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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

“AS RELIGIÕES E A MEDIUNIDADE”

Nos poucos anos que passamos por esta existência vivemos em uma realidade toda pessoal, formamos as nossas verdades baseados em informações que chegam até nós trazidas da espiritualidade. Nossas verdades estão impregnadas da nossa própria personalidade, das nossas experiências e das nossas vivências nas muitas personagens que animamos e estas verdades se fazem mais palpáveis após desencarnarmos.
Notamos, nos Espíritos que nos trazem as informações que precisamos, haver em cada um o seu próprio conceito sobre a mesma verdade e por isso existem múltiplas formas de se afirmar a mesma coisa. Já com o Espiritismo tenta-se eliminar ao máximo os conceitos pessoais das verdades propagadas para que permaneça a pureza do ensinamento. Foi assim que se formaram diversas religiões ao longo da História,  já que não deve existir uma única religião que não teve a sua formação pela mediunidade, e se tratando de médiuns cada um possui sua própria personalidade, conceitos e interpretação própria, sendo assim, não evoluíram os escolásticos religiosos dentro de muitos debates, já que cada um enxergava a mesma coisa do seu próprio ponto de vista.
Com o Cristianismo houve uma base forte trazida pelo Cristo, a qual, mesmo submetida aos conceitos degradados dos homens medievais, permaneceu algo de concreto em se tratando de moral e fé. O evangelho, como este mesmo reza, sobreviveu aos ventos e tempestades, pois estava firmado na rocha das verdades imutáveis do Cristo e não na areia do doble ânimo humano, o qual é inconsistente e instável, propenso a modificações e na verdade tem que ser assim visando a evolução da humanidade.
Já nos meios escolásticos da teologia católica ou protestante não se há como ter uma evolução sadia nos ensinos objetivando a verdade, já que os mesmos prenderam-se na tradição literária e onde Paulo falou “a letra mata e o espírito vivifica” estes pressupõem que seus seminários os preparem para o ensino, quando entendemos que o verdadeiro ensino vem do Espírito, o qual é eterno e reencarnante e por isso versado em milhares de disciplinas ainda que não lembre quando encarnado. Foi por isso que os cristãos primitivos davam muito mais importância à vivência no evangelho e era isso que designava eclesiásticos para o serviço da igreja, não a sapiência secular, mas sim a experiência evangélica no viver cotidiano, pois o exercício dessa vivência faz o Espírito despertar para aquilo que combinou em realizar antes de reencarnar, sendo assim, não nasceu o cristianismo para ser uma religião e sim uma filosofia de vida baseada no Cristo e nos seus ensinamentos.
O viver dos cristãos primitivos era muito simples e baseavam-se eles em três palavras-chaves para uma vida evangélica e cheia de bons frutos. Essas palavras eram a fé, a esperança e o amor ao Cristo e ao próximo. Vendiam eles tudo que tinham: casas, campos e pertences, para doar à comunidade para que nada do que é vestes e mantimento, também abrigo, faltasse para ninguém. Por isso todos tinham tudo em comum, já que eram uma comum unidade, comunidade.
Veja como nos afastamos da simplicidade desses primeiros irmãos. Hoje formamos centros teológicos com gastos exorbitantes só para provarmos os nossos próprios conceitos religiosos, enquanto muitos carecem de agasalhos, alimentos e abrigo. Como esperar o retorno do Cristo para nós? Certamente seríamos envergonhados ante a sua sublime luz de caridade, ele que até o mais básico negou a si mesmo, não tinha onde reclinar a cabeça, para poder atender à sua geração de sofredores e enfermos. Sim, ele que era ridicularizado pelos seus conterrâneos por pregar a humildade e a misericórdia, chegando ao ápice de entregar-se à uma morte dolorosa, cuspido e humilhado e levando uma cruz tão pesada sobre os ombros, na qual foi pregado com enormes cravos que lhe rasgaram os pulsos até as palmas das mãos, os espinhos rasgaram a sua fronte chegando a perfurar o seu crânio, deixando transparecer a massa encefálica e uma lança pontiaguda encravada em seu fígado, e após tanto, ainda lhe negaram um simples copo de água para atenuar um pouco, se possível que fosse, o seu sofrimento. Sua manifestação nas nuvens dos céus, como reza a tão pobre escatologia teológica, certamente seria motivo de dolorosa vergonha para nós que alheios ao sofrimento dos desafortunados empilhamos diplomas e mais diplomas, livros e mais livros, títulos e mais títulos, sem no entanto empreender um por cento que seja daquilo que ele realizou.
Pobres almas nós somos, tão cheios de nós mesmos, cheios de sapiência, quando a verdadeira sabedoria é dar, somente dar sem nada olhar. Pastores que se apascentam a si mesmos, ovelhas gordas distantes do matadouro é o que somos, quem dera pudessem ser degoladas para que o choro da morte produzisse algum fruto verdadeiro. Não, eu não quero a sua volta como tantos falam, porque fugiria diante de sua luz, prefiro mil vezes ir até ele de degrau em degrau, até receber em minha própria evolução a sua imagem, e dessa forma até mesmo a minha adoração por ele findará prova irrefutável de que eu me elevei moralmente a caminho do Pai de todos os espíritos.
Artigo de autoria de Rodrigo Pnt .
Presbítero evangélico e estudioso da Doutrina Espírita




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