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terça-feira, 30 de abril de 2013

"A IGREJA LIVRE"


  
“Mas a Jerusalém que é de cima, é livre, a qual é mãe de todos nós.” - Paulo. (Gálatas, 4:26.)Igreja livre

O exame isolado deste versículo sugere um tema de infinita grandeza para os discípulos religiosos do Cristianismo.
A palavra do apóstolo aos gentios recorda-nos a igreja liberta do Cristo, não na esfera estreita dos homens, mas no ilimitado pensamento divino.
O espírito orgulhoso e sectário, há tanto tempo dominante nas atividades da fé, encontra na afirmativa de Paulo de Tarso um antídoto para as suas venenosas preocupações.
Em todas as épocas, têm vivido na Terra os nobres excomungados, os incompreendidos valorosos e os caluniados sublimes.
Passaram, nos círculos das criaturas, qual acontece ainda hoje, perseguidos e desprezados, entre o sarcasmo e a indiferença.
Por vezes, sofrem o degredo social por não se aviltarem ante as explorações delituosas do fanatismo; em outras ocasiões, são categorizados à conta de ateus pelas suas idéias mal interpretadas.
É que, de quando em quando, rajadas de ódios e dúvidas sopram nas igrejas desprevenidas da Terra. Os crentes olvidam o “não julgueis” e confiam-se a lutas angustiosas.
Semelhantes atritos, contudo, não alteram a consciência tranqüila dos anatematizados que se sentem sob a tutela do Divino Poder. Instintivamente, reconhecem que além da esfera obscura da ação física resplandece o templo soberano e invisível em que Jesus recolhe os servidores fiéis, sem deter-se na cor ou no feitio de suas vestimentas.
Benfeitores e servos excomungados dos caminhos humanos, se tendes uma consciência sem mácula, não vos magoe a pedrada dos homens que se distanciam uns dos outros pelo separatismo infeliz! Há uma Igreja augusta e livre, na vida espiritual, que é acolhedora mãe de todos nós!...

Chico Xavier-Emmanuel. Vinha de Luz

segunda-feira, 29 de abril de 2013

"MEDIANTE ESFORÇO"


A siderurgia transforma a estrutura dos metais e os trabalha para finalidades compatíveis com programas antes estabelecidos.
Artistas alteram as formas de pedras, do bronze, do cobre, do ouro, da prata e lhes transmitem vida, lhes arrancando das entranhas, sob inspiração e esforço, a beleza e a utilidade para enriquecimento da sociedade.
Débil raiz cravada na frincha de uma rocha, obedecendo ao finalismo da sua existência, fende a pedra rude e sustenta a planta que sobre ela se desenvolve.
A vida responde de acordo com a ação desencadeada.
O violento tropeça com a truculência a cada passo.
A paciência encontra a harmonia quando persiste.
O sanguinário torna-se vítima da própria impetuosidade.
O pacifista adquire tranquilidade enquanto defende os ideais que o dominam.
O intrigante padece da neurose do medo.
A lealdade produz confiança.
A irritabilidade leva às ulcerações gástricas, duodenais e ao desequilíbrio da emoção.
A concórdia gera harmonia em toda pessoa e lugar.
O mal é sombra pelo caminho de quem lhe sofre a ação.
O bem é luz irradiante a produzir alegria.
Allan Kardec, em sua obra O céu e o inferno, ao abordar o tema Código penal da vida futura, afirma:
O Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a consequência das suas imperfeições.
As misérias, as vicissitudes padecidas na vida corpórea, são oriundas das nossas imperfeições, são expiações de faltas cometidas na presente ou em precedentes existências.
O sofrimento é inerente à imperfeição.
Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e inevitáveis:
Assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
Da parte do bem que se faz, podemos aplicar o mesmo raciocínio: toda virtude traz consigo sua felicidade própria.
 Quando cumprimos as leis Divinas - inscritas na consciência - recebemos por consequência imediata a harmonia, o refazimento e a paz íntima.
É Deus dentro de nós afirmando diariamente que os caminhos do amor são os mais seguros, e os únicos que nos levam à anelada felicidade plena e aos braços do Criador.
Que nos possamos moldar ao programa do dever de crescer para Deus, domando as más inclinações.
A princípio, essa atitude deve ser concentrada nas imperfeições de pequena monta.
Esse exercício, feito com disciplina e seriedade, já é caminho para a vitória sobre as paixões mórbidas que procedem do passado delituoso.
O alvo permanente deve ser nos libertarmos delas.
O homem torna-se o que se trabalha.
Não há milagre de transformação moral, em quem não se exercitou nas realizações humanas para a própria sublimação pessoal.
 Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita,

domingo, 28 de abril de 2013

"CORPO FLUÍDICO DE JESUS"


