, auditivos e sonambúlicos.
Depois dos fatos materiais, que se dirigiam aos sentidos, os Espíritos têm falado à inteligência, aos sentimentos e à razão. Esse aperfeiçoamento gradual dos meios de comunicação mostra-nos os grandes recursos de que dispõem os poderes invisíveis, as combinações profundas e variadas que sabem pôr em jogo para estimular o homem no caminho do progresso e no conhecimento dos seus destinos...
Léon Denis

 Livro: Depois da Morte

“A VIDA ETERNA DO ESPÍRITO”

Um homem estava vivendo um sério problema de saúde em sua vida. Resolveu então procurar um sábio para orienta-lo sobre o que fazer.
O sábio ouviu o problema do homem e disse:
– Antes de te dar uma orientação a respeito, vou pedir que você faça uma meditação importante. Pare por um momento e comece a lembrar todos os problemas que você enfrentou, desde sua infância, até os dias de hoje.
O homem começou a recordar-se dos primórdios de sua existência. Começou rememorando seus primeiros anos de vida, sendo uma criança agitada e briguenta. Lembrou-se das brigas com os coleguinhas na escola, da dificuldade no seu rendimento escolar e da situação precária que viveu com a pobreza de seus pais. No início da adolescência, lembrou de duas namoradas que teve, uma que terminou após alguns meses – o que causou intenso sofrimento – e outra que o traiu com seu amigo, algo que lembra hoje com muita tristeza. Depois começou a relembrar as dificuldades de seu primeiro emprego como aprendiz de carpinteiro; lembrou-se também da fase em que passou fome, da morte de sua mãe, e logo depois de um acidente que também levou seu pai. Conseguiu construir sua própria casa, mas perdeu um dos dedos da mão na construção. Continuou trabalhando de pedreiro, ganhou um dinheiro, construiu mais duas casas, e com a renda do aluguel, hoje mantinha-se numa situação financeira relativamente estável. E nos dias de hoje, descobriu que estava com um tumor, e recorreu ao sábio.
O sábio retomou a palavra:
– De tudo isso que você experimentou, cada uma dessas coisas foi passando e hoje a maioria delas não existe mais. Estou certo de que você se recorda com algum bom humor de alguns probleminhas que em sua infância e adolescência que lhe pareciam aterradores, certo?
O homem lembrou-se das brigas com seus colegas de escolas, das suas namoradas e das dificuldades com seu primeiro emprego. De fato, tudo isso era algo irrelevante, mas que na época, por estar tão envolvido com tudo aquilo, parecia um problema imenso.
– É verdade mestre. Tudo parecia tão grande, mas agora a maioria dos meus problemas já passou.
O sábio respondeu:
– Da mesma forma que na infância as brigas com seus coleguinhas era um grande problema, pois você tinha uma visão limitada da vida, hoje você acredita que essa doença é um grande problema, pois não consegue ter uma visão maior, ilimitada, universal da existência. Entenda este grande princípio da vida: tudo passa… Não importa quanto tempo demore; não importa a dimensão do problema numa época, ou do sofrimento, tudo isso é transitório, é passageiro, e um dia, sempre, mas sempre acaba. Tudo que teve um início, um dia terá um fim. Sendo assim, não se preocupe com sua doença, isso passa; tudo vem e vai; tudo começa e termina. Essa enfermidade é algo ínfimo e transitório em relação a vida eterna do espírito. Essa sim, não teve um começo, e por isso, jamais terá um fim.


Autor: Hugo Lapa

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...