Seguidores

terça-feira, 15 de maio de 2018

"EVOCAÇÃO DOS ESPÍRITOS NAS REUNIÕES MEDIÚNICAS."

A questão das Evocações nas Reuniões Mediúnicas, método utilizado aos tempos de Allan Kardec, surge de vez em quando nos encontros que realizamos para estudo da Mediunidade. É do conhecimento geral, que o Codificador usava esse processo nas sessões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, sendo também adotada fora dali pelos grupos que se formaram à época. Também é sabido que as comunicações eram, em sua grande maioria, Psicográficas.
Julgam alguns que por ser este o método utilizado por Allan Kardec, deveria ser também o das reuniões mediúnicas da atualidade. Alegam outros que aguardar que os Espíritos se comuniquem espontaneamente é uma atitude passiva e alienante, e que significa subordinação.
Vejamos como Kardec trata do assunto em O Livro dos Médiuns.
Ele dedica um extenso capítulo às evocações, o de número 25. Inicialmente diz que as manifestações dos Espíritos podem ser de duas maneiras, pela evocação ou espontaneamente. Fala então das vantagens e desvantagens dos dois processos.
Nas comunicações espontâneas, esclarece, não chamar a nenhum Espírito em particular “é abrir a porta a todos os que queiram entrar”. O contrário acontece quando se faz a chamada direta de determinado Espírito, pois que isto “constitui um laço entre ele e nós.” (it.269)
Ressalta, em seguida, que as comunicações espontâneas não apresentam inconveniente algum e que dessa maneira “se podem obter coisas admiráveis.” Nos casos de evocação, prossegue, “surpreende, não raro, a prontidão com que um Espírito evocado se apresenta, mesmo da primeira vez. Dir-se-ia que estava prevenido.” E de fato, aduz, havendo a preocupação antecipada em evocar determinado Espírito, este é convocado pelo “Espírito familiar do médium, ou do interrogante, ou ainda um dos que costumam frequentar as reuniões.” (it. 271).
No item 272, há uma afirmativa muito interessante: 
“Frequentemente as evocações oferecem mais dificuldades aos médiuns (grifei) do que os ditados espontâneos, sobretudo quando se trata de obter respostas precisas a questões circunstanciadas. Para isto, são necessários médiuns especiais, ao mesmo tempo flexíveis e positivos (grifos do original) e já em o nº 193 vimos que estes últimos são bastante raros, por isso que, conforme dissemos, relações fluídicas nem sempre se estabelecem instantaneamente com o primeiro Espírito que se apresente.”
O item 193 citado está no capítulo referente aos médiuns especiais e ressalta a importância da afinização fluídica que deve existir entre o comunicante e o medianeiro. Esta afinização é uma das leis da comunicação espírita, conforme Léon Denis, em “No Invisível”.
Diante da alegação de que a identificação do Espírito é mais fácil quando ele vem espontaneamente declarando o seu nome, Kardec lembra que isto não significa autenticidade, porque qualquer Espírito pode-se fazer passar por outro. Nenhuma garantia há, a não ser a análise do conteúdo da mensagem e da linguagem do comunicante. São estes os meios básicos de controle.
A propósito da identidade dos Espíritos, Kardec escreveu o cap. 24 onde relaciona nada mais nada menos que 54 itens sobre o assunto, que auxiliam os médiuns e participantes em geral dos trabalhos mediúnicos no tocante à identificação, qualquer que seja o gênero da reunião. Infelizmente bem poucos conhecem estes itens. Todavia, a análise das comunicações é aconselhada pelos próprios Espíritos, que, se são realmente superiores, nada têm a temer.
Voltando ao cap. 25, it. 283-a , o Codificador, tratando da evocação dos animais, interroga porque algumas pessoas ao evocarem animais obtiveram respostas, ao que os Espíritos declararam: “Evoca um rochedo e ele te responderá. Há sempre uma multidão de Espíritos prontos a tomar a palavra sob qualquer pretexto.” Em seguida há uma nota de Kardec na qual ele conta o caso dos pintassilgos, que é uma graça e vale a pena ser lido.
No cap. 17, “Da formação dos médiuns”, Kardec recomenda ao aspirante a médium que não adote a evocação direta de um Espírito (it. 203), explicando as dificuldades do processo e aconselhando um apelo geral.
Estamos, portanto, diante de duas opções, dois métodos diversos.
Em Léon Denis, todavia, encontramos um tipo de reunião bastante aproximado da atual.. Na sua extraordinária obra literária encontram-se diversas citações sobre as sessões das quais participava. Em “No Invisível”, ele declara: “Não é indispensável fazer evocações determinadas. Em nosso grupo raramente as praticávamos. Preferíamos dirigir um apelo aos nossos guias e protetores habituais, deixando a qualquer Espírito a liberdade de se manifestar sob sua vigilância. O mesmo acontece em grupos de nosso conhecimento.”
Assim, como conciliarmos o método das evocações praticadas por Kardec e o que lemos em O Livro dos Médiuns, já que a soma das argumentações apresentadas pelo próprio Kardec parecem indicar que o melhor método seria o das comunicações espontâneas?
Para responder a esta pergunta é imprescindível ressaltar a natureza da missão de Allan Kardec. Ele era o missionário escolhido e convidado para a grandiosa tarefa da codificação da Doutrina dos Espíritos. A sua posição singular; as condições que o cercavam únicas e especialíssimas. O seu tempo, bem curto ante a grandeza da obra.