… Falar de coisas muito distantes da humanidade é sujeitar-se a controvérsias de todas as qualidades; entretanto, quando é hora de dizer, não se deve calar. Os primeiros profetas falaram da vinda do Cristo a Terra, quase mil anos antes da sua chegada a este planeta. Foram ridicularizados e mesmo apedrejados, passando pelos maiores vexames; mas falaram e, após eles, outros vieram dizendo a mesma coisa. Até hoje os homens não se matam por simples motivos e idéias, com quase aconteceu com Galileu Galilei, quando afirmou que a Terra era redonda e que girava em torno de si mesma e em torno do Sol? Mas reagem e criticam quando surgem outras leis, dando garantias e liberdade aos próprios homens.
Desde a vinda do Cristo, até os dias presentes, divergem alguns sobre a natureza do corpo do Mestre: se o Cristo tinha um corpo de carne ou se era um corpo celestial. E muitas discussões foram travadas por tão simples assunto, quando não era ainda tempo adequado para dele tratar. Até mesmo muitos espíritas se dividem no campo destas opiniões e, possivelmente, continuarão a se dividir no tocante a esse controverso assunto. Respeitamos todas as teorias dos homens e Espíritos, porque sabemos da sinceridade em querer levar o evangelho aos corações dos que sofrem.
Falamos de muitos assuntos que, por vezes, nos interessa falar; no entanto, o objetivo maior do Grande Mensageiro de Deus é a reforma do homem, é melhorar as condições dos Espíritos no tocante aos seus pensamentos e suas atitudes, é fazer conhecido o verdadeiro amor, aquele que se subdivide inúmeras virtudes para nos educar e, por vezes, nos instruir em todos os sentidos. Não é o crer ou deixar de crer que irá atrasar um Espírito ou impedir que ele atinja planos superiores; haverá um dia em que todos estaremos aceitando a verdade sem nenhuma variante, encarando o sol sem as suas temer as claridades.
Na verdade, existem mundos grosseiros, onde os Espíritos estão nas primeiras encarnações, mundos primitivos como era a Terra, ao chegarem a ela essas falanges de Espíritos mais esclarecidos nas diversas áreas do conhecimento, mas em precária condição moral, provindos de pátrias distantes, assim como há mundos venturosos, onde o corpo que serve aos Espíritos é quase fluídico, onde a contextura da própria matéria chegou a um grande aprimoramento, capaz de fornecer à alma meios seguros para o seu total desempenho na arte de despertar de todas as suas qualidades espirituais.
Certamente que existem leis em todos os mundos, de acordo com as suas evoluções, mas essas leis nunca fecham. São as mesmas para todas as criaturas. Cada um respeita essas regras de acordo com a evolução própria atingida. Podes notar na Terra certas leis respeitadas por uns, que para outros não tem valia, como, por exemplo, os sinais de trânsito. Para determinadas autoridades, elas perdem o valor. O sinal vermelho para um veículo presidencial não tem significação, uma vez que outros critérios passam ocupar primeiro plano, no caso, a segurança do chefe da nação. Isso estamos mencionando para que possa avaliar as leis siderais. Para o nascimento de um grande ser, as leis que regulam as outras, como as que o assistem. Não é que esse ser seja privilegiado; ele apenas recebe o que merece, no âmbito de sua grandeza espiritual...
