O médium
Divaldo Pereira Franco contou uma história verídica, aliás, utilíssima para os
dirigentes e doutrinadores de reuniões mediúnicas, que é assim:
Uma jovem já
havia passado por reuniões mediúnicas de várias Casas Espíritas. Havia se
submetido à fluidoterapia, água fluidificada, afirmando que orava e que
estudava a Doutrina Espírita, a fim de se libertar da obsessão.
Chegou ao
Centro Espírita Caminho da Redenção solicitando auxílio para sua perturbação
espiritual, passando a frequentar as reuniões doutrinárias.
Passados
alguns anos, numa das reuniões mediúnicas da Casa, o obsessor fora doutrinado,
como sempre, com amor, mas também com doce energia. O doutrinador finalizou o
seu trabalho dizendo que havia tentando os melhores argumentos, esperando
encontrar uma resposta, esperando sensibilizá-lo mas . . . não obteve sucesso.
O Espírito
que se conservou mudo até aquele presente momento, redarguiu:
– Vocês
estão enganados. Eu preciso esclarecer-lhes algo. No início eu odiei essa
mulher. São reminiscências de outras encarnações que nos prejudicaram muito.
Porém, aos poucos, fui absorvendo as lições que são ministradas nesta Casa de
Caridade e após receber as respostas para minhas dúvidas, nos diálogos que
travei com o coordenador dos trabalhos, suavizei meu caráter, abrandei meus
vícios, e hoje já começo a viver uma vida diferente, tentando praticar aquilo
que aprendi. Mas, ao deixar a antiga inimiga, percebi que ela me evocava com
seus pensamentos, culpando-me e injuriando-me. Assim, hoje, eu sou por ela
obsedado, e peço a Deus que me liberte desse jugo.
E o Espírito
desligou-se do médium, afastando-se.
O diretor da
Casa falou com a moça sobre a ocorrência, interrogando-lhe sobre a
autenticidade dos fatos.
Ela sempre
muito calma e paciente passou a agredir o Espírito com palavras ríspidas.
Explicou que, como o obsessor a havia prejudicado por anos à fio, impedindo-a
de casar-se e constituir família, ela agora também o perturbava, para que ele
experimentasse o mesmo sofrimento.
O diretor
conservando a calma e com muita bondade, passou a doutrinar agora a encarnada,
esclarecendo-a sobre a terapia salutar do perdão, solicitando um estudo
profundo da Doutrina Espírita e a sua renovação espiritual.
Dessa
história podemos lembrar que:
1ª “Muitos
procuram a Casa Espírita para resolver seus problemas espirituais. Querem
livrar-se de obsessores, de preferência rapidamente. Mas o que devemos deixar
bem claro para os que nos procuram é que a cura depende dela mesma. A Casa
Espírita é um hospital da alma, mas se o paciente não tomar o medicamento
corretamente, este não fará efeito. E o medicamento está no Evangelho de Jesus,
que nos pede a reforma íntima, ou seja, a reforma em nossos sentimentos,
pensamentos e atos. Retirando dela o ódio, o rancor, a mágoa, o ressentimento,
a vingança.”
2ª “A
vingança é um indício certo do estado atrasado dos homens que a ela se
entregam, e dos Espíritos que podem ainda inspirá-la. Portanto, meus amigos,
esse sentimento não deve jamais fazer vibrar o coração de quem se diga e se
afirme espírita. Vingar-se, como vocês sabem, é contrário a esta prescrição do
Cristo: Perdoai aos vossos inimigos.”
3ª
“Geralmente, vemos um desencarnado obsediando um encarnado. Mas, o contrário
também acontece. Um encarnado também obsedia um desencarnado com lembranças de
ódio, rancor, mágoa, vingança ou por ficar lamentando sua desencarnação fazendo
com que este fique preso perto de nós.
Fonte: Kardec Rio Preto. Por: Fernando Rossit
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