 Toda uma falange de Espíritos está a postos para assessorá-lo nos dois planos da vida, sob a direção do Espírito de Verdade. Kardec conta também com elementos encarnados em postos-chave que viriam a contribuir para o êxito da missão. Médiuns, também escolhidos, o rodeavam, absolutamente maleáveis, seguros, confiáveis, adestrados para uma psicografia mecânica pura, de altíssimo nível, em grupos familiares e posteriormente na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Além disso, há que se levar em consideração o trabalho de pesquisa que deveria efetuar.
Pode-se observar parte dessa pesquisa nas 66 comunicações inseridas na segunda parte de O Céu e o Inferno. As evocações eram feitas a partir de notícias de falecimentos publicadas nos jornais, ou nomes trazidos pelos participantes do grupo, desde que julgassem serem oportunos e úteis para os estudos e pesquisas. Feita a evocação a comunicação quase sempre era imediata. Kardec extraía da narrativa dos Espíritos as teorias compatíveis, sendo esta, aliás, uma das características marcantes da Doutrina: a teoria baseada em fatos. Os acontecimentos indicando os fundamentos, os princípios norteadores.
Outros fatores contribuíram para que se abandonasse a prática da evocação. Um deles foi o receio de haver indução, sugestionamento ou animismo por parte do médium, além de que, este acabaria quase que na obrigação de desempenhar, nesse contexto todo, o papel que dele se esperava. Até mesmo para agradar ao dirigente e ao grupo. Outro aspecto é o do constrangimento e inibição que, geralmente, acompanha esse tipo de prática, decorrentes da expectativa formada em torno do médium.
Pode-se deduzir que a mudança do método nas sessões mediúnicas seja, inclusive, por não ter o da evocação produzido, após Kardec, os resultados esperados. Ou por não se conseguirem médiuns em condições apropriadas. Ou as duas coisas simultâneas.
Entretanto, mesmo o processo da evocação coloca os encarnados numa certa passividade, ou seja, à espera de que os guias tragam o evocado ou que ele possa ou queira atender por si mesmo, ao chamado nominal.
Acresce ainda, que só pelo fato de se chamar determinado Espírito não quer dizer que ele virá; muitas dificuldades existem a serem vencidas. E se houver resposta isto não significa que seja o evocado. Entram aí os mesmos fatores que ocorrem nas comunicações espontâneas, isto é, a hipótese de mistificação, animismo, indução, etc. E no caso da evocação com um peso mais forte, pois exige-se, de imediato, a identificação. No outro processo isto acontece de modo bem mais natural e só vem ao final da comunicação, o que propicia ao médium ir-se afinizando, cada vez mais, com o Espírito, durante o transcurso da mensagem e estar mais seguro quanto a sua identidade.
É conveniente mencionar, contudo, que em muitos casos o médium identifica de pronto o comunicante, mesmo antes de iniciar a transmissão. Isto varia de médium para médium e depende também das circunstâncias.
O essencial é que, nesse atual método adotado pelas reuniões, não se deixe de lado a avaliação criteriosa das comunicações, passando-as sempre pelo crivo da razão. Que cada um exerça o seu direito pessoal e intransferível de analisar, de extrair ilações das mensagens. 
A aceitação cega e mística é que tem prejudicado a evolução dos trabalhos mediúnicos. O que, em última análise, evidencia a falta de estudo da Doutrina. A não assimilação dos ensinamentos, ou a sua deturpação por não compreensão dos mesmos, por ranços religiosos, opiniões pessoais, etc.
Exercer a mediunidade com amor não significa, em absoluto, desprezar o estudo, a avaliação meticulosa dos trabalhos, a investigação equilibrada e benéfica. Nada impede que sejam atendidas as duas partes.
Não sei quem estabeleceu em nosso meio a idéia de que a mediunidade com Jesus, a caridade, o amor ao próximo são incompatíveis com o estudo, a pesquisa, o aperfeiçoamento das atividades. Este modo de pensar não se coaduna, de modo algum, com o verdadeiro sentido da mensagem do Cristo.
Ao contrário, o que se vê, através, especialmente, das contribuições mediúnicas que nos chegam por intermédio de Chico Xavier, Divaldo Franco e Yvonne Pereira é o conselho constante, é o apelo maciço dos Benfeitores Espirituais conclamando os espíritas ao estudo. E a mediunidade exercida com amor, alicerçada nos ensinamentos de Jesus não abdica, em momento algum, dos critérios mais rígidos de controle e adestramento da faculdade.
Léon Denis legou-nos exemplos admiráveis de reuniões onde se cultivava o respeito profundo aos guias, onde a mediunidade era exercida com amor sem que houvesse prejuízo ao estudo e investigação.
Assim, a evocação teve a sua época. Como também o diálogo com os Espíritos através da psicografia. O retorno ao método da evocação, inclusive, não dinamizaria as atividades mediúnicas e nem propiciaria o surgimento de médiuns mais aptos e seguros. No caso destes é exatamente o contrário: o surgimento de médiuns mais adestrados é que possibilitaria (talvez) as condições para as evocações.
É recomendável também a leitura do it. 330 de O Livro dos Médiuns, que fala a respeito dos dos Espíritos que acompanham os participantes das reuniões. É muito interessante.
E Kardec conclui: “Perfeita seria a reunião em que todos os assistentes, possuídos de igual amor ao bem, consigo só trouxessem bons Espíritos. Em falta da perfeição, a melhor será aquela em que o bem suplante o mal. Muito lógica é esta proposição, para que precisemos insistir.”
Suely Caldas Schubert.
Fonte: 
Grupo Socorrista Obreiros do Senhor Jerônimo Mendonça Ribeiro