A humanidade, por assim dizer, evolui por meio de trocas em todos os mundos. A sequencia evolutiva das raças depende de enxertos provindos de fora, de maneira tão sutil, que os próprios homens não desconfiam. A evolução do Espírito requer corpos adequados para a sua ascensão. Almas altamente evoluídas sentirão na sua formação congênita, enxertos admiráveis, concedidos pela própria natureza, não aceitos pelo homem comum. Como foi dito acima, as leis são as mesmas para todos. Os raios solares, o ar e a agua são entregues para os homens e animais com as mesmas riquezas, mas cada qual extrai desses meios de vida o que a sua evolução ordenar. Cada raça mãe, de vez em quando, recebe um enxerto de outros mundos, para compensar o estimulo biológico e este compartilhar com o esquema divino do engrandecimento da alma.
A matéria deve acompanhar o Espírito na sua escalada evolutiva; de outra forma ele não suportaria a vida nos liames da carne, que certamente evolui, mas não tanto quanto o Espírito. Já em determinada faixa evolutiva, a ascensão dos seres espirituais já acordados para a luz tem maior rapidez, visto que a própria vida lança mão de todos os recursos para acompanhá-los e, dentre eles se encontra essa troca de valores de que estamos tentando falar. Uma chama divina que se move em um corpo de um animal, o que faria ligada a um complexo humano? É a mesma coisa ligarmos corrente elétrica de baixa voltagem para acionar um motor de elevada potencia e este por em movimento a maquina.
Ocorre inversamente, com um espírito de altas vibrações, como no caso de Jesus, ao ser internado em um corpo físico de um ser humano comum. Este não suportaria as correntes vibratórias dessa alma e poderia até desintegrar-se no momento de ser concebido. Basta um pouco de raciocínio para percebermos. Certamente que isto não é derrogar as leis; estas é que cedem às conveniências, mudando suas ações de acordo com a evolução da alma. Os altos instrutores da humanidade já fizeram várias experiências neste sentido, enxertando raças humanas, como se fosse uma espécie híbrida, como no caso que se faz com os animais e plantas na Terra. A diferença é que, na Terra, o híbrido não dá continuidade à raça; no caso espiritual, o híbrido tem a mesma fecundidade, com os valores altamente proliferadores.
Como um corpo puramente físico poderia suportar um Espírito de alta pureza espiritual como o Cristo? As próprias leis físicas nos dão essa explicação: correntes de alta voltagem somente podem passar em fios apropriados.
Um Espírito da qualidade do Cristo não suportaria uma permanência em corpo de carne e osso qual comum; ele se dissociaria imediatamente, mesmo na sua formação congênita. Por outro lado, as vibrações da Terra são tão pesadas e densas, que não existem condições para um corpo fluídico permanecer os anos que o Mestre viveu entre os homens. Mesmo Espíritos de considerável elevação, cuja vibração se assemelhe aos que reencarnam neste globo, a não ser com um preparo muito grande, paciente e demorado, podem nele permanecer por muito tempo, atuando em favor dos homens. Hoje, pode-se dizer que não existiram equívocos nas teorias – se as podemos chamar de teorias – quanto ao corpo de Jesus, por sabermos, como os próprios homens, que matéria é acumulação de fluidos e que os fluidos são matéria dispersa. Fluidos e matéria se confundem na grande ciência da vida infinita! ...
Em relação ao Messias, o caso não foi outro. Ele era de natureza humana e divina; até o seu corpo foi um bio-corpo, para que pudesse ficar entre a Terra e o céu, em completo domínio das suas atividades nos dois campos de trabalho, celestial e humano.
Ela era filho de Deus e Filho do Homem.

