Seguidores

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

“O SER HUMANO DIANTE DA DOR E DA MORTE”

“A dor de um minuto nos desperta para a felicidade sem limites como a ventania de um instante limpa a atmosfera por muitos dias. (J. Herculano Pires)
A dor e a morte são experiências que atravessam os séculos e atingem os seres que constituem a obra da criação. Logo, cabe perguntar: a árvore quando sofre a privação de não dar frutos estaria expiando erros de outras vidas? E os animais? Quando sofrem e morrem, estariam pagando por erros cometidos no pretérito?
A Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, representa uma revolução copernicana no conhecimento, pois trata temas antigos sob um novo prisma e faz uso da razão e da experiência, de forma equilibrada, oferecendo a partir de perguntas inteligentes informes espirituais condizentes com os anseios de esclarecimento da criatura humana.
Segundo esta visão de mundo, o ser está inserido num projeto evolutivo-educativo chamado vida na busca de autoconstruir-se e de influenciar naturalmente, a partir do contato interexistencial [1] , as outras pessoas. A Evolução se dá nos três reinos buscando levar o princípio inteligente (o espírito ao longo da sua formação) a atingir a perfeição relativa que lhe está destinada.
Como dizia o pensador Léon Denis a respeito do ser: “dormita na matéria bruta, acorda na matéria orgânica, adquire atividade, se expande e se eleva no espírito.” (DENIS, 2008: 82).
O ser humano, de acordo com a Doutrina Espírita, por possuir liberdade de agir, (o chamado livre-arbítrio) e a capacidade reflexiva, pode, se assim desejar, compreender as experiências da dor e da morte de forma mais madura. Sobre a dor, Denis também se expressou: “é uma lei de equilíbrio e educação”. (DENIS, 2008: 520). Portanto, trata-se de uma experiência que representa, antes de mais nada, uma mola propulsora do processo evolutivo que deve ser compreendida para ser melhor vivida. Ela impulsiona o ser transformando em ato as potências da alma. Ela pode ser a reviravolta do ser humano que é divino, que clama por liberdade, mas não quer assumir a responsabilidade evolutiva que lhe cabe.
Já a morte, trata-se de uma experiência intransferível e insubstituível, pela qual todos passaremos um dia. Não devemos antecipar nem descuidar desta, a mais importante das viagens a se realizar. Jesus, pedagogo da humanidade, nos deu seu exemplo de serenidade diante da morte devido à tranquilidade da sua consciência no momento do passamento. Tinha exemplificado a ideia do Bem com magnitude, pois foi o modelo maior de coerência entre teoria e prática, entre saber e sabedoria que foi legado à humanidade. Daí ter reaparecido, senhor de si mesmo, com seu corpo espiritual, após a experiência física, atestando a imortalidade da alma e deflagrando nos primeiros cristãos a coragem moral até então embotada pelos poderes constituídos.
Conclui-se diante da dor e da morte que, embora ligadas à lei de ação e reação, são molas propulsoras do progresso, pois podem tanto expiar o passado como corresponder às necessidades evolutivas das sociedades. São sempre agentes (na expiação e na provação) que estimulam o amadurecimento dos seres. Representam a bondade divina, ou seja, o elã evolutivo convidando-nos ao recobramento que somos seres imortais revestidos da experiência física para realizarmos a maior vitória que existe: a sobre nós mesmos...
Correio Espírita. Por André Parente
www.correioespirita.org.br/
BIBLIOGRAFIA:
DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Rio de Janeiro, FEB, 2008.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. São Paulo, Lake, 2004.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. São Paulo, Lake, 2004.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. São Paulo, Lake, 2004.
PIRES, J. Herculano. O Mistério do Ser ante a Dor e a Morte. São Paulo, Paidéia, 1996.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...