Desde os primeiros tempos do Evangelho, os leais seguidores de Jesus
conhecem tribulações e perplexidades, por permanecerem na fé.Quando se reuniam
em Jerusalém, recordando o Mestre nos serviços do Reino Divino, conheceram a
lapidação, a tortura, o exílio e o confisco dos bens; quando instituíram os
trabalhos apostólicos de Roma, ensinando a verdade e o amor fraterno, foram
confiados aos leões do circo, aos espetáculos sangrentos e aos postes de
martírio.Desde então, experimentam dolorosas surpresas em todas as partes do
mundo.A idade medieval, envolvida em sombras, tentou desconhecer a missão do
Cristo e acendeu-lhes fogueiras, conduzindo-os, além disso, a tormentos
inesperados e desconhecidos, através dos tribunais políticos e religiosos da
Inquisição.E, ainda hoje, enquanto oram confiantes, exemplificando o amor
evangélico, reparam o progresso dos ímpios e sofrem a dominação dos vaidosos de
todos os matizes. Enquanto triunfam os maus e os indiferentes, nas facilidades
terrestres, são eles relegados a dificuldades e tropeços, à frente das
situações mais simples. Apesar da evolução inegável do direito no mundo, ainda
são chamados a contas pelo bem que fazem e vigiados, com rudeza, devido à
verdade consoladora que ensinam.Mas todos os discípulos fiéis sabem, com Paulo
de Tarso, que “em tudo serão atribulados e perplexos”, todavia, jamais se
entregarão à angústia e ao desânimo. Sabem que o Mestre Divino foi o Grande
Atribulado e aprenderam com Ele que da perplexidade, da aflição, do martírio e
da morte, transfere-se a alma para a Ressurreição Eterna.
Chico Xavier. Emmanuel-Vinha de Luz