Trecho retirado do livro Maria de Nazaré, pelo espirito Miramez, paginas 307 a 313.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

"AÇÃO DE PAZ"

A paz é um dos tesouros mais desejados nos dias atuais. Muito se tem investido para se conseguir um pouco desse bem tão precioso.
Mas será que nós, individualmente, temos feito investimentos efetivos visando tal conquista?
O que geralmente ocorre é que temos investido nossos esforços na direção contrária, e de maneira imprópria.
É muito comum desejar a paz e buscá-la por caminhos tortos, que acabam nos distanciando dela ainda mais.
O Espírito Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, escreveu, certa feita, uma mensagem que intitulou ação de paz.
Eis o seu conteúdo:
“Aflição condensada é semelhante à bomba de estopim curto, pronta a explodir a qualquer contato esfogueante.
Indispensável saber preservar a tranqüilidade própria, de modo a sermos úteis na extinção dessa ou daquela dificuldade.
Decerto que para cooperar no estabelecimento da paz, não nos seria lícito interpretar a calma por inércia.
Paciência é a compreensão que age sem barulho, em apoio da segurança geral.
Refletindo com acerto, recebe a hora de crise sem qualquer idéia de violência, porque a violência sempre induz ao estrangulamento da oportunidade de auxiliar.
Diante de qualquer informação desastrosa, busca revestir-te com a serenidade possível para que não te transformes num problema, pesando no problema que a vida te pede resolver.
Não afogues o pensamento nas nuvens do pessimismo, mentalizando ocorrências infelizes que provavelmente jamais aparecerão.
Evita julgar pessoas e situações em sentido negativo para que o arrependimento não te corroa as forças do espírito.
Se te encontras diante de um caso de agressão, não respondas com outra agressão, a fim de que a intemperança mental não te precipite na vala da delinqüência.
Pacifica a própria sensibilidade, para que a razão te oriente os impulsos.
Se conservas o hábito de orar, recorre à prece nos instantes difíceis, mas se não possuis essa bênção, medita suficientemente antes de falar ou de agir.
Os impactos emocionais, em qualquer parte, surgem na estrada de todos; guarda, por isso, a fé em Deus e em ti mesmo, de maneira a que não te afastes da paz interior, a fim de que nas horas sombrias da existência possa a tua paz converter-se em abençoada luz.”
As palavras lúcidas de Emmanuel nos sugerem profundas reflexões em torno da nossa ação diária.
Importante que, na busca pela paz não venhamos a ser causadores de desordem e violência.
Criando um ambiente de paz na própria intimidade, poderemos colaborar numa ação efetiva para que a paz reine em nosso lar, primeiramente, e, depois possa se estender mundo afora.
Se uma pessoa estiver permanentemente em ação de paz, o mundo à sua volta se beneficiará com essa atitude.
E se a paz mundial ainda não é realidade em nosso planeta, façamos paz em nosso mundo íntimo. Essa atitude só depende de uma única decisão: a sua.
A sua paz interior é capaz de neutralizar o ódio de muitas criaturas.
Se você mantiver acesa a chama da paz em sua intimidade, então podemos acreditar que a paz mundial está bem próxima.
Porque, na verdade, a paz do mundo começa no íntimo de cada um de nós.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Emmanuel, do livro Urgência, psicografia de Francisco C. Xavier.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

"UM SÓ REBANHO E UM SÓ PASTOR"


- Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; é preciso que também a essas eu conduza; elas escutarão a minha voz e haverá um só rebanho e um único pastor. (S. João, cap. X, v. 16.)
 - Por essas palavras, Jesus claramente anuncia que os homens um dia se unirão por uma crença única; mas, como poderá efetuar-se essa união? Difícil parecerá isso, tendo-se em vista as diferenças que existem entre as religiões, o antagonismo que elas alimentam entre seus adeptos, a obstinação que manifestam em se acreditarem na posse exclusiva da verdade. Todas querem a unidade, mas cada uma se lisonjeia de que essa unidade se fará em seu proveito e nenhuma admite a possibilidade de fazer qualquer concessão, no que respeita às suas crenças. 
Entretanto, a unidade se fará em religião, como já tende a fazer-se socialmente, politicamente, comercialmente, pela queda das barreiras que separam os povos, pela assimilação dos costumes, dos usos, da linguagem (1). Os povos do mundo inteiro já confraternizam, como os das províncias de um mesmo império. Pressente-se essa unidade e todos a desejam. Ela se fará pela força das coisas, porque há de tornar-se uma necessidade, para que se estreitem os laços da fraternidade entre as nações; far-se-á pelo desenvolvimento da razão humana, que se tornará apta a compreender a puerilidade de todas as dissidências; pelo progresso das ciências, a demonstrar cada dia mais os erros materiais sobre que tais dissidências assentam e a destacar pouco a pouco das suas fiadas as pedras estragadas. Demolindo nas religiões o que é obra dos homens e fruto de sua ignorância das leis da Natureza, a Ciência não poderá destruir, mau grado à opinião de alguns, o que é obra de Deus e eterna verdade. Afastando os acessórios, ela prepara as vias para a unidade.
A fim de chegarem a esta, as religiões terão que encontrar-se num terreno neutro, se bem que comum a todas; para isso, todas terão que fazer concessões e sacrifícios mais ou menos importantes, conformemente à multiplicidade dos seus dogmas particulares. Mas, em virtude do processo de imutabilidade que todas professam, a iniciativa das concessões não poderá partir do campo oficial; em lugar de tomarem no alto o ponto de partida, tomá-lo-ão em baixo por iniciativa individual. Desde algum tempo, um movimento se vem operando de descentralização, tendente a adquirir irresistível força. O princípio da imutabilidade, que as religiões hão sempre considerado uma égide conservadora, tornar-se-á elemento de destruição, dado que, imobilizando-se, ao passo que a sociedade caminha para a frente, os cultos serão ultrapassados e depois absorvidos pela corrente das idéias de progressão.
A imobilidade, em vez de ser uma força, torna-se uma causa de fraqueza e de ruína para quem não acompanha o movimento geral; ela quebra a unidade, porque os que querem avançar se separam dos que se obstinam em permanecer parados.
No estado atual da opinião e dos conhecimentos, a religião, que terá de congregar um dia todos os homens sob o mesmo estandarte, será a que melhor satisfaça à razão e às legítimas aspirações do coração e do espírito; que não seja em nenhum ponto desmentida pela ciência positiva; que, em vez de se imobilizar, acompanhe a Humanidade em sua marcha progressiva, sem nunca deixar que a ultrapassem; que não for nem exclusivista, nem intolerante; que for a emancipadora da inteligência, com o não admitir senão a fé racional; aquela cujo código de moral seja o mais puro, o mais lógico, o mais de harmonia com as necessidades sociais, o mais apropriado, enfim, a fundar na Terra o reinado do Bem, pela prática da caridade e da fraternidade universais.
O que alimenta o antagonismo entre as religiões é a idéia, generalizada por todas elas, de que cada uma tem o seu deus particular e a pretensão de que este é o único verdadeiro e o mais poderoso, em luta constante com os deuses dos outros cultos e ocupado em lhes combater a influência. Quando elas se houverem convencido de que só existe um Deus no Universo e que, em definitiva, ele é o mesmo que elas adoram sob os nomes de Jeová, Alá ou Deus; quando se puserem de acordo sobre os atributos essenciais da Divindade, compreenderão que, sendo um único o Ser, uma única tem que ser a vontade suprema; estender-se-ão as mãos umas às outras, como os servidores de um mesmo Mestre e os filhos de um mesmo Pai e, assim, grande passo terão dado para a unidade.
Fonte: 'A Gênese" de Alan Kardec


quinta-feira, 18 de abril de 2013

"PERANTE A DOR"


A dor é uma benção que Deus nos envia – diz-nos o verbo iluminado da Codificação Kardequiana, e ousaríamos acrescentar que é também o remédio que solicitamos no limiar da existência terrestre.
Espíritos enfermos e endividados, rogamos, antes do berço, os problemas e as provações suscetíveis de propiciar-nos a alegria da cura e a benção do resgate.
Entre votos de esperança e lágrimas de angústia, pedimos em prece o reencontro com antigos desafetos de nossa estrada, pedimos as deformidades orgânicas, as moléstias ocultas, as mutilações dolorosas, o pauperismo inquietante, os golpes da calúnia, as desilusões afetivas, a incompreensão dos mais amados e os enigmas do sofrimento junto daqueles que se erigem à posição de nossos credores na Contabilidade Divina; entretanto, em plenitude das energias físicas, quase sempre recuamos ante os cálices de amargura, exigindo conforto imediatista e vantagens materiais, à feição de doentes enceguecidos recusando o medicamento que lhes prodigalizará a recuperação, ou à maneira de alunos preguiçosos e imprudentes fugindo sistematicamente à lição...
Lembremo-nos, pois, de que a luta é concessão celeste e de que a dificuldade é benfeitora do coração.
Aceitamo-las no caminho, não apenas com a noção de justiça que, por vezes, exageramos até a flagelação da secura, nem somente com o bordão da coragem que, em muitas ocasiões, transformamos em perigosa temeridade mas, acima de tudo, com a humildade da paciência que tudo compreende para tudo ajudar e purificar, na jornada de nossa cruz redentora, pela qual, entre a serenidade e o amor, encontraremos por fim a imortalidade vitoriosa.
Emmanuel 
Psicografia em Reunião Publica Data – 12-9-1958
Local – Centro Espírita Uberabense 
Do Livro  "Através do Tempo", de Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos

sábado, 13 de abril de 2013

"ESQUECIMENTO E REENCARNAÇÃO"

