O Espiritismo produz uma farta
literatura. E a literatura espírita é pródiga em exemplos de mães que se
desvelam por seus filhos mesmo além da esfera carnal. O Dia das Mães nos induz
a pensar sobre isso.
Reencarnamos para aprender a amar.
Precisamos aprender a disciplina, adquirir conhecimentos e fortalecer
experiências. Mas tudo, no final das contas, se resume no Amor. O Universo foi
feito do Amor de Deus. Deus é Amor. Difícil de entender? Para nos facilitar o
entendimento é que reencarnamos, para praticar na matéria o Amor de que somos
capazes.
Nosso estágio evolutivo não permite
grandes voos filosóficos. A ideia que fazemos de Deus é o máximo que podemos
alcançar. E para lembrarmos que Deus é Amor nascemos da mulher. Se Deus é a
ideia mais alta que podemos alcançar, a Mãe é a primeira prova de Amor com que
nos deparamos a cada mergulho na matéria.
Em mundos mais adiantados não existe
a reprodução como a conhecemos, e talvez não exista por lá a figura materna.
Para eles pode parecer muito estranho mudarmos de plano por meio de outro ser.
Mudamos do plano astral para o plano físico por intermédio de um ser que já
esteja no plano físico. Somos plantados dentro deste ser e germinamos no seu
ventre. E no seu ventre crescemos, nos desenvolvemos, damos forma ao nosso
corpo físico utilizando os recursos materiais que chegam até nós pela Mãe, este
ser que nos abriga, sustenta e protege.
E quando inauguramos nosso diminuto invólucro
de carne na reencarnação que se inicia, contamos com a Mãe para nos nutrir,
agasalhar, zelar, velar, desvelar. Contamos com o seu amor, mais do que com o
simples instinto ou senso de responsabilidade.
A Mãe é quem nos recepciona e orienta
neste plano de que não temos lembrança quando aqui chegamos. É quem nos passa
as primeiras informações de como a coisas funcionam por aqui. E se for uma Mãe
como se espera que seja, vai nos lembrar valores que estão adormecidos dentro
de nós, e que precisam ser reativados para que possamos utilizá-los. E vai
perceber e corrigir desvios de caráter de que ainda não nos livramos, e que
trazemos junto com o resto de nossa bagagem milenar.
Estranho ser, este, chamado Mãe. Se
apega tanto aos seres que reencarnaram por seu intermédio que nem sempre sabe
quando é o momento de deixar que eles caminhem com seus próprios pés, e que
caiam de vez em quando para que aprendam a se levantar. Leva tão a sério o seu
papel de recepcionista e instrutora do ser que brotou dentro dela, que custa a
perceber e aceitar que este ser já existia há muito tempo, que não pertence a
ela, que é um ser único, individual, um ser de ninguém. Filho de Deus, como
todo mundo.
Quando eu era criança, aprendi na
escola sobre a origem do Dia das Mães. Foi a iniciativa de uma moça que amava
muito a sua mãe e que sentiu muito a sua falta quando ela desencarnou. Ficou
deprimida mas teve ânimo de aceitar a ideia de suas amigas de homenagear a
memória da sua mãe com uma festa. Isso a empolgou, e ela achou que esta festa,
esta homenagem, devia ser direcionada a todas as mães, encarnadas e
desencarnadas. A ideia foi se desenvolvendo como uma maneira de todas as
crianças lembrarem e homenagearem as suas mães, valorizando os laços familiares
e o amor e o respeito pelos pais. Iniciou uma campanha que durou uns três anos
e se sagrou vitoriosa com a adoção de um dia dedicado às mães nos Estados
Unidos da América.
Muitos países aderiram à comemoração,
inclusive o Brasil, onde foi introduzida por intermédio da ACM de Porto Alegre.
Logo a ideia simples e despretensiosa se tornou mais uma data comercial. Hoje,
no Brasil, o Dia das Mães só perde para o Natal em apelo comercial.
A literatura espírita é cheia de
exemplos de mães que zelam durante séculos por seus filhos, no astral. A obra
de André Luiz traz exemplos muito interessantes de mães bastante evoluídas
espiritualmente que deixaram de desfrutar dos planos a que teriam direito para
não se afastarem daqueles a quem permanecem amando como filhos do seu coração.
A todas as mães, a todos os pais,
tios, tias, padrinhos, madrinhas que desenvolvem o amor e o papel de Mãe, nesta
sociedade em que os papéis já não são estáticos como antes, feliz Dia das Mães!
Fonte: Espirito Imortal
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