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domingo, 7 de abril de 2013

"ESPIRITISMO: RELIGIÃO DE LIBERDADE"


O Espiritismo Cristão é uma religião de homens livres, uma religião de verídica liberdade, porque o espírita legítimo aprende, na Doutrina codificada por Allan Kardec, que o homem somente é verdadeiramente livre quando consegue libertar-se dos preconceitos, do egoísmo, da ambição malsã, do espírito de revolta, da maledicência, da mentira, do fanatismo, etc. É livre quando exerce a bondade, a tolerância, o amor ao próximo, mostrando-se solidário com todas as criaturas, predisposto sempre à prática da caridade indistinta, a servir sem esperar compensação, seguindo a trilha traçada por Jesus e tão bem sintetizada no “Sermão do Monte”. Quando adquirimos a convicção de que podemos, por exemplo, suportar impertinências e até insultos, sem perder a serenidade, compreendendo que o mal não está em quem é agredido e insultado sem motivo, mas naquele que, movido ainda por instintos inferiores, age sem reflexão, pronto a destruir, como javali furioso que investe contra a árvore que encontra em sua corrida alucinada e feroz.
Não se pense que o Espiritismo seja uma escola de múmias, capaz de transformar o homem num ser apático e passivo diante da vida, porque nele incute a necessidade de exemplificar a humildade. Nem se considere também a humildade cristã como um rebaixamento da espécie humana, porque, na realidade, quando bem compreendida, ela constitui um meio de educação da vontade, dá ao homem o domínio de si mesmo, capaz de considerar sem qualquer valor as expressões de ira de adversários mais dignos de piedade do que de raiva. O exercício da humildade fortalece o homem, porque o torna invulnerável a certos conceitos errados de honra, pois a verdadeira honra é inatingível por aqueles que possuem a alma enodoada de ideias falsas e traiçoeiras.
Nossa Doutrina prepara o homem e a mulher para a vida terrena e também para a vida espiritual. No tocante à humildade, ensina-nos a ser comedidos, discretos, modestos, sem vaidade nem orgulho, mas, em contrapartida, prestativos, assíduos no bem, permanentes na caridade e no amor. Aliás, Jesus entendia a caridade como “benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”. E em “O Livro dos Espíritos” lê-se esta lição prodigiosamente bela: “O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Armai-vos uns aos outros como irmãos.”
O Espiritismo educa o homem, não para o temor a Deus, mas para o amor a Deus. Erige a fraternidade com a condição imprescindível ao bem-estar doméstico e social, repudiando a violência por incompatível com o bem. Considera o egoísmo como um dos grandes males da Terra, apontando o Evangelho em Espírito e Verdade como a luz que tirará as trevas da alma e fará este planeta redimir-se dos erros dos homens. Mostra ainda, através dos ensinos dos Espíritos, que a pessoa humana deve ser preservada da corrupção ideológica que a anula, desconhecendo o indivíduo para somente levar em conta a massa, dirigível e sem vontade, subordinada à influência negativa e homicida de líderes divorciados de Deus, que mistificam as massas, destruindo a personalidade humana. Mas as coletividades humanas não foram criadas para figurarem extensos rebanhos tangidos por indivíduos audaciosos e maus. Se cada criatura humana não consegue conservar sua personalidade, mesmo quando partilha de qualquer grupo, então sofre a mutilação da sua vontade, perde a sua legítima liberdade pessoal, deixando de pensar por sua cabeça, deixando de tomar decisões por si mesma, porque há sempre alguém que pensa e age por ela.
Se abdica da sua personalidade para escravizar-se a uma idéia sedutora, mas falsa e traiçoeira, renuncia à sua condição humana, transmudando-se em mero integrante anônimo e abúlico de um rebanho automatizado.
O Espiritismo valoriza o homem, consolida-lhe a personalidade, dele faz uma força individual atuante nas coletividades humanas, porque lhe dá o conhecimento do verdadeiro papel que veio desempenhar na Terra, como Espírito exilado, em busca de reabilitação.
Exalta o valor da família, célula social de inestimável valor. Prova que a ordem não pode subsistir sem a disciplina e que esta é indispensável ao trabalho ordeiro e fecundo. Esclarece o verdadeiro sentido da liberdade, demonstrando que ninguém é livre se não sabe respeitar o seu próximo. Não há liberdade quando se age contra alguém. A falsa liberdade leva ao erro e ao crime. A verdadeira liberdade edifica e ilumina o homem, exaltando-lhe a personalidade, sem conspurcá-la nem aviltá-Ia. O Espiritismo esclarece o Espírito humano, apontando-lhe o caminho certo, talvez não o mais fácil, mas, sem dúvida, o mais aconselhável, porque é o que nos levará ao Cristo de Deus.
O homem sem Evangelho será sempre um atormentado, um insatisfeito, um cego a tatear numa estrada perigosa em noite tempestuosa. Não façamos, porém, em nenhum caso, o culto da personalidade. Aprimoremo-Ia para que melhor possa servir os altos interesses da Humanidade, mas não o elejamos instrumento do egoísmo, porque este tem sido demasiado nocivo. “Somente o trabalho e o sacrifício, a dificuldade e o obstáculo, como elementos de progresso e auto-superação, podem dar ao homem a verdadeira notícia de sua grandeza” esclarece Emmanuel.

Boanerges da Rocha
Reformador (FEB) Fevereiro 1970

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...