Examinando o esquecimento temporário do pretérito, no campo físico, importa considerar cada existência por estágio de serviço em que a alma readquire, no mundo, o aprendizado que lhe compete.
Surgindo semelhante período, entre o berço que lhe configura o início e o túmulo que lhe demarca a cessação, é justo aceitar-lhe o caráter acidental, não obstante se lhe reconheça a vinculação à vida eterna.
É forçoso, então, ponderar o impositivo de recurso e aproveitamento, tanto quanto, nas aplicações da força elétrica, é preciso atender ao problema de carga e condução.
Encetando uma nova existência corpórea, para determinado efeito, a criatura recebe, desse modo, implementos cerebrais completamente novos, no domínio das energias físicas, e, para que se lhe adormeça a memória, funciona a hipnose natural como recurso básico, de vez que, em muitas ocasiões, dorme em pesada letargia, muito tempo antes de acolher-se ao abrigo materno. Na melhor das hipóteses, quando desfruta grande atividade mental nas esferas superiores, só é compelida ao sono, relativamente profundo, enquanto perdure a vida fetal. Em ambos os casos, há prostração psíquica nos primeiros sete anos de tenra instrumentação fisiológica dos encarnados, tempo em que se lhes reaviva a experiência terrestre.
Temos, assim, mais ou menos três mil dias de sono induzido ou hipnose terapêutica, a estabelecerem enormes alterações nos veículos de exteriorização do Espírito, as quais, acrescidas às conseqüências dos fenômenos naturais de restringimento do corpo espiritual, no refúgio uterino, motivam o entorpecimento das recordações do passado, para que se alivie a mente na direção de novas conquistas. E, como todo esse tempo é ocupado em prover-se a criança de novos conceitos e pensamentos acerca de si própria, é compreensível que toda criatura sobrenade na adolescência, como alguém que fosse longamente hipnotizado para fins edificantes, acordando, gradativamente, na situação transformada em que a vida lhe propõe a continuidade do serviço devido à regeneração ou à evolução clara e simples.
E isso, na essência, é o que verdadeiramente acontece, porque, pouco a pouco, o Espírito reencarnado retoma a herança de si mesmo, na estrutura psicológica do destino, reavendo o patrimônio das realizações e das dívidas que acumulou, a se lhe regravarem no ser, em forma de tendências inatas, e reencontrando as pessoas e as circunstâncias, as simpatias e as aversões, as vantagens e as dificuldades, com as quais se ache afinizado ou comprometido.
Transfigurou-se, então, a ribalta, mas a peça continua.
A moldura social ou doméstica, muitas vezes, é diferente, mas, no quadro do trabalho e da luta, a consciência é a mesma, com a obrigação de aprimorar-se, ante a bênção de Deus, para a luz da imortalidade.

Do cap. 45 do livro Religião do Espírito,  Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

domingo, 7 de abril de 2013

"ESPIRITISMO: RELIGIÃO DE LIBERDADE"


