A separação da alma e do corpo não é uma coisa dolorosa!?
O
corpo, freqüentemente, sofre mais durante a vida que no momento da morte; neste, a alma nada
sente. Os sofrimentos que às vezes se provam
no momento da morte são um prazer
para o Espírito, que vê chegar o fim do seu exílio.
Comentário de Kardec:
Na morte natural, que se verifica pelo
esgotamento da vitalidade orgânica em conseqüência de idade, o homem deixa a
vida sem perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de energia.
A alma se desprende gradualmente e não
escapa como um pássaro cativo
subitamente libertado. Os dois estados se tocam e se confundem, de maneira que o Espírito se desprende
pouco apouco dos seus liames; estes
se soltam e não se rompem.
Comentário de Kardec:
Durante a vida, o Espírito está ligado
ao corpo pelo seu envoltório material ou perispírito; a morte é apenas a
destruição do corpo, e não desse envoltório que se separa do corpo, quando
cessa a vida orgânica. A observação prova que no instante da morte o desprendimento
do Espírito não se completa subitamente- ele se opera gradualmente, com
lentidão variável, segundo os indivíduos. Para uns é bastante rápido, e pode
dizer-se que o momento da morte é também o da libertação que se verifica logo
após. Noutros, porém, sobretudo naqueles cuja vida foi toda material e sensual, o desprendimento é muito mais demorado e
dura, às vezes alguns dias semanas e até mesmo meses, o que implica a
existência no corpo de nenhuma vitalidade, nem a possibilidade de retorno á
vida. mas a simples persistência de uma afinidade entre o corpo e o Espírito,
afinidade que está sempre na razão da preponderância que, durante a vida, o
Espírito deu à matéria. É lógico admitir que quanto mais o Espírito estiver
identificado com a matéria, mais sofrerá para separar-se dela. Por outro lado.
a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos operam um começo de
desprendimento, mesmo durante a vida corpórea e quando a morte chega, é quase
instantânea. Este é o resultado dos estudos efetuados sobre os indivíduos
observados no momento da morte. Essas observações provam ainda que a afinidade
que persiste, em alguns indivíduos, entre a alma e o corpo é às vezes, muito
penosa, porque o Espírito pode experimentar o horror da decomposição. Este caso
é excepcional e peculiar a certos gêneros de morte, verificando-se em alguns
suicídios.
Fonte; O Livro dos Espíritos. Allan
Kardec