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sábado, 25 de fevereiro de 2017

“OS ÓRFÃOS E A REENCARNAÇÃO”

Debrucemo-nos hoje sobre as crianças, aqueles pequeninos seres que serão os adultos de amanhã. Em especial daquelas que, à primeira vista, a sorte não favoreceu: os órfãos e abandonados no caminho da vida.
Uma questão que vulgarmente se põe é a seguinte: como é possível haver pais tão desnaturados, capazes de abandonar os próprios filhos? Por que permite Deus que tamanha barbaridade aconteça?
Para quem não enxerga mais do que a visão física permite, tal estado de coisas é de uma injustiça flagrante. Que fizeram esses pequenos seres para serem esquecidos logo após o nascimento? Que crime cometeram para ficar sozinhos no mundo?
Para compreender este problema é preciso ir mais além na busca de explicações e soluções. Torna-se necessário ver e sentir para lá da cortina que a matéria nos impõe.
Em cada criança vive um espírito muito antigo que retorna à vida material para reparar erros do seu passado, suportar provas para o seu adiantamento moral ou, em casos raros e especiais, realizar uma missão elevada para o progresso geral da humanidade.
Assim, em muitos casos, ao ficar só na vida aquela criança sofre as consequências dos seus próprios atos praticados numa vida anterior, em que terá sido por hipótese um pai ou mãe descuidado dos seus deveres e obrigações para com aqueles que partilharam o seu lar na condição de filhos. Se sofre agora o abandono foi porque igualmente abandonou aqueles que a Providência Divina entregou aos seus cuidados para orientar e encaminhar na estrada da vida. Olhando por este prisma trata-se da mais elementar justiça divina.
Pode também acontecer que esses sofrimentos logo no início da sua estadia no mundo físico lhe pretendam servir de preparação para a sua vida futura, para dominar um carácter rebelde ou para dar mais valor às pessoas que mais tarde o acolherão, dando real significado à adoção.
Benditos aqueles que dispondo de recursos económicos ou afetivos não se conformam com a esterilidade da sua vida e dão a oportunidade a essas crianças abandonadas e desprotegidas de partilhar o seu lar. Partilhar tudo o que têm com aqueles que nada possuem, além da vida que Deus lhes deu e do amor e dedicação por um ser humano que lhes preste um pouco de atenção e carinho. Quantas vezes acolhem nos seus lares, sem o saberem, um ente amado de outra encarnação, e se estivessem conscientes desse facto então não praticariam apenas a caridade, antes cumpririam um dever.
Através da adopção pratica-se a caridade e a piedade para com os mais desfavorecidos, tornando-a uma das mais nobres instituições humanas, filha da fraternidade e solidariedade que deveria unir todos os seres humanos numa só família.
Se todos os casais sem filhos deixassem de lado os preconceitos e uma certa repugnância que a adopção lhes inspira, e dessem a oportunidade a uma dessas crianças que só desejam um pouco de carinho e atenção, não haveria tanta marginalidade e sofrimento juvenis como se vê nos tempos atuais. Que cada um analise as facilidades que a vida material lhe proporcionou e se consciencialize de que tudo é efémero e passageiro, tudo o que lhe foi dado lhe pode ser tirado, e partilhe um pouco de amor com aqueles que nada têm. Só assim estaremos a caminho de considerar como nossa família a humanidade inteira.
Fonte: Portal do Espírito- Ana Cristina Campos

Revista de Espiritismo nº. 30 - FEP

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