O Espiritismo Cristão é uma religião de homens livres, uma religião de verídica liberdade, porque o espírita legítimo aprende, na Doutrina codificada por Allan Kardec, que o homem somente é verdadeiramente livre quando consegue libertar-se dos preconceitos, do egoísmo, da ambição malsã, do espírito de revolta, da maledicência, da mentira, do fanatismo, etc. É livre quando exerce a bondade, a tolerância, o amor ao próximo, mostrando-se solidário com todas as criaturas, predisposto sempre à prática da caridade indistinta, a servir sem esperar compensação, seguindo a trilha traçada por Jesus e tão bem sintetizada no “Sermão do Monte”. Quando adquirimos a convicção de que podemos, por exemplo, suportar impertinências e até insultos, sem perder a serenidade, compreendendo que o mal não está em quem é agredido e insultado sem motivo, mas naquele que, movido ainda por instintos inferiores, age sem reflexão, pronto a destruir, como javali furioso que investe contra a árvore que encontra em sua corrida alucinada e feroz.
Não se pense que o Espiritismo seja uma escola de múmias, capaz de transformar o homem num ser apático e passivo diante da vida, porque nele incute a necessidade de exemplificar a humildade. Nem se considere também a humildade cristã como um rebaixamento da espécie humana, porque, na realidade, quando bem compreendida, ela constitui um meio de educação da vontade, dá ao homem o domínio de si mesmo, capaz de considerar sem qualquer valor as expressões de ira de adversários mais dignos de piedade do que de raiva. O exercício da humildade fortalece o homem, porque o torna invulnerável a certos conceitos errados de honra, pois a verdadeira honra é inatingível por aqueles que possuem a alma enodoada de ideias falsas e traiçoeiras.
Nossa Doutrina prepara o homem e a mulher para a vida terrena e também para a vida espiritual. No tocante à humildade, ensina-nos a ser comedidos, discretos, modestos, sem vaidade nem orgulho, mas, em contrapartida, prestativos, assíduos no bem, permanentes na caridade e no amor. Aliás, Jesus entendia a caridade como “benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”. E em “O Livro dos Espíritos” lê-se esta lição prodigiosamente bela: “O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Armai-vos uns aos outros como irmãos.”
O Espiritismo educa o homem, não para o temor a Deus, mas para o amor a Deus. Erige a fraternidade com a condição imprescindível ao bem-estar doméstico e social, repudiando a violência por incompatível com o bem. Considera o egoísmo como um dos grandes males da Terra, apontando o Evangelho em Espírito e Verdade como a luz que tirará as trevas da alma e fará este planeta redimir-se dos erros dos homens. Mostra ainda, através dos ensinos dos Espíritos, que a pessoa humana deve ser preservada da corrupção ideológica que a anula, desconhecendo o indivíduo para somente levar em conta a massa, dirigível e sem vontade, subordinada à influência negativa e homicida de líderes divorciados de Deus, que mistificam as massas, destruindo a personalidade humana. Mas as coletividades humanas não foram criadas para figurarem extensos rebanhos tangidos por indivíduos audaciosos e maus. Se cada criatura humana não consegue conservar sua personalidade, mesmo quando partilha de qualquer grupo, então sofre a mutilação da sua vontade, perde a sua legítima liberdade pessoal, deixando de pensar por sua cabeça, deixando de tomar decisões por si mesma, porque há sempre alguém que pensa e age por ela.
Se abdica da sua personalidade para escravizar-se a uma idéia sedutora, mas falsa e traiçoeira, renuncia à sua condição humana, transmudando-se em mero integrante anônimo e abúlico de um rebanho automatizado.
O Espiritismo valoriza o homem, consolida-lhe a personalidade, dele faz uma força individual atuante nas coletividades humanas, porque lhe dá o conhecimento do verdadeiro papel que veio desempenhar na Terra, como Espírito exilado, em busca de reabilitação.
Exalta o valor da família, célula social de inestimável valor. Prova que a ordem não pode subsistir sem a disciplina e que esta é indispensável ao trabalho ordeiro e fecundo. Esclarece o verdadeiro sentido da liberdade, demonstrando que ninguém é livre se não sabe respeitar o seu próximo. Não há liberdade quando se age contra alguém. A falsa liberdade leva ao erro e ao crime. A verdadeira liberdade edifica e ilumina o homem, exaltando-lhe a personalidade, sem conspurcá-la nem aviltá-Ia. O Espiritismo esclarece o Espírito humano, apontando-lhe o caminho certo, talvez não o mais fácil, mas, sem dúvida, o mais aconselhável, porque é o que nos levará ao Cristo de Deus.
O homem sem Evangelho será sempre um atormentado, um insatisfeito, um cego a tatear numa estrada perigosa em noite tempestuosa. Não façamos, porém, em nenhum caso, o culto da personalidade. Aprimoremo-Ia para que melhor possa servir os altos interesses da Humanidade, mas não o elejamos instrumento do egoísmo, porque este tem sido demasiado nocivo. “Somente o trabalho e o sacrifício, a dificuldade e o obstáculo, como elementos de progresso e auto-superação, podem dar ao homem a verdadeira notícia de sua grandeza” esclarece Emmanuel.

Boanerges da Rocha
Reformador (FEB) Fevereiro 1970

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...