“QUANDO DESENCARNAMOS, DEMORAMOS PARA NOS DESLIGAR? PORQUE? NÃO SÃO TODOS DELIGAMENTOS IGUAIS?

Morte física e desencarne não ocorrem simultaneamente. O indivíduo morre quando o coração deixa de funcionar. O Espírito Desencarna quando se completa o Desligamento, o que demanda algumas horas ou alguns dias. Basicamente o Espírito permanece ligado ao corpo enquanto são muito fortes nele as impressões da existência física. Indivíduos materialistas, que fazem da jornada humana um fim em si, que não cogitam de objetivos superiores, que cultivam vícios e paixões, ficam retidos por mais tempo, até que a impregnação fluídica animalizada de que se revestem seja reduzida a níveis compatíveis com o desligamento.
Certamente os benfeitores espirituais podem fazê-lo de imediato, tão logo se dê o colapso do corpo.
No entanto, não é aconselhável, porquanto o desencarnante teria dificuldades maiores para ajustar-se às realidades espirituais.
O que aparentemente sugere um castigo para o indivíduo que não viveu existência condizente com os princípios da moral e da virtude, é apenas manifestação de misericórdia.
Não obstante o constrangimento e as sensações desagradáveis que venha a enfrentar, na contemplação de seus despojes carnais em decomposição, tal circunstância é menos traumatizante do que o desligamento extemporâneo.
Há, a respeito da morte, concepções totalmente distanciadas da realidade. Quando alguém morre fulminado por um enfarte violento, costuma-se dizer:
"Que morte maravilhosa! Não sofreu nada!"
No entanto, é uma morte indesejável.
Falecendo em plena vitalidade, salvo se altamente espiritualizado, ele terá problemas de desligamento e adaptação, pois serão muito fortes nele as impressões e interesses relacionados com a existência física.
Se a causa da morte é o câncer, após prolongados sofrimentos, em dores atrozes, com o paciente definhando lentamente, decompondo-se em vida, fala-se:
"Que morte horrível! Quanto sofrimento!"
Paradoxalmente, é uma boa morte.
Doença prolongada é tratamento de beleza para o Espírito. As dores físicas atuam como inestimável recurso terapêutico, ajudando-o a superar as ilusões do Mundo, além de depurá-lo como válvulas de escoamento das impurezas morais.
Destaque-se que o progressivo agravamento de sua condição torna o doente mais receptivo aos apelos da religião, aos benefícios da prece, às meditações sobre o destino humano.
Por isso, quando a morte chega, ele está preparado e até a espera, sem apegos, sem temores.
Algo semelhante ocorre com as pessoas que desencarnam em idade avançada, cumpridos os prazos concedidos pela Providência Divina, e que mantiveram um comportamento disciplinado e virtuoso.
Nelas a vida física extingue-se mansamente, como uma vela que bruxuleia e apaga, inteiramente gasta, proporcionando-lhes um retomo tranquilo, sem maiores percalços.
Fonte:  Grupo Socorrista Obreiros do Senhor Jerônimo Mendonça Ribeiro




𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...